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Mudanças na PJF saem este mês

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O prefeito Bruno Siqueira (PMDB) admite que deve fazer ajustes no primeiro escalão de seu Governo, e as primeiras mudanças podem ser anunciadas ainda este mês. Apesar de ratificar que as trocas são naturais após ter cumprido dois anos à frente da Prefeitura – mais da metade de seu mandato -, nos bastidores, ganham força os comentários de que a provável revisão do secretariado possa ser uma maneira de o chefe do Executivo juiz-forano se reaproximar do novo governador Fernando Pimentel (PT). Nas eleições de outubro passado, Bruno não se manifestou publicamente sobre a campanha do petista. O que se fala é que quadros ligados à coligação Minas pra Você (PT/PMDB/PCdoB/PROS/PRB) podem ganhar novo espaço em caso de uma reconfiguração de pastas municipais.

O próprio prefeito admite que mantém conversas constantes com o presidente estadual do PCdoB e agora deputado federal, Wadson Ribeiro. Segundo Bruno, a sigla ainda faz parte do Governo, apesar de não ocupar uma pasta desde o desligamento de Basileu Tavares da Secretaria de Atividades Urbanas (SAU), que foi subsituído pelo advogado Sérgio Rocha como titular da pasta, em agosto do ano passado. “Já existiam conversas anteriores com o deputado Wadson para discutir diversos aspectos. O PCdoB está no Governo, perdeu uma cadeira no primeiro escalão e foi convidado para outra pasta, mas preferiu aguardar o processo eleitoral. Agora, vamos conversar novamente para reavaliar essa situação”, afirmou Bruno durante a semana.

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Na ocasião da exoneração de Basileu da SAU, a titularidade da Secretaria de Agropecuária e Abastecimento (SAA) chegou a ser oferecida ao PCdoB. Entretanto, a possibilidade mostrou-se natimorta. A SAA, entretanto, também deve ser alvo de alterações na readequação que se anuncia no primeiro escalão. “Quando se está no comando do Município, alterações podem acontecer. Assim como já aconteceram nestes dois anos iniciais. Vamos analisar várias situações. Após isso, algumas modificações serão feitas. Já em janeiro, devemos fazer uma alteração na Secretaria de Agropecuária”, admitiu o prefeito. Comenta-se que o futuro titular da pasta pode ser definido por indicação do PSC.

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Trocas anteriores

Até aqui, a SAA foi uma das três secretarias onde já ocorreram mudanças no secretariado do prefeito Bruno Siqueira nos últimos anos. Em abril do ano passado, o então titular da Agropecuária e Abastecimento, Marlon Martins, seguiu para o comando do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb) e foi substituído pelo engenheiro agrônomo Edson Fontes, então coordenador de projetos da pasta, que, na ocasião, foi anunciado como secretário interino. O troca-troca se justificou após pedido de André Zatorre, que estava à frente do Demlurb desde o início da atual gestão até aceitar uma oferta para trabalhar no setor privado.

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Antes dessa mudança, outra substituição por motivos pessoais já havia acontecido no primeiro escalão da atual gestão municipal. Ainda no primeiro semestre do Governo Bruno, em junho de 2013, Alexandre Jabour deixou o comando Secretaria de Administração e Recursos Humanos (SARH) e deu lugar à Andréia Goreske, servidora de carreira da Prefeitura. À época, Goreske também assumiu o cargo de forma interina. No entanto, a secretária permanece na cadeira pouco mais de um ano e meio após ser nomeada titular da pasta. Da mesma forma, apesar de ter se afastado do comando da SARH, Alexandre Jabour seguiu exercendo funções como assessor especial no executivo municipal.

PRB pode ser opção para o Esporte

Outro partido que integrou a coligação que elegeu Fernando Pimentel e Antônio Andrade para o Poder Executivo do Estado, o PRB também está fora do secretariado do Governo Bruno, embora uma das principais lideranças da legenda na cidade, o ex-vereador Partos Carlos Bonifácio, integre o segundo escalão como diretor vice-presidente da Empresa Municipal de Pavimentação e Urbanização (Empav). Entretanto, nos bastidores, as informações são de que os recém-empossados primeiros escalões de Pimentel e da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) podem fazer com que o ex-presidente da Câmara suba alguns degraus na hierarquia do Executivo e assuma a Secretaria de Esporte e Lazer (SEL), hoje chefiada pelo também ex-vereador Francisco Canalli (PMDB).

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Igreja Universal

O fato de o PRB estar à frente do Ministério do Esporte, chefiado por George Hilton, deputado federal por Minas Gerais, e da Secretaria de Estado de Esportes, ocupada pelo deputado estadual Carlos Henrique, alimenta as especulações. Assim como o Pastor Carlos Bonifácio, além do PRB, os dois quadros são ligados à Igreja Universal do Reino de Deus, o que poderia estreitar ainda mais a linha de diálogo entre as três esferas de poder. Por ora, o ex-vereador juiz-forano desconversa sobre a hipótese de assumir a SEL, mas, nas entrelinhas, coloca-se à disposição do prefeito.

“Acho que se for dada a missão não podemos recusar. Vamos seguir o que for determinado e trabalhar para trazer benefícios para Juiz de Fora. Hoje, nós (do PRB) não temos secretaria. Independente disso, vamos estar junto com o prefeito na busca de recursos para a cidade. (O ministro George Hilton) é mais que um amigo. Morou em Juiz de Fora muito tempo. Já ficou na minha casa. Temos uma amizade de irmão. Ele tem um carinho todo especial por Juiz de Fora. Sempre obteve uma votação relevante aqui, e está muito empolgado e ajudar o município. Além da nossa amizade, ele tem também essa ligação com Juiz de Fora”, afirmou durante a semana.
Bruno também desconversou sobre uma possível troca na titularidade do Esporte e Lazer, embora tenha deixado claro que pretende utilizar Carlos Bonifácio como interlocutor com o Estado e a União na obtenção de recursos para a área, incluindo, a tentativa de captar verbas para a conclusão do Ginásio Municipal Jornalista Antônio Marcos Nazaré Campos, obra considerada problemática pelo prefeito pela falta de planejamento que marcou a intervenção desde seu anúncio em 2005, durante a gestão do ex-prefeito Alberto Bejani. “O Pastor Carlos faz parte da Administração e tem ajudado nesse contato junto ao ministro George Hilton”, resumiu Bruno em entrevista à Rádio Solar na última terça-feira.

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O fato curioso é a característica que vem sendo observada em todo o país em que integrantes do PRB, que abriga diversos quadros ligados à Igreja Universal do Reino de Deus, foram anunciados para pastas ligadas ao esporte. Além de os governos de Pimentel e da presidente Dilma, a legenda também ocupará as secretarias estaduais de esporte nas gestões de Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo; de Rodrigo Rollemberg (PSB), no Distrito Federal; e de Camilo Santana (PT), no Ceará.

Proximidade com 2016 acentua divergências

Especulações à parte, Bruno Siqueira mantém o discurso de que possíveis alterações em seu primeiro escalão não serão políticas e, muito menos, terão como foco a sucessão municipal de 2016. Por outro lado, uma aproximação do novo Governo estadual pode ser importante no cenário eleitoral e aplacar a sanha oposicionista mostrada pelo braço local do PT a seu Governo. Alheio a isso, Bruno garante ter linha direta de contato com o Executivo estadual por conta de o PMDB integrar a nova gestão estadual. “O vice-governador Antônio Andrade é uma porta aberta para que possamos trabalhar junto ao Governo estadual, da mesma forma que o vice-presidente Michel Temer, exerce esse papel junto ao Governo federal.”

Apesar de o prefeito frisar que vai deixar as discussões acerca das próximas eleições para o momento oportuno, o tempo segue escorrendo na ampulheta e as articulações para 2016 vão ganhando forma. Recentemente, dois importantes atores políticos e potencias candidatos à Prefeitura trocaram farpas publicamente. Primeiro, em entrevista exclusiva à Tribuna, o deputado federal Júlio Delgado fez duras críticas à atual gestão municipal e questionou a experiência e o prestígio do prefeito. Esta semana, Bruno deu o troco em entrevista à Rádio Solar, insinuando que, indo para seu quinto mandato na Câmara dos Deputados, Júlio não havia obtido nenhum conquista de vulto para Juiz de Fora.

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O bate-boca velado esvaziou algumas especulações de bastidores que diziam que Bruno poderia convidar o vereador e ex-presidente da Câmara Julio Gasparette (PMDB) para integrar o primeiro escalão da Prefeitura. A solução distante abriria espaço para o suplente Maurício Delgado (PMDB), sobrinho do ex-prefeito Tarcísio Delgado (PSB), assumir uma cadeira na Câmara, o que poderia colaborar para uma reaproximação entre a atual gestão e o núcleo tarcisista do PMDB. Nessa toada, Gasparette mostraria predileção pela SAU, secretaria que já ocupou em gestões anteriores. Tal possibilidade já parece descartada, inclusive, por integrantes do PMDB.

Concorrência

O clima de concorrência tende a aumentar daqui para frente. Além de Júlio Delgado, já citado, vários nomes saíram fortalecidos das urnas nas eleições passadas e aparecem potenciais candidatos à Prefeitura em 2016, quando Bruno deve tentar a reeleição. A deputada federal Margarida Salomão (PT) voltou a ser a candidata mais votada na cidade e, apesar de evitar falar em nova candidatura, poderá ter pela primeira vez o apoio da máquina administrativa estadual agora nas mãos do PT. Deputado estadual eleito com a maior votação de Juiz de Fora, o ex-vereador Noraldino Júnior (PSC) aparece como opção. Também eleito para a Assembleia, Antônio Jorge (PPS) pode se beneficiar da aproximação de seu partido com o PSB e o PSDB para viabilizar uma candidatura. Outros que surgem como possibilidades é o agora deputado federal Wadson Ribeiro (PCdoB) e o ex-reitor Henrique Duque, que não descarta disputar o próximo pleito

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