Os candidatos ao governo de Minas no segundo turno das eleições 2018 trocaram farpas nesta quarta-feira (10), em razão de uma fala do candidato do Novo, Romeu Zema, em que ele afirmou que “não recusaria” apoio do governador derrotado no primeiro turno, Fernando Pimentel (PT). Depois de Zema ter rebatido suas próprias declarações, qualificando-as como “fake news”, seu rival tucano, Antonio Anastasia, partiu para o ataque.
“Se o Pimentel concordar com nossas propostas e quiser apoiar, desde que não haja balcão de negócios, não vamos recusar construir uma Minas Gerais nova”, disse Zema, na manhã da segunda (8), em entrevista coletiva. No começo da noite, porém, o candidato do Novo divulgou um vídeo nas redes sociais afirmando que sua declaração sobre Pimentel era “fake news”. “Voto a gente recebe e agradece. Acordo partidário é tratado pelo diretório, que já deixou claro que não vamos alinhar com partidos de esquerda.”
Na manhã desta terça, Zema afirmou que suas falas foram distorcidas pela imprensa. “O que tenho dito é que todo apoio é bem-vindo e sou grato. A imprensa está mestra em distorcer, porque parece que a imprensa quer que o concorrente ganhe”, afirmou, após de se reunir com representantes do Corpo de Bombeiros.
Depois da repercussão da resposta de Zema nas redes sociais, Antonio Anastasia criticou o adversário por meio de vídeo divulgado em sua conta no Facebook. “Os mineiros responderam com um sonoro ‘não’ à proposta de continuidade do PT e de Pimentel. E agora parece que nosso adversário quer o PT do seu lado. Eu não! Vou governar com técnicos preparados, para tirar Minas do buraco que o PT nos jogou.”
Por conta da situação, parte da equipe de comunicação da campanha de Zema foi demitida. Uma fonte ouvida pela reportagem afirmou que a mudança foi um pedido da nova coordenação de campanha, que promoverá um “upgrade” na gestão. Questionado sobre a mudança, Zema disse não saber de nada.
Apoio a Bolsonaro
Após a troca de farpas sobre o apoio de Fernando Pimentel, Romeu Zema usou as redes sociais para anunciar voto em Jair Bolsonaro, candidato à Presidência do PSL, apesar do partido Novo ter dito que permaneceria neutro no segundo turno da disputa presidencial. No entanto, Zema disse ainda não saber se o capitão reformado lhe retribuirá o apoio. “Ele ficou de analisar, mas já ficou claro, que se houver alguém que ele irá apoiar em Minas, será nós (sic).”