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Funcionários da Cemig alegam más condições de trabalho em audiência pública

Audiencia funcionarios da Cemig Daniel Protzner
Objetivo era debater a campanha salarial, as reivindicações dos trabalhadores e as condições do acordo coletivo e da participação nos lucros e resultados (Foto: Daniel Protzner)
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A Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social realizou uma audiência pública, nesta quinta-feira (9), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a requerimento do presidente da comissão, deputado Betão (PT). O objetivo era debater a campanha salarial, as reivindicações dos trabalhadores da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e as condições do acordo coletivo e da participação nos lucros e resultados. Além da pauta, servidores também denunciam más condições de trabalho.

De acordo com o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Carlos Wagner Machado, os resultados da Cemig permitem que os trabalhadores recebam um aumento real, sem se limitar ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação do país. Carlos expõe que a última vez que houve um aumento real por produtividade na empresa foi em 2012, mesmo com o lucro líquido atingindo R$ 3,8 bilhões em 2022 e R$ 2,4 bilhões só no primeiro semestre de 2023.

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O superintendente de gestão de pessoas, Brunno Sant’Anna, representou a direção da Cemig na audiência, e defendeu o acordo coletivo proposto pelo Governo. Segundo ele, a proposta não retira nenhum benefício, como tíquete-alimentação, auxílio-educação, auxílio-creche e movimentações salariais.

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‘Assédio e perseguição’

Além da remuneração, representantes dos trabalhadores também relatam más condições de trabalho enfrentadas por servidores da Cemig. O coordenador-geral do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores da Indústria de Minas Gerais, Emerson Andrada, fala de sucessivos acidentes de trabalho, inclusive com mortes. A denúncia envolve ainda prática de assédio moral sistemático na empresa.

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O membro do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Everson Tardeli, corrobora o discurso, alegando perseguições a dirigentes de sindicatos. De acordo com Everson, a proposta de acordo coletivo ainda contaria com uma medida que limita a liberação de funcionários para os sindicatos.

Já a redução do quadro de pessoal da Cemig é uma preocupação citada pela diretora do Sindicato dos Engenheiros de Minas Gerais, Maria Helena Barbosa. Com o aumento do número de consumidores e, consequentemente, uma rede maior para ser supervisionada, as operações estariam sendo colocadas em risco.

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O representante da companhia garante que todas as instalações são seguras, e que esse é “um valor inegociável” da companhia. Quanto à falta de pessoal, ele cita a contratação de 270 eletricistas em 2022 e a abertura de 240 vagas em concurso público.

Em nota encaminhada à Tribuna, a Cemig informou que está em negociação com as entidades sindicais para a renovação de seu Acordo Coletivo de Trabalho. Além disso, a companhia informou que presentou sua proposta final nesta quinta. “O conteúdo da proposta contempla a manutenção de todos os benefícios atuais para os empregados da companhia por mais 18 meses. Dessa forma, a Cemig garante um dos melhores acordos coletivos do Brasil.”

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