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Não apoiaremos nem o PT nem o candidato Bolsonaro, diz Alckmin

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Após bate-boca entre o presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, e o candidato do partido ao governo de São Paulo, João Doria, os tucanos decidiram liberar os correligionários e não vão apoiar nenhum candidato no segundo turno da disputa presidencial entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).

“Não apoiaremos nem o PT nem o candidato Bolsonaro. O PSDB decidiu liberar seus militantes e seus líderes”, anunciou Alckmin após reunião da executiva nacional que ocorreu na sede do partido, em Brasília. Ele pontuou que a liberação significa neutralidade na campanha.

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Alckmin destacou que a posição é coerente com o que ele defendeu ao longo de sua campanha à Presidência da República. “Já vínhamos pontuando que extremos não são a solução”, defendeu.

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Em reunião acalorada, Alckmin chamou Doria de “temerista”. O candidato tucano ao governo de São Paulo cobrava do partido mais ajuda financeira às campanhas dos candidatos a governos estaduais que passaram para o segundo turno. Alckmin interrompe Doria e diz: “Traidor, eu não sou”.

Questionado sobre a discussão, Alckmin desconversou. “Divergências são naturais e não ocorrem pela imprensa. Não faço política pela imprensa”, afirmou.

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Doria, por sua vez, disse que Alckmin está com o “emocional abalado” por causa do “resultado inesperado” da eleição, onde saiu derrotado e recebeu menos de 5% dos votos. “Se Geraldo teve algum dissabor pessoal, da minha parte tem o meu perdão. Não foi nada que possa abalar as nossas relações pessoais”, declarou Doria à imprensa depois de deixar a reunião. Ele saiu antes do encontro terminar.

Questionado sobre o seu resultado na disputa presidencial, Alckmin disse que foi uma campanha “atípica” e que “todos os partidos estão enfraquecidos”. Mencionou ainda o fato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estar preso e de Bolsonaro ter sofrido um atentado durante a campanha.

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Novo

partido Novo informou na manhã desta terça-feira (9) que não deve apoiar ninguém no segundo turno das eleições presidenciais, que serão decididas entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). “O Novo não apoiará nenhum candidato à Presidência, mas somos absolutamente contrários ao PT, que tem ideias e práticas opostas às nossas”, diz nota da legenda enviada à imprensa.

Com pouco mais de 2,7 milhões de votos, o candidato João Amoêdo, líder do partido, ficou em quinto lugar na disputa presidencial, à frente de nomes como Marina Silva (Rede), Henrique Meirelles (MDB) e o senador Alvaro Dias (Podemos).

Na segunda-feira (8), em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, Amoêdo chegou a elogiar o economista Paulo Guedes, coordenador econômico da campanha do capitão reformado. “Ele tem algumas ideias que se assemelham ao que defendemos, como mais liberdade econômica e privatização de estatais”, afirmou. “O problema é que essas propostas vêm do assessor econômico. Bolsonaro, como deputado (o candidato está em seu sétimo mandato na Câmara), nunca foi um grande defensor dessas pautas”, disse.

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No entanto, um dia depois, a sigla tomou a decisão de manter a neutralidade. “O cenário presidencial no segundo turno não é aquele que desejávamos. Manteremos nossa coerência e nossa contribuição se dará através da atuação de nossa bancada eleita”, informa o documento. Nessas eleições, a sigla elegeu oito deputados federais, 11 estaduais e um distrital.

PP

Na mesma linha do Partido Novo, o PP informou que não deve apoiar nenhum candidato no segundo turno. Em nota, o partido disse que terá postura de “absoluta isenção e neutralidade”. “O eleitor quer tomar sua decisão sem que qualquer outro aspecto, que não os candidatos, sejam levados em consideração como critério de escolha”, diz o documento. A sigla destaca ainda que deseja contribuir com o futuro governo – o partido elegeu 37 deputados federais e cinco senadores.

Na segunda-feira, o presidente do PDT, Carlos Lupi, disse que o partido deve anunciar o que está chamando de “apoio crítico” à candidatura de Fernando Haddad (PT), no segundo turno. No mesmo dia, a Executiva Nacional do PSOL oficializou apoio ao petista. O PSDB, o PPS e o PSB ainda terão reuniões entre terça e quarta-feira (dias 10 e 11) para decidir qual posicionamento adotar.

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PSB

O governador do Distrito Federal e candidato à reeleição, Rodrigo Rollemberg, afirmou nesta terça que o seu partido, o PSB, deverá liberar os diretórios regionais onde há segundo turno para que eles se posicionem sobre a disputa nacional levando em conta especificidades locais. A tendência da Executiva Nacional da sigla é apoiar o presidenciável Fernando Haddad, do PT.

A cúpula do partido está reunida em Brasília nesta tarde. A decisão deve ser anunciada em breve. O partido ainda disputa o segundo turno em São Paulo, com Márcio França, no Distrito Federal, com Rodrigo Rollemberg, no Amapá, com João Capiberibe, e Sergipe, com Valadares Filho.

Dissidência

Candidato ao governo de São Paulo, Márcio França (PSB) defendeu que o partido se mantivesse neutro em relação ao pleito nacional. Haddad lembrou ao pessebista, no entanto, que o PT apoia candidatos do PSB em estados no primeiro e no segundo turno. No último domingo, o PSB elegeu candidatos em Pernambuco, Paraíba e Espírito Santo. Em campanha para o segundo turno, França não compareceu à reunião da Executiva Nacional.

PR

O Partido da República (PR) liberou seus parlamentares para apoiar qualquer um dos candidatos a presidente da República no segundo turno. No comando do PR, o ex-deputado Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão, comunicou aos parlamentares sobre a decisão de neutralidade, depois de participar de reunião na segunda-feira (8) com outros dirigentes de partidos do Centrão (DEM, PP, PRB e Solidariedade), que estavam coligados ao tucano Geraldo Alckmin, derrotado no primeiro turno.

“Valdemar já autorizou a liberação em todos os estados. Cada parlamentar apoia quem achar que deve”, disse ao jornal “O Estado de S. Paulo” o líder do PR na Câmara, deputado José Rocha (BA), reeleito na Bahia e apoiador de Haddad. O PR tem atualmente 40 parlamentares na Casa e elegeu 33 para a próxima legislatura.

Rocha diz que não há como quantificar hoje se a bancada tem uma maioria pró-Haddad ou pró-Bolsonaro. Na Bahia, diz ele, a maioria é favorável ao petista por causa da coligação e base do governador reeleito Rui Costa, do PT. Já em São Paulo, há integrantes da bancada da bala que apoiam abertamente Bolsonaro, como o deputado capitão Augusto (PR-SP).

O líder do PR entende que os únicos partidos que conseguem orientar voto no segundo turno são os que ele chama de “ideológicos”, principalmente de esquerda, como PDT e PSB, entre outros: “Orientação partidária no segundo turno não existe, a não ser os partidos ideológicos e os religiosos, as igrejas, que comandam”.

Alvaro Dias

O candidato derrotado à Presidência pelo Podemos, Alvaro Dias, afirmou na tarde desta terça, em transmissão ao vivo via Facebook, que não vai apoiar o concorrente do PT, Fernando Haddad. O candidato, que também é senador pelo Paraná, disse que a Executiva Nacional do Podemos vai se reunir esta noite para decidir o destino da sigla no segundo turno.

“Mas eu já adianto. Não existe a hipótese de eu apoiar o PT no segundo turno desta eleição. Esta hipótese não existe, ela não é real”, afirmou. “Jamais vou me esquecer o que eu disse nos últimos 15 anos: o PT é uma organização criminosa que assaltou os cofres públicos.” Dias ficou em nono lugar na corrida à Presidência, com 859.601 votos (0,80%). A declaração é dada entre 22min30s e 23min40s do vídeo abaixo.

PTB apoia Bolsonaro

Após integrar a coligação do candidato derrotado Geraldo Alckmin (PSDB) no primeiro turno, o PTB decidiu apoiar Jair Bolsonaro no turno. A decisão foi comunicada nesta terça-feira e aconteceu após reunião da Executiva Nacional da sigla, presidida por Roberto Jefferson.

“Acreditamos que Jair Bolsonaro trabalhará para que o nosso país volte aos trilhos do desenvolvimento social e econômico, e pela pacificação e união do povo brasileiro”, diz o partido em nota divulgada nesta terça. Na eleição deste ano, o partido encolheu na Câmara, passando de 19 para 10 deputados.

Confira, na íntegra, a nota do PTB:

“Após consultar os membros da Executiva Nacional, o Partido Trabalhista Brasileiro vem a público manifestar o seu apoio à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República no segundo turno das eleições de 2018.

O PTB acredita que as propostas de Bolsonaro visam um Brasil com mais empregos e melhoria de renda aos trabalhadores; com menos impostos e menos gastos públicos; e que respeite nossos municípios e nossas crianças, proporcionando a elas educação de verdade e com qualidade. Dentre outros, são projetos que objetivam um país eficiente e competitivo.

Acreditamos que Jair Bolsonaro trabalhará para que o nosso país volte aos trilhos do desenvolvimento social e econômico, e pela pacificação e união do povo brasileiro.

Por essas razões, o PTB irá apoiá-lo neste segundo turno.

Brasília, 9 de outubro de 2018

Roberto Jefferson

Presidente Nacional do PTB”

Solidariedade

Com maioria favorável a entrar em campanha pelo candidato do PT, o Solidariedade tende a liberar a bancada de parlamentares e seus filiados no segundo turno da eleição presidencial. A Executiva Nacional do partido vai se reunir nesta quarta-feira (10), às 10h, para tomar a decisão em um hotel em São Paulo.

“Eu acho que tem gente de todo lado, uma maioria pró-Haddad. Mas acho que o melhor caminho para o partido é liberar. A ideia que eu tenho é encaminhar a proposta de liberar. Quem quiser ajudar o Haddad vai ajudar, sem ter obrigação de apoiá-lo”, disse à reportagem o presidente do partido, deputado Paulinho da Força (SP), reeleito no domingo.

A postura de neutralidade, ao menos oficial, com liberação dos militantes e filiados com mandato para apoiar Haddad ou Bolsonaro, de acordo com interesses próprios, é uma tendência nos demais partidos do Centrão, bloco que apoiou o tucano Geraldo Alckmin no primeiro turno. Além do PP, que já declarou neutralidade, fazem parte do grupo ainda DEM, PR e PRB, que anuncia sua posição na noite desta terça, em Brasília.

A Força Sindical, principal base social do Solidariedade, anunciou nesta segunda-feira (8), que vai apoiar Haddad. O secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna, diz que o apoio será formalizado em um encontro do petista com centrais sindicais também nesta quarta. Participarão a CUT, UGT, Nova Central, Intersindical, CTB e CSB.

“Vamos prestar o apoio formal e também levar a agenda do trabalho a ele. Colocaremos a questão do desenvolvimento com geração de empregos, garantia de liberdades e da democracia e uma reforma da Previdência sem retirar direitos”, disse Juruna.

José Serra e FHC

Uma das principais lideranças do PSDB, o senador José Serra (SP) comunicou, através de sua conta no Facebook, que não irá, pessoalmente, apoiar Jair Bolsonaro (PSL) nem Fernando Haddad (PT). “Nem o reacionarismo cultural do Bolsonaro nem mais uma aventura petista”, disse o tucano, que foi candidato do partido ao Palácio do Planalto em 2002 e 2010, derrotado respectivamente por Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

“Na linha do que disse o presidente Fernando Henrique, a população brasileira nos enviou para a oposição. Não nos cabe como partido fazer propostas nem muito menos ofertas. Não tenho nenhuma disposição de apoiar nem o reacionarismo cultural do Bolsonaro nem mais uma aventura petista. Acho que a direção do PSDB deve seguir essa orientação. Nunca jogando no quanto pior, melhor”, escreveu Serra.

Na segunda-feira (8), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso desmentiu que apoiará Haddad (PT) no segundo turno. “As redes divulgam que apoiarei Haddad. Mentira: nem o PT nem Bolsonaro explicitaram compromisso com o que creio”, escreveu FHC.

Nesta terça-feira, 9, a executiva nacional do PSDB, que é presidida por Geraldo Alckmin, se reúne às 15h, em Brasília, para decidir, entre outras coisas, sobre se irá se posicionar no segundo turno.

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