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Codemge coloca Expominas Juiz de Fora à venda

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O imóvel que sedia o Expominas Juiz de Fora, na altura do km 790 da BR-040, pode ser vendido. Já está aberto um edital da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) que prevê a alienação do espaço. A abertura das propostas da concorrência está programada para o dia 6 de janeiro de 2022. O preço estimado como valor de referência do imóvel é de pouco mais de R$ 61 milhões. Segundo as regras do certame, o possível comprador do espaço, contudo, “deverá manter a finalidade do imóvel como sendo um Centro de Convenções”. Tal exigência se dá por conta de legislação municipal de 2005 que chancelou a doação à Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), por parte do Município de Juiz de Fora, da área em que o espaço foi construído.

Governo estadual alerta que a marca “Expominas” não está sendo vendida com o imóvel; eventual interesse em sua utilização deverá ser objeto de contrato de cessão de uso da marca (Foto: Fernando Priamo)

O edital de licitação prevê que a concorrência ocorra no modo de disputa aberto, tendo como critério de julgamento a maior oferta de preço. As balizas a serem seguidas respeitarão a legislação federal que trata do estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, e de outros dispositivos legais pertinentes. “A marca ‘Expominas’ não está sendo vendida juntamente com o imóvel e eventual interesse em sua utilização pelo futuro comprador deverá ser objeto de contrato de cessão de uso da marca”, pontua o edital. A licitação “é aberta a todos os interessados, pessoas físicas e jurídicas, nacionais e estrangeiras, autorizadas a funcionar no país, que estejam em condições legais de exercício e que atendam integralmente às exigências e condições” colocadas para o certame.

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A Tribuna entrou em contato com a Codemge para saber quais as motivações para a venda, mas, até a edição desta reportagem, o jornal ainda não havia obtido retorno.

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Preocupação

Presidente da Associação Comercial e Empresarial de Juiz de Fora (ACE), Aloísio Vasconcelos afirma que as lideranças do setor produtivo da cidade têm acompanhado de perto a situação do Expominas Juiz de Fora. Inclusive, o futuro do aparelho deve ser alvo de conversas entre Aloísio e representantes do Governo de Minas, em viagem a Belo Horizonte que ele deve cumprir nos próximos dias. “Não podemos perder um patrimônio desse, que foi criado como uma alavanca para o desenvolvimento de Juiz de Fora. Se ele for vendido, precisamos desta garantia de que aquilo seja um centro de convenções”, afirma o presidente da ACE.

Aloísio ressalta que, inclusive, já manteve conversas com o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, sobre o tema. “A nossa ideia é criar uma parceria público-privada com os hotéis de Juiz de Fora para que eles possam explorar o Expominas e ter um calendário consistente de eventos. Desde julho, quando o secretário esteve aqui em Juiz de Fora, estamos tratando desse assunto. Nós continuamos acreditando que ele pode e deve ser uma grande alavanca para o desenvolvimento regional. Hoje, não cumpre esse papel porque não tem gestão nenhuma, não tem ninguém para atrair investimentos, nem nada do tipo. Mas acreditamos que isso possa se viabilizar”, considerou.

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Vice-presidente do Juiz de Fora Convention, Thais Lima, afirma que o setor de eventos da cidade também está atento à situação do Expominas. Para ela, a solução para o local seria uma parceria entre o poder público-privada, conciliando um aporte financeiro do Estado com uma gestão colaborativa com entidades privadas. Ela afirmou que o receio do segmento é de que pela atual conjuntura financeira pela qual passe o país, a cidade perca o espaço para outra atividade, que não promova tanto emprego e renda quanto o turismo e os eventos. Toda cidade sonha em ter um equipamento igual ao Expominas. O ideal seria uma gestão coparticipativa entre público e privado.”

Tentativa frustrada
Em 2017 foi realizada uma licitação para a escolha de empresa interessada em explorar o Expominas Juiz de Fora. Não existiram, no entanto, propostas no edital, que previa uma remuneração mínima mensal de R$ 100 mil à Codemig. A duração do contrato seria de 15 anos, podendo ser prorrogado por igual período. A abertura dos envelopes com as propostas estava agendada para acontecer em Belo Horizonte. Desde sua inauguração, há 15 anos, o local é considerado subutilizado.

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Espaço tem infraestrutura para receber até 13 mil pessoas

No próprio site da Codemge, o Expominas Juiz de Fora é descrito como “um espaço multiuso, com infraestrutura para receber até 13 mil pessoas, simultaneamente, em exposições, feiras, congressos e convenções”. O espaço destinado à realização de eventos é de 15 mil metros quadrados. Inaugurado em 2006, o centro de convenções está localizado às margens da BR-040, na altura do km 790, a 15 minutos do Centro da cidade. O imóvel foi construído em um terreno de 126 mil metros quadrados e conta com uma área construída de 20 mil metros quadrados.

“O conceito e a marca Expominas se expandiram para a Zona da Mata, com a inauguração, em 2006, do empreendimento em Juiz de Fora. A construção denota a alta capacidade econômica da cidade, que desponta como polo industrial e comercial. O investimento da Codemge totalizou R$ 47,6 milhões”, afirma a companhia estatal em seu site. A companhia reforça ainda que a estrutura do espaço permite a realização de eventos de até oito mil pessoas simultaneamente, possibilitando a realização de seis eventos distintos.

Para isso, o centro de convenções possui um pavilhão em dois pavimentos para feiras e eventos, que juntos totalizam 8.340 metros quadrados; teatro com 1.525 assentos; quatro salas multiuso; um hall nobre; áreas de serviços e apoio e estacionamento para 1.100 veículos; além de sistema de ar condicionado central.

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