O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), cumpriu uma agenda partidária em Juiz de Fora nesta sexta-feira (7). Na cidade, ele participou do 1º Encontro Mesorregião da Zona da Mata do Partido Novo, realizado no Trade Hotel. Antes do evento, Simões conversou com a imprensa local e fez uma análise da atual situação econômica da região. Para ele, os caminhos para a retomada do desenvolvimento da Zona da Mata passam pela aposta em formação técnica e em indústrias de tecnologia agregada para Juiz de Fora e pelo fomento às vocações de cada uma das microrregiões da Zona da Mata.
“Quando a gente pensa que a Zona da Mata, há cem anos, era a principal e única área industrializada do estado de Minas Gerais, a gente começa também a se perguntar por que a Manchester brasileira passou por esse período de retração econômica, a ponto de haver essa preocupação de ela ser a segunda região com menor volume de desenvolvimento, menor número de investimento no estado ao longo dos últimos anos. Uma parte disso se deve à desindustrialização da cidade de Juiz de Fora, especificamente, que passa nas últimas décadas por um processo de fechamento ou diminuição de atividade das suas indústrias”, contextualizou o vice-governador.
Feito o diagnóstico histórico, Mateus Simões pontuou que a retração econômica vivenciada nas últimas décadas, apesar de não ser uma realidade uniforme em toda a região, implicou em uma baixa autoestima dos moradores da Zona Mata. “Quando a gente roda pesquisa para medir o otimismo das pessoas com relação à sua própria vida, onde o otimismo do mineiro é mais baixo é exatamente na Zona da Mata. Ou seja: de alguma forma, a moral da população na Zona da Mata vem sendo abatida pelo fato de a região enfrentar, nas últimas décadas, uma retração econômica em Juiz de Fora e no seu entorno imediato.”
Para reverter o ciclo, o vice-governador defende que o Poder público, incluindo o Estado, deve apostar em valorizar as vocações econômicas locais. “Temos exemplos bem-sucedidos de núcleos de desenvolvimento na Zona da Mata que mostram que a gente consegue gerar desenvolvimento se estiver vocacionado. Se a gente pensar em Ponte Nova, por exemplo, é uma cidade que continua crescendo ano após ano, com suinocultura, com laticínio, e com atividades agroindustriais muito fortes. Quando a gente pensa também em Ubá ou a gente começa a falar em Visconde do Rio Branco, nós estamos falando de cidades que continuaram avançando bastante. Então, é muito importante que a gente não generalize a situação da Zona da Mata.”
Juiz de Fora
Para reverter o cenário de estagnação econômica que abate Juiz de Fora há décadas, Mateus Simões considera que a cidade precisa avançar na compreensão de um novo perfil industrial e de sua atual vocação econômica. “A gente não vai voltar àquele tipo de indústria que Juiz de Fora tinha há cem anos, mas nós temos condição de atrair desenvolvimento para cá sim, em setores em que a tecnologia seja mais próxima do processo produtivo. Especialmente, porque a cidade é muito rica em fornecimento de mão de obra qualificada por causa do seu volume de universidades.”
Para o vice-governador, outra aposta para a cidade deve ser a capacitação técnica da mão de obra local. “Juiz de Fora é uma das grandes expectativas de melhora da renda média do mineiro para nós do Governo do estado. Estamos oferecendo muitas vagas de ensino técnico aqui exatamente por isso, no nosso Trilhas de Futuro, e a gente tem a expectativa de que isso possa, ao final, resultar em uma mão de obra média mais bem paga.”
Simões destaca três pilares como foco do primeiro ano do segundo mandato de Zema
O vice-governador Mateus Simões também fez uma avaliação dos primeiros seis meses do segundo mandato do governador Romeu Zema à frente do Estado, e projetou os próximos seis meses do governo. “Se a gente pensa no mandato anterior, ele foi exclusivamente sobre colocar a conta em dia. Esse mandato tem que ser sobre geração de renda e geração de postos de trabalho. Para isso, nós temos três pilares que já estão bastante desenvolvidos nesse primeiro ano e que vão ganhando velocidade à medida que o mandato vai se desenvolvendo”, considerou.
Segundo Simões, o “primeiro pilar é o pilar de atração de investimento”. “Nós somos bons nisso. Durante todo o primeiro mandato, fomos recordistas em atração de investimento no país. Temos um saldo positivo. Nesse momento, a gente soma, em quatro anos e meio, 680 mil postos de trabalho criados em Minas Gerais e mais de R$ 350 bilhões em investimentos, com três anos de pandemia no meio do caminho. Nós geramos mais empregos em número absoluto que qualquer outro estado do país exceto São Paulo, que ganha da gente por pouco.”
Para além da busca por novos investimentos, e também por conta disso, os outros dois pilares colocados pelo vice-governador como prioridade no primeiro ano do atual mandato são o reforço da infraestrutura rodoviária e a aposta em ações para a qualificação da mão de obra mineira, pontuando que o estado já deve começar a colher frutos do programa “Trilhas de Futuro”. O projeto foi lançado no primeiro mandato de Zema e oferta, de forma gratuita, cursos técnicos a estudantes e egressos do ensino médio.
“Estamos falando, ao longo desses quatro anos de governo, da formatura de quase 400 jovens, o que representa um volume excepcional em cada uma das regiões do estado. Nós estamos falando de 2% de toda a população de Minas Gerais sendo qualificada nesse processo ao longo de quatro anos”, avaliou Mateus Simões. Sobre a priorização do reforço da infraestrutura rodoviária estadual, o vice-governador afirmou que já existem várias ações em andamento.
“A questão da infraestrutura rodoviária está presente já nas várias obras que nós temos em andamento. Concedemos 2,5 mil quilômetros de rodovia, reformamos 2 mil quilômetros de rodovia, temos, hoje, 2,3 mil quilômetros de rodovia em obra e vamos continuar abrindo frente de serviço. O compromisso do governador é investir pelo menos R$ 2 bilhões em rodovias por ano”, sinalizou.