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PJF e lideranças comerciais definem 16 prioridades para desenvolvimento de JF

Expominas-destacada-by-Fernando-Priamo

(Foto: Fernando Priamo)

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Uma carta com demandas diversas para a retomada do desenvolvimento econômico de Juiz de Fora será encaminhada ao Governo de Minas Gerais. O documento, que leva a assinatura da Prefeitura e da Associação Comercial e Empresarial (ACEJF), foi elaborado em conversas com representantes do setor produtivo local e é chamado de “Carta de Juiz de Fora”. O documento aponta “elementos para a definição de compromissos mútuos em favor do desenvolvimento de Juiz de Fora e Região”.

“Ainda nesta semana, vou a Belo Horizonte para entregar essa carta ao governador Romeu Zema (Novo). Dependemos apenas de uma agenda com o secretário de Estado Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio”, afirmou, à Tribuna, o presidente da associação comercial, Aloísio Vasconcelos. Ele disse ainda que, na viagem, devem ser tratadas questões relacionadas ao Expominas.

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Para isso, foram definidos quatro eixos e 16 prioridades que pretendem nortear ações e políticas públicas municipais e estaduais “na infraestrutura e equipamentos, ambiente de negócios, acesso a mercados e capacitação e qualificação profissional”. A carta ainda define prioridades e responsabilidades dos governos estadual e municipal para “definição de compromissos mútuos e das ações a serem colocadas em curso”.

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Responsabilidades

O documento afirma que “cabe ao Estado buscar, em articulação com o Município de Juiz de Fora e os demais da Zona da Mata, desenhar programas mais abrangentes para identificação e solução de problemas na área de infraestrutura, além da prospecção de investimentos para cidade e região, em especial os que potencializam as vocações locais, definindo instrumentos tributários e linhas de financiamento das agências estaduais para encaminhamento das ações.”

Já da parte do Município, o que a pauta de reivindicação solicita é o avanço da agenda de desburocratização e a consolidação de relações harmoniosas e produtivas com as agências do governo estadual ligadas ao desenvolvimento. Também é requerida a criação de grupos de trabalho com os órgãos estaduais para encaminhamento conjunto das ações propostas favorecendo seu desempenho e possibilidade de êxito.

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“Juiz de Fora e a Mata Mineira foram, por décadas, a cidade e região de maior peso na economia estadual. A recuperação de sua economia será benéfica para a sua gente e para todo o estado, reduzindo as desigualdades regionais que afetam negativamente a economia mineira. Nesta Carta de Juiz de Fora, o poder público estadual e municipal, bem como as entidades empresariais da cidade se comprometem a trabalhar nessa direção, levando adiante as ações elencadas acima e mobilizando a sociedade civil do município para o alcance dos objetivos propostos”, fecha a carta, que é assinada pela prefeita Margarida Salomão (PT) e pelo presidente da associação comercial, Aloísio Vasconcelos.

Desdobramentos

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A confecção da Carta de Juiz de Fora é um desdobramento dos compromissos firmados entre a Associação Comercial e Empresarial e o Governo de Minas em 15 de julho deste ano. Na ocasião, lideranças empresariais da cidade se encontraram com o governador Romeu Zema e sugeriram a elaboração do documento, envolvendo compromissos mútuos, do Estado, do empresariado e do Poder Público municipal para a retomada do desenvolvimento de Juiz de Fora e da Zona da Mata.

Eixo 1: Infraestrutura e equipamentos

O primeiro eixo elencado na Carta de Juiz de Fora é intitulado “Infraestrutura e equipamentos”. O item considera que “um conjunto de obras viárias são indispensáveis”. Neste sentido, o texto destaca a necessidade da complementação da via que liga Juiz de Fora ao Aeroporto Itamar Franco e uma solução definitiva do acesso ao Porto Seco instalado em Dias Tavares. “Tais intervenções levariam não só a um aumento do escoamento da produção realizada e que passa pela cidade, como serviriam à atração de grandes importadores para Juiz de Fora.”

Para a Prefeitura e a Associação Comercial, as obras resultariam no incentivo à chegada de novos empreendimentos na cidade, pois serviria para dinamizar a “sempre decantada vantagem logística, pela proximidade com grandes centros do país, ligados pelos modais rodoviário, ferroviário e aeroviário”. Outras sugestões colocadas no texto seriam as construções de um mini-anel viário no entorno da cidade e de uma da Avenida Rio Branco com a Estrada União Indústria. As medidas são sugeridas para facilitar a circulação de mercadorias na região e a mobilidade urbana de Juiz de Fora.

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Acesso à internet

“É fundamental garantir o acesso universal à internet, em todas as áreas do município, com qualidade. Só isso produziria efeitos dinâmicos sobre a área rural de Juiz de Fora, acentuaria o dinamismo do vigoroso setor de tecnologia de informação e comunicação da cidade, além de melhorar o desempenho dos setores de serviços, comércio e indústria, favorecendo sua conexão com redes internacionais e a divulgação da cidade como roteiro turístico”, diz o texto.

O pleito ainda requer a revitalização de espaços equipamentos existentes na cidade, como os distritos industriais e o Centro de Convenções; e o apoio à criação do Instituto de Pesquisas Translacionais e do Centro de Logística e Tecnologia Têxtil-confeccionista.

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Eixo 2: ambiente de negócios

Neste quesito, a Carta de Juiz de Fora ressalta que a cidade vive um processo de desburocratização, que busca simplificar procedimentos e facilitar a liberação de atividades econômicas e instituição de mecanismos de deliberação que melhorem o ambiente de negócios. O texto ainda destaca a importância da viabilização e consolidação em curto prazo de arranjos produtivos locais como os dos setores cervejeiro, alimentos e laticínios, biotecnologia e têxtil-confeccionista.

Assim, o documento considera a necessidade de Estado e Município permanecerem atentos às oportunidades que surgem, sem distinção da natureza do empreendimento, desde que resulte em elevação da renda na cidade. Neste trecho, a carta cita, como potencial de gerar efeitos de encadeamento positivos, empresas que podem se articular ao setor de TI ou de energia renováveis, como a empresa Braspell, que, na semana passada assinou protocolo de intenções para se instalar na cidade, em investimentos que podem chegar a R$ 3 bilhões em dez anos.

Ainda é reivindicada a inclusão definitiva de Juiz de Fora e região na política de atração de investimentos do estado.

Eixo 3: Acesso a mercados

A Carta de Juiz de Fora também solicita que seja realizada uma divulgação maciça da cidade, fortalecendo sua condição de destino turístico em variadas dimensões. Para isto, o documento pede a inclusão mais destacada da cidade nas ações de divulgação estaduais no cenário nacional e internacional. Outro ponto pleiteado é a criação de um grupo de trabalho para prospecção de mercados e definição de um roteiro de eventos e missões.

Eixo 4: Capacitação

No quesito qualificação, o documento destaca que o Município é o quarto com o maior em capital humano dentre as cem mais populosas do país. “Mas há demandas pontuais a serem contempladas.” Para isto, a solicitação é de que seja feito um mapeamento das demandas de qualificação dos setores produtivos existentes na cidade.

Assim, o pleito é pela formação de desenvolvedores na área de TI, combinada à disseminação do ensino instrumental de língua inglesa. Também são reivindicadas ações para qualificação de profissionais que atendam a atividades específicas do setor têxtil confeccionista e metal-mecânico. “No setor cervejeiro, identifica-se a necessidade de técnicos em refrigeração. Por fim, dado o peso do setor metal mecânico na cidade, um programa de capacitação de fornecedores é fundamental para que tal setor eleve os efeitos de encadeamento na economia local”, diz o texto.

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