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Bolsonaro e Haddad disputarão a Presidência no 2º turno

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Os eleitores brasileiros terão que retornar às urnas no dia 28 de outubro para definir quem será o próximo presidente da República, em um embate que colocará frente à frente, Jair Bolsonaro (PSL), mais votado no primeiro turno, e Fernando Haddad (PT). Um novo embate entre as duas candidaturas está programado para o próximo dia 28 de outubro, quando o mais votado receberá da maioria do eleitorado a responsabilidade de comandar os rumos do país nos próximos quatro anos, a partir do dia 1º de janeiro de 2019.

O resultado das urnas garantiu uma vaga no segundo turno para os dois candidatos que tiveram as trajetórias mais conturbadas durante o atual processo eleitoral. Liderando as pesquisas nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde o início da campanha, Bolsonaro fazia uma campanha linear que dava mostras de que poderia chegar ao segundo turno, a despeito de desconfianças que pesavam sobre qual seria o seu desempenho em sabatinas e debates com os concorrentes. Tudo mudou no dia 6 de setembro, quando o candidato do PSL fez uma visita a Juiz de Fora. Durante uma caminhada pelo Calçadão, acabou sendo vítima de um atentado ao ser atingido por uma facada desferida por Adélio Bispo de Oliveira.

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Além de colocar a vida do deputado em risco — ele teve que passar por procedimentos cirúrgicos em Juiz de Fora — na Santa Casa — e em São Paulo, o atentado praticamente paralisou a campanha de Bolsonaro e o impossibilitou de cumprir agendas públicas desde o ato em Juiz de Fora. Assim, basicamente, a campanha do deputado federal se resumiu a publicações e “lives” em redes sociais, sem, portanto, a presença do candidato em debates públicos e sabatinas.

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Do outro lado, Haddad só começou sua campanha de fato no dia 11 de setembro. Até então, o ex-prefeito de São Paulo era apresentado como candidato a vice-presidente em chapa encabeçada pelo ex-presidente Lula, preso em Curitiba. Tal definição só ocorreu dez dias após o TSE ter rejeitado a candidatura de Lula à Presidência com base na Lei da Ficha Limpa. O ex-presidente petista foi condenado, em segunda instância, a 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex em Guarujá.

Assim Haddad teve menos tempo para se apresentar como candidato à Presidência da República que todos os seus outros adversários. Por outro lado, beneficiou-se da popularidade de Lula, que liderava todas as pesquisas de intenção de voto quando seu nome era colocado como uma das opções ao Palácio do Planalto. Assim, ao menos em um primeiro momento, o ex-presidente foi um cabo eleitoral importante e capaz de transferir votos para seu indicado como presidenciável petista no atual processo eleitoral.

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Fim da polarização entre PT e PSDB

A definição de um embate entre Bolsonaro e Haddad coloca um ponto final em uma polarização da disputa presidencial que se fez valer por 20 anos. Entre 1994 e 2014, sempre os candidatos do PT e do PSDB estiveram entre os mais votados. Em 1994 e 1998, ainda impulsionado pela consolidação do Plano Real, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) conseguiu deixar o também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para trás e vencer os dois pleitos ainda no primeiro turno, garantindo aos tucanos a hegemonia do Poder Executivo Federal por oito anos.

O cenário se inverteu a partir de 2002, após três tentativas frustrada, Lula conseguiu ampliar sua capacidade de diálogo com diferentes setores da sociedade e, assim, atingir uma parcela maior do eleitorado. O novo tom ajudou o petista a sair vitorioso das urnas nos pleitos de 2002 e 2006, quando, respectivamente, bateu José Serra (PSDB) e Geraldo Alckmin (PSDB), sempre no segundo turno. O potencial eleitoral petista foi referendado nas duas eleições seguintes, quando, indicada por Lula, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) voltou a suplantar adversários tucanos — Serra, em 2010 e Aécio, em 2014.

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Assim, desde 1989, Bolsonaro é o primeiro candidato de um partido fora do polo PT-PSDB a avançar para o segundo turno de uma eleição presidencial. Se este ano, o PSDB ficou pelo caminho, há uma singularidade capaz de unir todos os processos eleitorais realizados desde a redemocratização que se seguiu aos 21 anos de ditadura militar: sempre em que há uma decisão em segundo turno na disputa pela Presidência, o Partido dos Trabalhadores aparece como um dos protagonistas da disputa. É assim desde 1989, quando, no primeiro pleito direto após o fim do período militar, o ex-presidente Lula disputou sua primeira eleição nacional e foi derrotado pelo também ex-presidente Fernando Collor de Mello (à época no PRN e hoje senador pelo PTC).

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