Brasília (ABr) – O chefe da Casa Civil da Presidência da República, ministro Eliseu Padilha, se reuniu ontem com o presidente Michel Temer para apresentar a proposta mais atualizada do Governo para a reforma da Previdência. O texto, que tem sido debatido nas últimas semanas entre os técnicos da equipe econômica e da Previdência, será discutido a partir de terça-feira (11) com representantes dos trabalhadores e aposentados.
Esta não é a primeira versão apresentada a Temer, que já havia pedido alguns ajustes em alguns tópicos da proposta. Inicialmente, o ministro da Secretaria do Governo, Geddel Vieira Lima, havia prometido que o Palácio do Planalto encaminharia o texto ao Congresso Nacional ainda em setembro, antes das eleições municipais, mas acabou cedendo à pressão de sindicalistas e de parte da base aliada.
Na semana que vem, Temer vai se reunir com os presidentes de todas as centrais sindicais para iniciar um diálogo sobre as alterações nas regras previdenciárias. A intenção é que o texto, a ser enviado ao Congresso Nacional ainda neste mês, seja aprovado pelo menos na comissão especial até o fim deste ano e no plenário, no início do próximo. Na quarta, em entrevista ao Jornal da Band, o presidente defendeu a importância da fixação da idade mínima para a aposentadoria para combater o déficit no setor e disse que “talvez” seja necessária uma transição para que as mudanças não prejudiquem os que estão prestes a dar entrada nos benefícios previdenciários.
Congresso
Brasília (AE) – Após uma série de adiamentos, Padilha disse que o Governo pretende enviar ainda em outubro a reforma da Previdência para o Congresso. Após sucessivos adiamentos, o ministro disse que não gostaria de “fixar uma data”, porque o presidente Michel Temer ainda quer discutir a proposta com as centrais sindicais, as confederações de empregadores e os líderes da base aliada. “Política tem o seu tempo”, afirmou.
As declarações do ministro foram dadas após participar de uma homenagem a Ulysses Guimarães, na Câmara de Deputados. Um dos fundadores do PMDB, o político completaria 100 anos ontem.
Citando o ex-presidente do partido, Padilha disse que o governo atual precisa de “coragem” para colocar em curso as reformas necessárias, como a da Previdência e o ajuste fiscal representado pela PEC que estabelece um teto para os gastos públicos. “Tem algumas palavras que definem bem Ulysses, político tem que ter coragem. Hoje, quem faz política no Brasil tem que ter coragem de enfrentar o desafio que aí está. Precisa ter coragem para assumirmos o controle das contas públicas, ou elas ficarem incontroláveis para sempre.”, disse.