A visita de Jair Bolsonaro (PSL) a Juiz de Fora na manhã desta quinta-feira (6) foi marcada por tumulto e confusão. Durante visita à Ascomcer, o candidato foi recebido por muitos apoiadores, que o exaltavam com gritos de ordem. No entanto, a entrada na unidade hospitalar se deu diante de muita confusão, mesmo com a presença de policiais federais na segurança.
Dentro da Ascomcer, pacientes e seus familiares foram empurrados, junto com apoiadores e jornalistas que acompanham o ato de campanha. Uma senhora passou momentos de sufoco para conseguir retirar seu pai, paciente oncológico, da barreira formada pelo excesso de pessoas na recepção do hospital. “Campanha política não é para ser feita dentro de hospital”, reclamou. Leandro Costa, 20 anos, veio acompanhar o avô, e também lamentou a confusão no hospital.
“Eu sabia que ele vinha, eu já tinha que vir mesmo. Eu acho que, independentemente do posicionamento político, este não é o local ideal para fazer um ato de campanha. Há muitos idosos doentes no local.” Pacientes que chegavam para ser atendidos tiveram que entrar por outra porta. A imprensa não pôde acompanhar o presidenciável nas dependências da instituição.
A confusão seguiu na chegada ao Trade Hotel, onde Bolsonaro almoçaria com mais de 600 empresários, apoiadores e lideranças políticas da região. Em meio a novo empurra-empurra, o presidente nacional do PSL, Gustavo Bebianno, chegou a ser barrado pelos seguranças. Após discussão, ele foi obrigado a descer pelas escadas para a entrevista coletiva.
Já no espaço reservado para o almoço, o candidato discursou para os convidados, mas saiu em seguida para um ambiente reservado. Ele estaria sentindo-se mal e com problemas na voz. Durante a fala, o presidenciável fez gesto de incômodo na garganta por sucessivas vezes.
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Em certo momento, policiais federais, que acompanham a campanha de todos os presidenciáveis, e seguranças locais chegaram a discutir. Questionado sobre de quem é a responsabilidade pela sua integridade, Bolsonaro afirmou que seria da Polícia Federal. “Esse pessoal está em lei, é a Polícia Federal que está acompanhando todos os candidatos. São policiais federais voluntários, como vocês que não integram força de segurança, como civis, mas que vieram aqui nos apoiar.”
Procurada pela Tribuna, a Polícia Federal informou que é uma das responsáveis pela segurança do presidenciável e que não há agentes voluntários no serviço, uma vez que há uma legislação federal que garante o uso dos policiais durante os atos de campanha de todos os candidatos com registro no TSE.
Por meio de nota, a Ascomcer confirmou que a recepção do candidato foi organizada e comandada pelos agentes da Polícia Federal. “Em razão da aglomeração de pessoas quando da sua chegada houve pequeno alvoroço, rapidamente solucionado pelos agentes federais, mas que não ocasionou desarranjo e nem prejudicou o atendimento regular dos pacientes desta Casa”, afirma.
A nota diz ainda que, no encontro, foram passadas ao candidato as demandas do hospital, de outras instituições filantrópicas e do sindicato de hospitais da cidade, que também estavam representados. A entidade reafirma que está aberta aos candidatos que estejam dispostos a se empenhar na luta contra o câncer.
Ato no Centro
A partir das 15h, o candidato será levado, em carreata, ao Centro, onde está previsto ato em frente à Câmara Municipal de Juiz de Fora. Ele descerá o Calçadão da Rua Halfeld acompanhado dos eleitores para que, em seguida, faça comício na Praça da Estação. O presidenciável falará ao público da sacada da Associação Comercial. A previsão é que o comício tenha início às 18h.