Durante a sua visita a Juiz de Fora, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) ironizou o resultado da pesquisa do Ibope, divulgada na noite da última quarta-feira (5), na qual aparece liderando a corrida eleitoral com 22%, sendo, também, o mais rejeitado. De acordo com o Ibope, o número de eleitores que disseram que não votariam nele “de jeito nenhum” alcançou 44%.
“A pesquisa diz que aumentou 2% e aumentou a rejeição. Não estou entendendo. Tem alguém morrendo afogado e gritam para ele ‘bebe mais água, senão você morre afogado’, é o que a pesquisa disse ontem. Vamos fazer a nossa parte, eu vou até o final”, ironizou.
Na pesquisa anterior, divulgada no dia 20, Bolsonaro aparecia com 20% no cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teve a candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na comparação com a pesquisa desta quarta-feira, o candidato do PSL oscilou dois pontos percentuais, dentro da margem de erro. Já a sua rejeição, na ocasião, era de 37%, mas, neste caso, os números não podem ser comparados diretamente, uma vez que, em agosto, Lula ainda aparecia na pergunta sobre a rejeição .
‘Fuzilar a petralhada’ foi ‘figura de linguagem’
Durante a visita, Bolsonaro explicou que usou uma “figura de linguagem” ao dizer que iria “fuzilar a petralhada”, durante um evento de campanha em Rio Branco (AC), no último sábado (1º). Na terça (5), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu, em ofício enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que o candidato à presidência da República apresentasse esclarecimentos sobre essa declaração.
Na mesma manifestação, motivada por um pedido do ministro Ricardo Lewandowski, relator da representação do PT, Raquel Dodge descartou que Bolsonaro tenha cometido o crime de injúria eleitoral, mas diz que continua a analisar a existência de ameaça e incitação ao crime.
“Olha, eu fiz o curso do Instituto Universal Brasileiro por correspondência quando era garoto. Figura de linguagem, muito simples. O PT vive o tempo falando que quer ganhar, mas de outra a forma. A minha não, é varrer a petralhada, não é o petista. Tem muito petista que está votando em mim, caiu na real”
Jair Bolsonaro, candidato à Presidência da República
Questionado se via alguma perseguição da PGR contra ele, Bolsonaro citou que tem “imunidade (parlamentar) para falar, não para roubar”. E acrescentou: “qualquer pedido de explicação para mim, contraria o artigo 53 ou a figura de linguagem. Isso, no meu entender, dá a impressão de que a PGR não tem coisa mais importante para falar”, afirmou.