O prazo para a prestação de contas dos candidatos que disputaram o primeiro turno das eleições municipais desse ano se expirou na última terça-feira. De acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os 19 vereadores eleitos para a Legislatura 2017/2020 gastaram em suas campanhas pouco mais de R$ 891 mil. Os maiores gastos foram declarados por Marlon Siqueira (PMDB). O parlamentar eleito informou despesas de quase R$ 192 mil. Contudo, levando-se em consideração a relação entre gastos e votos obtidos, a eleição mais custosa foi a do atual presidente da Câmara, o vereador Rodrigo Mattos (PSDB). Com custos de campanha da ordem de R$ 177 mil e o apoio de 4.401 eleitores, o tucano despendeu cerca de R$ 40 por cada voto obtido no pleito realizado no dia 2 de outubro.
Na relação voto/despesas, a segunda campanha mais cara entre os eleitos foi a de Kennedy Ribeiro (PMDB). Considerando a votação do peemedebista, 3.441 votos, e os gastos comunicados pelo empresário ao TSE, o estreante despendeu quase R$ 35 por eleitor atingido. Kennedy informou a terceira maior despesa total, cerca de R$ 120 mil, atrás apenas de Marlon (que gastou R$ 33,14 por eleitor atingido) e Rodrigo. Os três foram os únicos entre os eleitos para a próxima legislatura a apresentar gastos superiores a R$ 100 mil. Há quatro anos, no pleito de 2012, Rodrigo também declarou a campanha mais cara. À época, o tucano informou gastos de quase R$ 271 mil e obteve o apoio de 2.930 eleitores – o que, na ocasião, significou despesas de R$ 79,15 por voto conquistado.
Com a edição da minirreforma eleitoral do final do ano passado, que restringiu as doações de empresas a campanhas e candidatos e definiu um teto de despesas para as eleições deste ano, o valor despendido por Rodrigo em 2012 serviu como base para a definição do limite de gastos para os candidatos à Câmara de Juiz de Fora em R$ 253.636,65. Tal limitador, contudo, não foi atingido por nenhum dos concorrentes – Marlon, por exemplo, declarou despesas correspondentes a 75% do teto.
Redução de gastos
Após a proibição de doações empresariais para as candidaturas, os recursos de campanha dos vereadores eleitos para a próxima legislatura tiveram uma redução considerável quando considerados os valores declarados nas eleições de 2012. Em 2008, os 19 eleitos informaram despesas da ordem de R$ 866 mil. Em valores corrigidos pela inflação acumulada no período, o montante chegaria a R$ 1,1 milhão, 23% a mais do que os gastos declarados pelos 19 nomes vitoriosos no pleito deste ano. A retração da despesa é ainda mais significativa quando se observa o recorte histórico, uma vez que que a campanha de 2012 já havia sido 43% mais cara que a de 2008 – superior à inflação de 21%, acumulada no recorte histórico observado.
Dos 11 vereadores reeleitos, seis apresentaram redução nominal nas despesas declaradas entre os pleitos de 2012 e o atual – Rodrigo, Wanderson Castelar (PT), Ana Rossignoli (PMDB), Antônio Aguiar (PMDB), Roberto Cupolillo (Betão, PT) e André Mariano (PSC). Considerando as correções inflacionárias, Cido Reis (PSB) e José Márcio (PV) também despenderam menos recursos em suas campanhas este ano do que o registrado há quatro anos. Por outro lado, Luiz Otávio Coelho (Pardal, PTC), Vagner de Oliveira (PSC) e José Fiorilo (PTC) tiveram gastos maiores no sufrágio de outubro, em comparação com os custos declarados pelo trio no pleito de 2008.
Receitas
Todos os vereadores eleitos, sem exceção, registraram arrecadações superiores aos gastos. Na ampla maioria dos casos, as campanhas foram superavitárias, com receitas superiores às despesas. Nestes casos, as sobras devem ser repassadas para os fundos partidários correspondentes às legendas de cada candidato. A maior sobra foi registrada na campanha de Marlon, que finalizou sua empreitada com mais de R$ 17 mil em caixa. O único parlamentar da próxima legislatura a não computar superávit foi Cido, que informou o mesmo valor de receitas e despesas: R$ 26.396.