Convocados por sindicatos de classes, servidores que integram as diversas categorias do quadro de funcionários da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) podem cruzar os braços nesta sexta-feira (6). A mobilização está sendo preparada pelo Fórum dos Servidores Municipais. Além da paralisação de atividades, os sindicalistas pretendem fazer uma assembleia geral de servidores ativos e inativos, marcada para 9h, na Praça da Estação. Desta forma, vários serviços municipais, como o funcionamento de escolas, creches e unidades de saúde, além de coleta de lixo e pavimentação podem ser comprometidos. Os servidores têm como pauta principal a solução para as negociações da campanha salarial deste ano, que seguem sem definição. O pleito é pela recomposição salarial com base em perdas inflacionárias.
Outra bandeira que deve ser hasteada pela mobilização é o questionamento ao decreto recentemente assinado pelo prefeito Bruno Siqueira (PMDB) que permite à Prefeitura efetuar os depósitos dos salários até o quinto dia útil do mês subsequente ao trabalhado. Historicamente, os pagamentos são realizados no último dia de cada mês. O fórum destaca ainda receio com a criação de uma “Comissão para a Reestruturação do Fundo de Previdência” que pode mudar as regras de aposentadoria do funcionalismo público municipal. Entre as entidades que estão convocando a paralisação estão o Sindicato do Servidores Públicos de Juiz de Fora (Sinserpu), o Sindicato dos Professores (Sinpro), a Diretoria Regional Zona da Mata do Sindicato de Engenheiros no Estado de Minas Gerais, o Sindicato dos Arquitetos em Minas Gerais e o Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora e Zona da Mata.
Às vésperas da mobilização, representantes do Fórum mostram confiança de uma boa adesão dos servidores de maneira geral. “Estamos convocando 100% das categorias. A expectativa é de uma assembleia cheia, até pela insatisfação que estamos percebendo durante ações de panfletagem nas bases”, considera o presidente do Sinserpu, Amarildo Romanazzi. Entre os professores, a direção do Sinpro aposta que cerca de 85% da categoria devem cruzar os braços nesta sexta-feira. “Fizemos uma preliminar nesta quinta-feira para avaliar a mobilização. Este percentual pode até crescer, já que faltaram algumas escolas no levantamento”, afirma a coordenadora-geral do sindicato, Aparecida de Oliveira Pinto.
Sobre a unificação da pauta de reivindicação, Amarildo aponta que este foi um desejo que partiu dos próprios servidores. “Há uma maior interação entre as categorias, que se encontram todas na mesma situação à espera de uma solução para as negociações. Eles se sentem mais fortalecidos”, considera o sindicalista. Durante a semana, o presidente do Sinserpu lembrou que a paralisação irá respeitar percentuais constitucionais, como a manutenção das atividades de um mínimo de 30% de servidores que atuam na área de saúde, por exemplo.