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Para analista, país não emplacou mudanças pedidas em protestos

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“O resultado das eleições para os cargos do Executivo, somado ao fato de que diversos deputados conseguiram se reeleger, mostraram que o Brasil acabou tomando um banho de política tradicional, ao contrário do que pediam as manifestações de 2013”. A avaliação do cientista político Raul Magalhães, da UFJF, é de que o país não conseguiu emplacar as mudanças tão pedidas pelas ruas nos protestos de meados do ano passado.

A manutenção da polarização entre PT e PSDB nas eleições presidenciais, com o candidato Aécio Neves (PSDB) encostando na candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT), é uma das principais provas disso. “Aécio teve um desempenho acima do que se poderia prever, apesar de que a curva dele nas pesquisas acumuladas era ascendente. Nos lugares onde o PT tem mais dificuldade, como São Paulo e Santa Catarina, ele realmente surpreendeu. Isso basicamente foi fruto de acertos de campanha. Funcionou a ideia de apelar para o fato de ele ser o candidato anti-PT”.

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Para o segundo turno, o cientista político e professor da Faculdade de Comunicação Social da UFJF Paulo Roberto Figueira Leal espera um forte combate entre Dilma e Aécio. “É altamente provável que tenhamos um segundo turno acirrado e virulento sobre o que um candidato fará em relação ao outro”, disse em entrevista à Rádio Solar AM. O estudioso afirmou esperar, no entanto, que os candidatos não apenas façam “listas de defeitos” de seu opositor, mas consigam discutir os grandes temas nacionais.

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Minas Gerais
No âmbito estadual, a avaliação de Raul Magalhães é de que, apesar de eleger Fernando Pimentel (PT), após 12 anos de governos tucanos, os mineiros também não conseguiram se livrar da polarização entre os dois principais partidos do país. “Pimentel costurou os acordos corretos e se mostrou, mesmo para o eleitor que votava no Aécio, um candidato viável, apesar de ser do PT.”

Magalhães destacou o fato de dois vereadores por Juiz de Fora conseguirem vagas na Assembleia de Minas. “No caso do Isauro Calais (PMN), como é a quarta vez que tenta se candidatar a deputado estadual, podemos atribuir a eleição talvez a um trabalho longo nos últimos anos. Em relação ao Noraldino, é resultado de um trabalho bem feito junto ao eleitorado dele”.

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Na opinião de Paulo Roberto, a eleição de parlamentares locais não se traduz necessariamente em vantagem para as áreas de onde eles saíram. “Existem regiões com baixíssima representação e que se desenvolvem mais do que outras, com grande representação. Há legitimidade em votar em candidatos da região. Mas votar só por isso é desperdício de votos. Há que se perguntar se serão bons deputados, se terão habilidade de articulação e se saberão dialogar com a sociedade”, disse, ainda em entrevista à Rádio Solar AM.

Sobre os candidatos da cidade que garantiram sua manutenção na Câmara dos Deputados, ambos os cientistas concordaram que a visibilidade do trabalho desenvolvido por eles em seus mandatos favorecem a reeleição.

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