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Em último mês de mandato, Juraci Scheffer faz balanço de passagem pela Presidência da Câmara

Juraci Felipe Couri
Juraci Scheffer Felipe Couri
“Fizemos uma gestão administrativa que nos coloca, hoje, como uma Câmara praticamente digital, moderna e eficiente” (Foto: Felipe Couri)
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Atual presidente da Câmara Municipal de Juiz de Fora, o vereador Juraci Scheffer (PT) já deu início aos trabalhos de transição para a sua sucessão, após o vereador Zé Márcio (Garotinho, PV) ter sido eleito como novo presidente da Casa para o biênio 2023-2024 na última quinta-feira (1º). Na cadeira até o próximo dia 31 de dezembro, Juraci concedeu uma entrevista exclusiva à Tribuna e fez um balanço de sua gestão à frente da Mesa Diretora no biênio 2021-2022.

Juraci destacou, por exemplo, o início difícil da atual legislatura, em janeiro de 2021, em um momento de gravidade da crise sanitária provocada pela pandemia da Covid-19. “A pandemia fez com que nós tivéssemos um plano estratégico para fazer as nossas ações. Assim, fizemos com discussões acaloradas e a participação efetiva de todos os setores da sociedade civil organizada.”

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Assim, o atual presidente da Câmara classifica como um dos principais feitos de sua gestão exatamente a apresentação do plano estratégico que norteou as ações da Mesa Diretora da Câmara nos últimos meses. O planejamento projetou ações como melhorias e recuperação do Patrimônio Público; e incrementos tecnológicos para maior eficiência dos serviços do Legislativo, além da mudança da sede administrativa.

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“Fizemos uma gestão administrativa que nos coloca, hoje, como uma Câmara praticamente digital, moderna e eficiente. É uma Câmara que se informatizou. Tínhamos computadores pré-históricos, coisas que não funcionavam. Agora, nós temos, praticamente, 300 novos computadores, notebooks. A Câmara faz o processo legislativo de forma eletrônica. Não temos mais aquela tramitação burocrática”, avaliou Juraci.

Para o vereador, a modernização dos sistemas confere maior transparência e legitimidade às ações legislativas. “Tudo foi modernizado. Hoje, você acompanha as sessões da Câmara e pode, inclusive, participar pelo aplicativo.”

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O presidente da Câmara avalia ainda que o planejamento estratégico atacou um tripé em específico para dinamizar os trabalhos. O plano previa a transferência dos trabalhos administrativos para outro prédio; a recuperação do Palácio Barbosa Lima, colocado no plano como um futuro polo cultural da cidade, e a transferência dos trabalhos legislativos para o prédio do Fórum Benjamim Colucci, o que ainda não aconteceu. “Nós conseguimos dois feitos que dependiam de nós”, afirmou, citando a criação do novo centro administrativo e as melhorias no prédio da Câmara.

Contudo, Juraci se diz confiante com a transferência dos trabalhos legislativos para o prédio em que hoje funciona o fórum. “A transferência vai acontecer. Há documentações que nós protocolamos e que também já existiam. Isso começou a ser negociado lá atrás, mas precisava que o prédio do fórum ficasse pronto. Não ficou. Houve um atraso. A Câmara é credora dessa situação, porque ela tinha uma área onde seria construído o prédio. Nós fizemos essa doação, na contrapartida de termos aquele prédio.”

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Orçamento

O atual presidente da Casa também comentou o fato de que, em seu primeiro ano à frente da Mesa Diretora, sua gestão fez a menor devolução de recursos orçamentários não utilizados à Prefeitura nos últimos anos. De um orçamento de cerca de R$ 40,7 milhões, a Câmara devolveu R$ 212 mil ao Poder Executivo, o que corresponde a 0,5% do total.

Segundo Juraci, a situação se deu por dois fatores: a necessidade de investimentos na Câmara, previstos no planejamento estratégico, e a redução do orçamento do Legislativo no último exercício financeiro. Em 2020, o limite de despesas da Casa foi de pouco mais de R$ 43 milhões.

“Havia uma devolução, me desculpe, até irresponsável, pois se deixava de fazer a gestão. A Câmara estava com uma estrutura muito deficitária. A Câmara estava devendo. Quando eu assumi a Presidência, tínhamos uma dívida que bloqueou, inclusive, o CNPJ da Câmara, que era uma dívida com a Receita Federal. De cara, nós tivemos que pagar mais de R$ 2 milhões”, explicou.

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Aumento no número de vereadores e o sonho de ser prefeito

O atual presidente ainda comentou as discussões que correm na Câmara para o aumento no número de vereadores dos atuais 19 para 23, já a partir de 2025. Um projeto de Emenda à Lei Orgânica tratando da questão foi apresentado na última terça-feira e pode ser colocado para votação ainda em dezembro. Sobre o tema, o vereador alegou que a medida “não implica em nada os custos, uma vez que o orçamento do Poder Legislativo é fixado pela Constituição federal”.

Para defender a proposta, o parlamentar também destacou a responsabilidade dos vereadores de fiscalizar o orçamento municipal, que já atingiu a marca de R$ 3 bilhões anuais. “A função do vereador é uma função grandiosa. Isso são valores muito vultosos. Então, temos que ter uma Câmara independente. Se você tem uma Câmara de Juiz de Fora com 19 vereadores, ela é menor do que a Câmara de Juiz de Fora de 1962, que tinha 21 vereadores.”

Sobre o seu futuro, Juraci diz que pretende voltar a se concentrar em seu mandato como vereador, focado em ações para o desenvolvimento da cidade. “Eu quero discutir a cidade. A cidade e as suas potencialidades.” Ao demonstrar a vontade de contribuir para o planejamento do futuro da cidade, Juraci deixou escapar um desejo pessoal de, quem sabe, se lançar candidato a prefeito no futuro.

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“Eu acho que estou na fila. Pode não ser agora, mas pode ter certeza que é um sonho ser prefeito de Juiz de Fora. Mas não pode ser um projeto do vereador Juraci, mas um projeto de um grupo político que quer fazer a gestão, e também da vontade da população. Mas eu estou me preparando a cada dia mais para que, se um dia chegar esse desafio, eu possa representar bem”, afirmou.

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