Mulheres foram às ruas neste sábado (4) em uma manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). O movimento marca o Dia Nacional de Mobilização das Mulheres e acontece simultaneamente em várias cidades do país e até do exterior. A concentração de pessoas, muitas delas ligadas a coletivos feministas, centrais sindicais e partidos políticos de esquerda, começou às 11h na Praça da Estação, no Centro, com previsão de percurso com carro de som pela Avenida Getúlio Vargas, Rua Santa Rita, Avenida Rio Branco e desfecho no Parque Halfeld. Durante o ato #Fora Bolsonaro também houve apresentações culturais.
Uma das mulheres à frente do Fórum 8M, que reúne coletivos feministas, Lucimara Reis, pontua que o protesto não é apenas contra o presidente Bolsonaro, mas contra o “bolsonarismo”. “Esse marca o último ato internacional neste ano, com esse significado mais amplo, com outros países participando. É para exatamente dizer: ‘Basta, Bolsonaro nunca mais.’ É preciso tirar o ‘bolsonarismo’, que é toda uma política, que parte da sociedade, principalmente a mais abastada, tem encampado de conservadorismo, de não se solidarizar com a dor do mais próximo, de não pensar na saúde como um todo, de movimento antivacina.”
Ainda conforme Lucimara, o protesto também é contra a carestia, com sistemática elevação dos preços e escassez de alimentos à mesa. “Nós mulheres sabemos o quanto é difícil ir ao supermercado e deixar mais da metade do salário e, às vezes, não conseguir sequer comprar comida, dependendo de ações de solidariedade, com cestas básicas.” Ela também critica o fim do programa federal Bolsa Família em meio à maior crise de desemprego, “sem previsão clara de qual programa vai substituí-lo”.
“É um Governo que tem primado em governar para os mais ricos, esquecendo da população mais pobre. Somos contra tudo isso e estamos aqui por uma sociedade mais inclusiva, em defesa da vida.” Segundo Lucimara, as apresentações culturais são importantes para marcar como o setor tem sido atacado “com falta de verbas, em um claro processo de censura à liberdade de expressão artística”.