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Secretário de segurança anuncia ‘Fica Vivo’ para JF

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Atualizada às 19h47

(Foto: Leonardo Costa)

Juiz de Fora deve contar ainda este ano com o programa estadual de prevenção a homicídios Fica Vivo. O anúncio foi feito pelo secretário de Estado de Segurança Pública, Sérgio Barboza Menezes, durante visita à cidade nesta quinta-feira (4). Várias autoridades ligadas à segurança pública e prefeitos de municípios da Zona da Mata se reuniram com o secretário para apresentar as demandas locais para melhor enfrentamento da violência. O encontro aconteceu no Ritz Hotel e foi proposto pelo deputado estadual Isauro Calais (PMDB). Menezes sugeriu também trazer para a cidade os projetos do Estado de Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) e grupos de Intervenção Estratégica para combater crimes contra a vida e roubos.
O Fica Vivo é uma demanda antiga de Juiz de Fora, que viu multiplicar o número de homicídios nos últimos cinco anos. Voltado para jovens com idades entre 12 e 24 anos, o programa de prevenção social à criminalidade visa a reduzir os assassinatos por meio de ações em áreas vulneráveis. O público-alvo é envolvido em oficinas de cultura, lazer e esportes, enquanto ocorrem atividades paralelas de policiamento comunitário e intervenções policiais estratégicas, com ações também do Ministério Público e do Judiciário. A iniciativa ainda articula com os serviços públicos para encaminhamentos de adolescentes e jovens. A Vila Olavo Costa, na Zona Sudeste, seria o primeiro bairro a receber o projeto. Mas o Estado ainda precisa confirmar contrapartidas para garantir a implantação no município.
O objetivo da reunião entre chefes do Executivo e forças de segurança com o secretário é traçar novas metas de combate à criminalidade em Juiz de Fora e na região da Zona da Mata. O deputado Isauro Calais já fez requerimentos ao Governo do estado, pedindo aumento do efetivo das polícias Civil e Militar, além de melhorias estruturais. Diante da falta de recursos, o parlamentar decidiu debater o assunto para propor novas ações, pois considera que o efetivo na cidade está bem abaixo da demanda para atender a população flutuante, estimada por ele em um milhão de habitantes. O reforço no policiamento das fronteiras com o Rio de Janeiro também foi uma questão debatida, assim como a patrulha rural.

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‘Queremos saber das questões concretas’, cobra prefeito ao Estado

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Durante o encontro na manhã de ontem, o prefeito Bruno Siqueira (PMDB) reafirmou a parceria da Prefeitura em projetos voltados para a segurança, como já ocorre com o Olho Vivo, programa de monitoramento de pontos estratégicos do município por meio de câmeras, mas não tirou a responsabilidade do Governo estadual. “A segurança pública é responsabilidade de todos. A PM tem feito sua parte, colocando seus homens na rua, assim como a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros. Mas vim nesta reunião para discutir a parte que fala do dever do Estado com a segurança. Queremos saber das questões concretas de maior efetivo e de equipamentos para esses órgãos. Temos tirado dinheiro para pagar o Olho Vivo, ao custo de R$ 1 milhão por ano, abastecer viaturas e outras coisas. A parceria vai continuar, mas queremos saber como o Estado vai atuar”, cobrou o prefeito.
Para o secretário de Segurança Urbana e Cidadania, José Armando da Silveira, Juiz de Fora está na rota do tráfico de drogas, o que exige ainda mais reforço no efetivo policial. O presidente da Câmara Municipal, Rodrigo Mattos (PSDB), pediu a sensibilidade do governador Fernando Pimentel (PT) na questão da segurança pública e fez um apelo especial em relação à estrutura da Polícia Civil, como novas viaturas. “Temos excelentes profissionais, mas eles estão sem condições de trabalhar.”
O chefe do 4º Departamento de Polícia Civil, Carlos Alberto da Silveira Costa, afirmou que, apesar das dificuldades, todos estão trabalhando para garantir a paz, atuando junto com a Polícia Militar e demais órgãos em prol da segurança. A delegada regional da Polícia Civil, Patrícia Ribeiro, disse que é preciso unir forças diante do aumento da criminalidade. Ela observou o alto índice de apuração de homicídios e anunciou mais operações integradas.

Vulnerabilidade de jovens preocupa autoridades
A juventude vulnerável foi uma das tônicas do evento. “Crianças e jovens estão perdendo suas vidas para o crime. É um problema cultural muito grave no nosso país, e temos nos esforçado muito para mudar isso. Apreendemos cerca de mil adolescentes por dia no estado, e isso não resolve o problema. Eles deveriam estar na escola ou jogando bola, mas estão matando e roubando”, desabafou o comandante da 4ª Região da PM, coronel Alexandre Nocelli. Ele enfatizou que segurança pública não é só questão de polícia e também chamou para o envolvimento de todos os órgãos e de ações voltadas para os jovens. O coronel e a delegada regional, Patrícia Ribeiro, ainda apontaram o tráfico de drogas como o grande motivador de crimes e garantiram o empenho no combate, destacando grandes apreensões.
O comandante do 4º Batalhão de Bombeiros Militar, tenente-coronel Emerson Ramalho dos Santos, falou da preocupação atual com as casas noturnas. “As pessoas vão para se divertir, mas acabam difundindo a criminalidade.” O juiz Paulo Tristão destacou que a violência está alarmante em Juiz de Fora, assim como em todo o Brasil. “O crack tem sido o grande motivador para os crimes.”

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Carta
Ao final do encontro, todos os prefeitos e também os vereadores presentes assinaram uma carta endereçada ao governador, com as reivindicações propostas no evento (ver quadro). O secretário de Estado de Segurança Pública, Sérgio Barboza Menezes, prometeu empenho, mas ponderou sobre as questões econômicas. “Recebo esta carta com carinho. O governador Fernando Pimentel tem feito gestões no sentido de atender a todos os pleitos da segurança pública de Minas Gerais, tanto na vertente de logística, quanto de pessoal, mesmo com toda a dificuldade financeira do Estado. Vamos tentar atender ao máximo os pleitos elencados na carta, mas com relação ao efetivo e à recomposição da frota e do armamento, não temos como fazer imediatamente. Precisamos de planejamento, estudo e viabilidade diante do orçamento do Estado.”

 

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