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Políticos de JF se movimentam para aumentar representação parlamentar da cidade

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Os últimos dias foram de movimentações intensas nos bastidores da política local. Isso porque dois prazos eleitorais importantes se encerraram nas últimas 48 horas e, agora, todos aqueles que pretendem disputar cargos nas eleições de outubro não podem mais mudar de partido. Em Juiz de Fora, as principais definições foram de atores que pretendem disputar cadeiras parlamentares na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e na Câmara dos Deputados. A maioria dos players tem um discurso uníssono, que mimetiza ambições vistas em processos eleitorais anteriores: é preciso ampliar a representação parlamentar de Juiz de Fora. Hoje, a cidade conta com três deputados federais e três estaduais. Todos tentarão a reeleição. Muitos outro tentarão chegar lá. Alguns, inclusive, já tiveram seus rostos estampados nas urnas e são velhos conhecidos dos eleitores locais, como vocês podem ver abaixo.

No caso dos deputados eleitos no pleito de 2018 com domicílio eleitoral em Juiz de Fora e que vão tentar a reeleição em outubro, três trocaram de partido dentro da janela partidária que fechou na última sexta-feira. A última movimentação foi do deputado federal Júlio Delgado. Em busca de uma nova reeleição para seu sétimo mandato, Júlio deixou o PSB e assinou sua filiação ao PV na última quarta-feira. Este será o quarto partido desde que o deputado se elegeu para o Congresso Nacional pela primeira vez, há 24 anos. Nos últimos seis mandatos, o juiz-forano se elegeu uma vez pelo então PMDB (hoje, MDB), em 1998; pelo PPS (hoje, Cidadania) em 2002; e em 2006, 2010, 2014 e 2018 pelo PSB. Há quatro anos, ele obteve 58.413 votos, sendo 20.105 em Juiz de Fora.

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Outro deputado federal que mudou de partido de olho nas eleições de outubro foi Charlles Evangelista, que voltou para o PP, sigla pela qual se elegeu vereador em Juiz de Fora nas eleições de 2016. Em 2018, Charlles conquistou uma cadeira na Câmara dos Deputados concorrendo pelo PSL. Em fevereiro deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou a fusão do PSL com o DEM para a criação do União Brasil. Esta mudança, por si só, já garantia a Charlles o direito de trocar de sigla sem riscos de perder o mandato, o que acabou formalizado dentro da janela partidária. Em 2018, Charlles obteve 51.626 votos nas urnas, 34.600 em Juiz de Fora.

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Situação similar à de Charlles aconteceu com a deputada estadual Sheila Oliveira, que migrou para o PL, seu terceiro partido desde que conquistou seu primeiro mandato eletivo como vereadora em Juiz de Fora pelo PTC, nas eleições de 2016. Em 2018, foi a candidata a deputada estadual mais votada na cidade, onde obteve 44.175 de seus 80.038 votos. Na ocasião, a parlamentar se elegeu pelo PSL. Assim como Charlles, a movimentação partidária de Sheila acompanha a do bloco partidário que tem se unido em torno do projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Assim, os parlamentares replicam a estratégia eleitoral que adotaram há quatro anos.

A maioria dos postulantes tem um discurso uníssono, de que é preciso ampliar a representação de Juiz de Fora na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e na Câmara dos Deputados (Foto: Fernando Priamo)

Três deputados buscam reeleição pelo mesmo partido

Outros três deputados eleitos com domicílio em Juiz de Fora há quatro anos vão buscar a reeleição pelo mesmo partido. Dois são parlamentares estaduais. Noraldino Júnior vai para sua sétima eleição pelo PSC. Em 2008 e 2012, ele se elegeu vereador pela legenda. Foi candidato a deputado federal, sem sucesso, em 2010. Em 2014, conquistou uma cadeira na ALMG, como o candidato a deputado estadual mais votado na cidade. Em 2016, ficou em quarto lugar na corrida pela Prefeitura. Há quatro anos, reelegeu-se para mais um mandato na Assembleia, obtendo 114.807 votos em 2018. Destes, 23.167 foram em Juiz de Fora.

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Roberto Cupolillo (Betão, PT) também vai tentar renovar seu mandato para a ALMG pelo mesmo partido que se elegeu em 2018, o PT. Sua vinculação com a sigla é histórica. Por ela, exerceu todos os seus mandatos eletivos. Tendo sido eleito vereador em 2008, 2012 e 2016; e deputado em 2018, com 35.455 votos, 26.489 deles em Juiz de Fora. Betão também tentou chegar à Assembleia em 2014, mas não obteve sucesso nas urnas naquela época.

Por fim, o deputado federal Lafayette Andrada foi eleito em 2018 – com domicílio eleitoral em Juiz de Fora – pelo Republicanos. Ele também vai tentar a reeleição para a Câmara dos Deputados pela mesma sigla. Diferentemente de Betão e Noraldino, porém, Lafayette acumula passagens por vários partidos em sua trajetória eleitoral. Foi vereador em Lavras pelo PTR (um dos partidos que se uniram para formar o atual PP), entre 1993 e 1997; foi vereador em Juiz de Fora pelo PSL, entre 2001 e 2005; e foi deputado estadual por dois mandatos pelo PSDB, entre 2007 e 2015. Também foi candidato, sem sucesso, às prefeituras de Juiz de Fora, pelo PSD, em 2016; e de Belo Horizonte, já pelo Republicanos, em 2020. Nas eleições de 2018, como candidato a deputado federal pelo PRB (como era conhecido o Republicanos à época), obteve 103.090 votos, sendo 1.634 em Juiz de Fora.

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O número de candidatos entre os integrantes da atual legislatura a tentar uma nova cadeira parlamentar deve ser alto e representar mais da metade da atual configuração da Casa (Foto: Fernando Priamo)

Dois nomes tentam ocupar espaço deixado por Margarida Salomão

Vale lembrar que, nas eleições de 2018, um outro nome com domicílio eleitoral em Juiz de Fora saiu vitorioso nas urnas com uma votação expressiva na cidade. Então em busca da reeleição para o Congresso Nacional, a prefeita Margarida Salomão (PT) foi a candidata a deputada federal mais votada pelos eleitores juiz-foranos entre todos os postulantes a uma cadeira na Câmara dos Deputados. Na ocasião, Margarida conquistou, nas urnas, mais um mandato como deputada federal com 89.378 votos, sendo 47.172 em Juiz de Fora. A petista deixou a função no final de 2020 para assumir a Prefeitura de Juiz de Fora a partir de 1º de janeiro de 2021.

A saída de Margarida de cena, no que diz respeito à disputa por cadeiras na Câmara dos Deputados e, em especial, pelo voto dos eleitores juiz-foranos, deixa um vácuo que interessa a pelo menos dois atores políticos. Até aqui, o PT de Juiz de Fora tem dois pré-candidatos a deputado federal na cidade, que tentam ocupar exatamente esse vazio. Neste caso, os nomes que devem se colocar como opção para o eleitorado local e mineiro como um todo são os da ex-secretária de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora, a médica Ana Pimentel; e o vereador e presidente da Câmara Municipal, Juraci Scheffer.

Até dez vereadores são apontados como possíveis candidatos

O presidente da Câmara Municipal de Juiz de Fora, Juraci Scheffer, aliás, não deve ser o único dos 19 vereadores que vão tentar uma nova cadeira parlamentar nas eleições de outubro. Pelo contrário, uma vez que o número de candidatos entre os integrantes da atual legislatura deve ser alto e representar mais da metade da atual configuração da Casa.

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De olho nas eleições de outubro, pelo menos dois vereadores já confirmaram trocas de partido. O vereador Julinho Rossignoli acertou sua ida para o PP. O parlamentar deixou o Patriota, sigla pela qual se elegeu vereador há dois anos, em seu primeiro processo eleitoral.

No PP, Julinho deve se lançar candidato a deputado estadual e terá uma concorrência interna no diretório municipal da legenda, uma vez que o vereador Marlon Siqueira segue na sigla e também tem o objetivo de buscar uma cadeira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Outra que mudou de sigla foi a vereadora em primeiro mandato Kátia Franco Protetora, que deixou o PSC. Até a edição deste texto, ela ainda não havia confirmado para qual legenda seguiria. Kátia pretende se lançar candidata a deputada federal.

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As especulações apontam que outro vereador, Cido Reis, também avalia a possibilidade de trocar de sigla. Ele poderia deixar o PSB e rumar para a Rede Sustentabilidade. Cido também pretende se lançar candidato a deputado estadual. Uma decisão sobre a troca de partido, no entanto, não havia sido confirmada até a edição deste texto.

Vale aqui ressaltar que, no caso dos vereadores, a legislação não prevê janelas para a troca de partidos neste momento.

Mais nomes
Outros nomes ainda se colocam como possíveis pré-candidatos para a disputa por cadeiras na Assembleia Legislativa de Minas Gerais ou na Câmara dos Deputados. Sargento Mello Casal (PTB) deve se lançar candidato a deputado federal. Por outro lado, Nilton Militão (PSD) e Dr. Antônio Aguiar (União) trabalham para saírem candidatos a deputado estadual, possibilidade que também é avaliada pelo vereador Bejani Júnior (Podemos). No caso de Militão, ele chegou a conversar com o Democracia Cristão para uma possível troca de partido, mas acabou prestigiado dentro do PSD e deve ser o único candidato à ALMG da sigla na região.

Outra que avalia juntamente com seu partido a possibilidade de sair candidata nas eleições de outubro a uma outra cadeira parlamentar é a vereadora em primeiro mandato Tallia Sobral (PSOL).

Na reta final, Ione acerta com o Avante; Isauro, com o PSC

Outros nomes que também tiveram protagonismo recente nas contendas eleitorais juiz-foranas poderão surgir como candidatos na próxima eleição que acontece em outubro. É o caso do ex-vereador e ex-deputado estadual Isauro Calais. Nos últimos dias surgiu a informação de que Isauro poderia trocar o MDB pelo PSC para sair candidato a deputado estadual na chapa que já tem como candidato à reeleição para a ALMG o deputado Noraldino Júnior. A informação foi confirmada por Isauro à Tribuna, neste sábado.

Terceira mais votada na disputa pela Prefeitura de Juiz de Fora nas eleições de 2020, a delegada Ione Barbosa se prepara para ser candidata a deputada federal. Há dois anos, ela disputou o pleito municipal pelo Republicanos. Neste sábado, prazo final para que os candidatos estejam filiados às agremiações pelas quais pretendem disputar o pleito, Ione confirmou à Tribuna sua filiação ao Avante.

Pestana e Lorene aparecem como possíveis candidatos ao Governo

Outra que também disputou as eleições de 2020 como candidata a prefeita, a professora Lorene Figueiredo (PSOL) também pode aparecer como candidata e é especulada, inclusive, como possível postulante ao Governo de Minas Gerais pelo PSOL. Uma definição deve sair até o fim da semana.

Figura ainda mais tradicional da política local, o ex-deputado federal Marcus Pestana também passou a ter seu nome especulado como possível candidato ao Governo pelo PSDB nos últimos dias. Segundo o próprio Pestana, as conversas ainda são “embrionárias”. O tucano, todavia, não descarta a possibilidade.

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