A decisão pelo rompimento da dobradinha com o PT, vitoriosa nas eleições de 2014, quando os partidos elegeram uma chapa formada pelo governador Fernando Pimentel (PT) e pelo vice-governador Antônio Andrade (MDB), foi tomada no último dia 1º, em encontro em Belo Horizonte. A opção por candidaturas próprias tanto ao Governo como ao Senado foi avalizada pela maioria esmagadora dos presentes. No total, 366 convencionais votaram nas prévias: 353 votaram “sim” ao fim da composição com os petistas e a uma empreitada eleitoral encabeçada pelo próprio MDB. Entre os nomes apontados como pré-candidatos ao Palácio da Liberdade, aprecem Antônio Andrade; o presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes; e o deputado federal Leonardo Quintão.
Também não há definições sobre os nomes que irão disputar uma – ou até duas cadeiras no Senado. Entre os quadros emedebistas ventilados são citados nomes como de Adalclever Lopes; o ex-prefeito de Ipatinga, Sebastião Quintão (MDB); e o ex-prefeito de Juiz de Fora, Bruno Siqueira. Bruno, aliás, tem se apresentado como pré-candidato a senador em peças audiovisuais que já circulam pelas redes sociais. “São duas vagas. Temos muito ainda a conversar, a debater e a dialogar. O importante é que nós possamos ver o melhor para Minas Gerais e, consequentemente, para as cidades mineiras. Neste sentido, temos que pensar o partido de forma grande e não em relação a questões pessoais. É muito importante a gente mudar o rumo da economia e da política em Minas, porque isto já está afetando o cidadão, que não vê chegar os recursos que são provenientes do Governo estadual para os municípios na saúde, por exemplo”, afirmou já em tom eleitoral.
Apesar da presença de 366 convencionais nas prévias emedebistas da última terça-feira, notou-se a ausência de figuras relevantes da legenda no evento em Belo Horizonte. Dos 13 deputados estaduais e cinco deputados federais que detêm mandato pela sigla, apenas quatro marcaram presença no ato que definiu pela candidatura própria. Ausência destacada foi a do presidente da ALMG, Adalclever Lopes, que ganhou certo protagonismo nas últimas semanas, após se distanciar de Pimentel, com a Mesa Diretora do Legislativo estadual acolhendo, inclusive, um pedido de impeachment contra o governador. Adalclever tem sido apontado recorrentemente como possível postulante ao Governo ou a uma cadeira no Senado. Cabe destacar que, desde a redemocratização do país no início dos anos 1980, o MDB já elegeu três governadores em Minas Gerais: Tancredo Neves, em 1982; Newton Cardoso, em 1986; e Itamar Franco, em 1998.
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De saída das secretarias
Após a deliberação pelo rompimento definitivo com o PT em Minas Gerais e o lançamento de candidaturas próprias ao Governo e ao Senado, o MDB deu sinais que devem desembarcar do Governo de Fernando Pimentel. Entre outros cargos, o partido tem entre seus filiados quatro integrantes no primeiro escalão da gestão petista, sendo estes os titulares das secretarias de Estado de Saúde, Agricultura, Cultura e Cidades e Integração Regional. A saída dos emedebistas da Administração foi defendida pelo vice-governador Antônio Andrade (MDB), que afirmou ainda que não irá renunciar a seu mandato, pois “foi eleito democraticamente” em 2014. Ex-prefeito de Juiz de Fora, Bruno Siqueira também defendeu a saída do MDB do Governo. “O que foi deliberado é que os secretários que sejam indicados pelo MDB deixem as suas secretarias. Evidentemente que isto não será uma “obrigação”, na medida que o governador tem todo direito de manter ou não essas pessoas nas secretarias”, pontuou o emedebista.