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Arranjo produtivo local do setor de vestuário será oficializado nesta quinta

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Com a certificação do modelo pelo Governo mineiro é possível fazer compras por intermédio de cooperativas e buscar aportes do Poder Público e captação de empresas do ramo, por meio do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas (Foto: Sindvest/Divulgação)

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Após movimentações diversas, capitaneadas pelo Sindicato da Indústria do Vestuário de Juiz de Fora (Sindivest-JF), com discussões das quais participaram representantes dos poderes público municipal e estadual, o setor têxtil e de vestuário de Juiz de Fora terá o reconhecimento oficial de seu Arranjo Produtivo Local (APL) nesta quinta-feira (3), em solenidade que será realizada a partir das 19h, no Teatro Paschoal Carlos Magno.

Os APLs são aglomerações de empresas e empreendimentos, localizados em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e se organizam de forma coletiva sob determinado tipo de governança. Dessa forma, mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais, o que possibilita ferramentas extras de fomento ao setor.

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Presidente do Sindivest-JF, Mariângela Marcon, classifica a criação da APL como uma importante conquista para o desenvolvimento do segmento, o fortalecimento da cadeia produtiva e a atração de novas indústrias e empreendimentos, de forma a fortalecer a base industrial e alavancar os negócios gerados. Durante as discussões para o reconhecimento do arranjo, Mariângela afirmou: “Quando a gente está junto, a gente é mais forte. Assim, crescemos”. Nesta quinta, por meio da assessoria da PJF, ela comemorou a oficialização da APL. “Será o Farol da Mata Vestuário e Afins, que vai comportar também diversos CNAEs (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) secundários em relação ao CNAE 14, que é o do vestuário”, afirma Mariângela.

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O secretário de Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo, da Inovação e Competitividade (Sedic) da Prefeitura de Juiz de Fora, Ignacio Delgado, considera o reconhecimento do APL como um passo importante para o desenvolvimento de políticas de apoio ao setor e toda sua cadeia de produção. “Políticas de capacitação, de prospecção de mercado, de incorporação de tecnologia, que a Prefeitura de Juiz de Fora, junto com os empresários do setor e a colaboração das instituições de pesquisa na cidade, vai colocar em andamento a partir do momento do reconhecimento do APL”, afirma.

Para a assessora da Sedic, Adriana de Freitas, o APL comprova a importância econômica e social deste setor produtivo para a população da cidade e para o poder público. Assim, o reconhecimento do arranjo reforça o potencial do setor para a geração de emprego, renda e arrecadação para o Município e o Estado. “Isso possibilita aos governos municipais e estaduais desenvolverem políticas públicas setoriais e planejarem investimentos em melhorias, como obras de infraestrutura e escoamento da produção destes setores. Passa, também, a dar representatividade e voz aos atores destas vocações econômicas locais”, considera Adriana.

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Autoridades e homenagens

Entre as autoridades cujas presenças são esperadas na solenidade de reconhecimento do APL do setor do vestuário estão a prefeita Margarida Salomão (PT); o superintendente de Desenvolvimento de Potencialidades Regionais de Minas Gerais, Frederico Amaral e Silva; e o Subsecretário de Desenvolvimento Regional, Douglas Augusto Oliveira Cabido. No evento, empresas pioneiras do setor na cidade serão homenageadas. Entre elas estão Fiação e Tecelagem São João Evangelista, fundada em 1911; Malhas Keeper, criada em 1966; e Malharia Rikam, também de 1966.

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Governança ficará a cargo do Sindvest

Durante as conversas que vão resultar no reconhecimento do APL nesta quinta-feira, em especial discussões ocorridas no final de outubro, ficou definido o modelo de governança da arranjo. No modelo desenhado, a presidência do APL, que terá como sede a Fiemg Regional Zona da Mata, ficará sob a responsabilidade do SindVest. O comitê a ser formado ainda contará com a participação de outras entidades e instituições como Indi, Sebrae, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Prefeitura de Juiz de Fora e outros sindicatos envolvidos.

Ocorridas no segundo semestre de 2021, as discussões que resultarão no reconhecimento do APL envolveram atores diversos do setor produtivo de Juiz de Fora e região, como o diretor da Fiemg Regional Zona da Mata e presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon-JF), Aurélio Marangon Sobrinho; o vice-presidente da Fiemg e diretor do Sindicato das Indústrias de Meias de Juiz de Fora (Sindimeias-JF), Tadeu Monteiro; a assessora da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Glaucia Fialho; e o gerente do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) Juiz de Fora, Vander Montese.

JF concentra 31% das indústrias de meia do país

Na tarde desta quarta-feira, a PJF destacou que o setor têxtil e de confecção de Juiz de Fora é composto por todos os elos da cadeia produtiva do segmento, possuindo empresas dos setores de fiação, tecelagem, malharia, meias, confecção e beneficiamento. “Desde 2008, em diagnóstico do Instituto Euvaldo Lodi, a cidade se destaca fortemente na produção de meias, sendo que 90% das empresas fabricantes de meias do estado de Minas Gerais estão instaladas em Juiz de Fora”, afirma o Município.

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A Prefeitura ainda destacou dados da plataforma Dataviva, que monitora dados sociais e econômicos nacionais. De acordo com as informações, em 2015, o Brasil possuía, ao todo, 173 estabelecimentos que se declararam fabricantes de meias. Destes, 54 estavam em Juiz de Fora, o que equivale a 31% das indústrias do país. “Outro dado importante é que Juiz de Fora, em conjunto com as cidades de Bicas e Mar de Espanha, são grandes produtores de moda íntima masculina no Brasil, sendo a Zona da Mata responsável por 12,2% de toda a produção nacional de moda íntima em geral”, destaca a PJF.

Câmara deve discutir política de fomento a novos arranjos

Às vésperas do reconhecimento do APL do setor do vestuário, a Prefeitura de Juiz de Fora busca incentivar a formação de novos aglomerados para fomentar o desenvolvimento de setores específicos da cidade. Neste sentido, a PJF planeja criar um novo regramento para incentivar, apoiar e fomentar os chamados Arranjos Produtivos Locais (APL).

Assim, desde a primeira quinzena de dezembro, tramita na Câmara um projeto de lei de autoria do Poder Executivo que sugere a criação de uma política pública municipal que tem como objetivo central o “fortalecimento da economia regional por meio da integração e da complementaridade das cadeias produtivas locais e da geração de processos permanentes de cooperação, difusão e inovação” dos APLs.

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Segundo a PJF, um dos principais intuitos da proposição é o de fortalecer a atividade produtiva de Juiz de Fora e região por meio do estímulo à complementaridade das cadeias produtivas locais, por meio da consolidação da atuação de empresas locais mediante a cooperação mútua e com instituições públicas de pesquisa.

Para isto, a proposição traz as diretrizes básicas para a meta, que, caso aprovada e transformada em lei, prevê que o Município deverá regulamentar as formas para a execução da proposta no prazo de 90 dias após a entrada em vigor da possível legislação. Atualmente, a proposição ainda tramita nas comissões temáticas da Câmara e é analisada pela Comissão de Abastecimento, Indústria, Comércio, Agropecuária e Defesa do Consumidor.

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