A 13 meses das eleições de 2018, políticos com mandatos por Juiz de Fora começam a articular estratégias para a disputa. Em entrevista ao programa Pequeno Expediente da Rádio CBN Juiz de Fora, veiculado na manhã desta quinta-feira (31), o deputado federal Júlio Delgado (PSB) falou sobre suas expectativas para o próximo ano. Júlio admitiu ter sido sondado pelo seu partido como nome viável para a disputa de uma das duas cadeiras mineiras no Senado no ano que vem. A sinalização teria partido da presidência nacional do PSB, que tenta uma aproximação do político juiz-forano com o ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), cotado para o Governo de Minas Gerais. Tal possibilidade, no entanto, é vista como remota pelo parlamentar juiz-forano, que também pode tentar a reeleição para seu sexto mandato consecutivo na Câmara dos Deputados.
“Neste momento, precisamos pensar nas pautas e no projeto nacional do PSB. Só aí poderemos ver qual caminho o partido pode trilhar nas candidaturas majoritárias”, considera Júlio. O deputado, no entanto, mostrou-se descrente acerca de a possibilidade de uma dobradinha do PSB. A percepção vai no sentido de que, dependendo das construções e composições a serem feitas com outros partidos, dificilmente o PSB conseguiria emplacar as duas candidaturas. Em um desenho em que Lacerda ficasse de fora da disputa pelo Executivo estadual, o ex-prefeito também surgiria como nome natural da sigla para correr pelo Senado, outro fator que poderia levar Júlio a disputar uma vez mais uma cadeira na Câmara.
Enquanto Júlio ainda segue em compasso de espera acerca do caminho a ser seguido, esboço que deve ganhar novos contornos em congresso estadual do PSB agendado para este sábado (2), outro político de destaque da cidade tem seu nome especulado para a disputa por cadeiras no Senado. Desde os meses que antecederam sua reeleição em 2016, o prefeito Bruno Siqueira (PMDB) é apontado como possível candidato. Tal cenário interromperia seu segundo mandato antes da metade, já que, para buscar uma vaga no Congresso, teria que se desincompatibilizar em abril do ano que vem, abrindo espaço para que o vice-prefeito Antônio Almas (PSDB) assuma o Poder Executivo municipal. Embora Bruno evite o assunto desde o ano passado, uma candidatura é considerada como algo natural por quadros do PMDB, do PSDB e de outras legendas que integram a base do prefeito na Câmara municipal.
Uma vez mais, uma possível candidatura de um juiz-forano ao Senado dependerá de articulações partidárias. O PMDB tem outros quadros relevantes cotados para disputas majoritárias ao Governo e ao Congresso, como o vice-governador Antônio Andrade (PMDB) e o deputado federal Rodrigo Pacheco (PMDB), que visitam Juiz de Fora nesta sexta-feira (1º), além do presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Adalclever Lopes (PMDB). Uma definição de cenário depende ainda de composições a serem feitas para o ano que vem. Caso a porta para uma candidatura ao Senado se feche, a expectativa dos bastidores políticos locais é de que o prefeito de Juiz de Fora opte por testar seu nome nas urnas novamente e tente uma das 53 cadeiras mineiras na Câmara dos Deputados.
Disputas por ALMG e Câmara têm cenário mais definido
Outros detentores de mandato com domicílio eleitoral em Juiz de Fora também se movimentam de olho nas eleições 2018. Após disputarem a Prefeitura de Juiz de Fora nas eleições do ano passado, os deputados estaduais Lafayette Andrada (PSD) e Noraldino Júnior (PSC) devem seguir caminhos distintos. Depois de esboçar disputar uma vaga na Câmara dos Deputados nas eleições de 2014, Lafayette deve cumprir o ensejo no pleito do ano que vem, após conversas com seu núcleo político. Já Noraldino teve seu nome especulado diversas vezes como possível candidato a deputado federal. Após conversas com seu partido e correligionários, o parlamentar já bateu o martelo e tentará a reeleição para a ALMG.
A decisão de Noraldino pode impactar no número de vereadores que tentarão uma cadeira no Legislativo estadual. Adriano Miranda (PHS) chegou a ser cogitado na disputa, possibilidade que acabou perdendo força. Entre seus colegas, quatro são considerados nomes certo na corrida por cadeiras na ALMG: Cido Reis (PSB), Roberto Cupolillo (Betão, PT), Sheila Oliveira (PTC) e o presidente da Câmara Municipal, Rodrigo Mattos (PSDB). Caso confirmem suas candidaturas e saiam vitoriosos das urnas, o quarteto abriria espaço, respectivamente, para os suplentes e ex-vereadores Jucelio Maria (PSB), Juraci Scheffer (PT), Nilton Militão (PTC) e José Laerte (PSDB) retornarem ao Palácio Barbosa Lima.
Entre os demais detentores de mandato nos legislativos federal e estadual com domicílio eleitoral na cidade, a expectativa é de que busquem a reeleição para suas atuais funções, como são os casos dos deputados estaduais Antônio Jorge (PPS), Isauro Calais (PMDB) e Márcio Santiago (PR) e dos deputados federais Marcus Pestana (PSDB) e Margarida Salomão (PT).
Confira abaixo a situação de cada candidato: