Minas Gerais tem um novo governador. Em solenidade realizada na manhã desta terça-feira (1°), o empresário Romeu Zema (Novo) foi empossado para quatro anos à frente do Governo do Estado. Na mesma cerimônia também tomou posse o vice-governador Paulo Brant (Novo). A cerimônia realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) foi marcada por chuva e atrasos. A comitiva do novo governador chegou à ALMG quase uma hora após o horário definido para a cerimônia, marcada para as 9h. Antes da posse, que contou com a presença do agora ex-governador Fernando Pimentel (PT), que deixa o cargo após quatro anos, Zema falou brevemente à imprensa e voltou a defender maior austeridade econômica, discurso que marcou a campanha que o elegeu no processo eleitoral de outubro de 2018.
“Aceitamos este desafio, junto ao Partido Novo, pois não dava mais para ver nosso estado na situação que está”, afirmou o novo governador, fazendo menção à grave crise financeira pela qual passa o Governo de Minas. Ele ainda usou palavras recorrentes da agenda liberal defendida por seu partido, afirmando que irá abrir a “caixa preta” das contas públicas, “arrumar a casa”, e “colocar as contas em dia”. Neste cenário, Zema voltou a sinalizar esforços para regularizar o pagamento dos salários dos servidores do estado, que vem sendo quitado de forma escalonada desde o início de 2016, e as transferências para prefeituras, que, em 2018, amargaram contingenciamento de repasses por parte do estado, resultando no comprometimento da prestação de serviços municipais à população.
Zema afirmou ainda que pretende realizar um amplo enxugamento da máquina administrativa. “Nós, mais do que qualquer outro governo, vamos acabar com o cabide de empregos e cargos por indicação política. Vamos tomar as medidas necessárias para recuperar Minas. Todos nós teremos que fazer sacrifícios, pois o estado está falido.” Prevendo a necessidade de medidas de pouco apelo popular, como possíveis contrapartidas para a renegociação da dívida do estado com a União, que podem resultar, por exemplo, no congelamento de salários de servidores públicos estaduais, o novo governador defendeu a união dos mineiros em busca de um equilíbrio financeiro das contas públicas. “É preciso que todos colaborem para voltarmos a respirar.”
Desafio
Zema assume um governo em grave crise financeira e tem, inicialmente, um único grande desafio: recolocar a economia do estado nos trilhos. Entre os pontos a serem atacados, ele terá que equacionar o escalonamento do pagamento dos servidores estaduais – que, em 2018, registrou constantes atrasos no cronograma de pagamento. O modelo de pagamento do funcionalismo em até três parcelas vem sendo adotado desde o início de 2016. Mais urgente, o novo governador também terá que buscar ferramentas para a quitação do 13º salário do funcionalismo mineiro 2018, que não foi pago pela gestão de Pimentel no exercício financeiro de 2018.
Além do atraso do benefício natalino, Zema recebe um estado deficitário – só no orçamento para 2019 aprovado pela ALMG, o rombo supera R$ 8 bilhões – outro ponto a ser equacionado é o contingenciamento de repasses estaduais – incluindo transferências constitucionais – às prefeituras. Em seu discurso na ALMG, o próprio governador eleito, estimou que a dívida herdada da gestão passada pode chegar a R$ 30 bilhões. Tal situação tem comprometido a prestação de serviços públicos básicos à população e trazido dificuldades para os municípios honrarem seus compromissos – em Juiz de Fora, por exemplo, o 13º salários dos servidores também ficou para 2019. “O resultado das últimas eleições significaram para alguns uma surpresa. Mas o leitor não dá recado, ele decide. E ele decidiu, nas urnas, pela mudança”, afirmou o novo governador em seu discurso de posse, voltando a defender discurso de campanha a favor do que chama de “nova política”..
Histórico
Romeu Zema é natural da cidade de Araxá, no Triângulo Mineiro. O novo governador tem 53 anos e é pai de dois filhos. Formado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (SP), Zema iniciou sua trajetória profissional ainda jovem. Em 1991, assumiu o controle das Lojas Zema, que hoje possui 430 lojas nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Bahia e Espírito Santo. Esta é sua primeira experiência em um cargo eletivo.
Confira o vídeo da cerimônia de posse de Romeu Zema e Paulo Brant, disponibilizado pela ALMG:
