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Covid-19: Estado tem doses para vacinar apenas 13% das crianças de 3 a 4 anos

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A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) distribuiu, até esta quinta-feira (18), quantidade de vacinas da Coronavac suficientes para imunizar, com a primeira dose, apenas 13,5% da população mineira entre 3 e 4 anos de idade. A situação foi revelada pela pasta do Governo de Minas Gerais à reportagem via assessoria, informando também que a secretaria aguarda cronograma de distribuição de mais imunizantes do Ministério da Saúde. Em Juiz de Fora, a procura pelas doses ainda é pequena entre o grupo.

Segundo a SES-MG, até o momento, 74.270 doses de Coronavac foram distribuídas pelo Governo de Minas aos municípios do estado para atender as crianças de 3 e 4 anos de idade, quantidade aquém do necessário para o atendimento de toda a faixa etária. A secretaria estadual estima que há 546.505 mineiros compreendidos nesse grupo. Dessa forma, a recomendação é que os municípios expandam gradualmente a imunização, conforme a disponibilidade de doses no estoque da cidade.

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Segundo a SES-MG, a orientação é para que a Coronavac seja destinada inicialmente somente para crianças entre 3 e 4 anos de idade e que a vacinação aconteça de forma gradual para todas as crianças imunocomprometidas de 3 e 4 anos de idade. A seguir, devem ser vacinadas crianças de 3 e 4 anos indígenas que vivem em aldeias, crianças que vivem em comunidades quilombolas e em situação de rua e, por fim, crianças de 4 anos de idade e crianças de 3 anos de idade.

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Procura ainda é discreta

Em Minas Gerais e em Juiz de Fora, a aplicação das doses no novo grupo alvo ainda é baixa. Conforme a SES-MG, foram registradas apenas 269 doses aplicadas em todo o estado para o grupo recém-iniciado, até esta quinta. Entretanto, a secretaria lembra que os dados demoram a serem computados no sistema do Ministério da Saúde, de forma que existe uma defasagem no número frente à situação real.

Ainda que haja baixa disponibilidade de doses, a busca pela imunização tem sido pequena nos postos destinados ao atendimento de crianças de 3 e 4 anos. A Tribuna esteve no Departamento de Saúde da Mulher, Gestante, Criança e Adolescente, no Centro, na manhã de quarta-feira (27), para conferir a procura pelas vacinas pediátricas. No local, a movimentação era discreta tanto de pais e responsáveis levando crianças para a imunização contra a Covid-19 quanto para outras vacinas de rotina.

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O pequeno Caio, de 4 anos, estava no local para tomar a primeira dose de vacina contra a Covid-19. A mãe, Maxelen Cruzeiro, o acompanhava e se mostrava empolgada pela segurança conferida pela imunização. “Eu acho que a vacina é uma maneira de diminuir a quantidade de casos da doença. A vacina pode diminuir sintomas (em caso de infecção) e é uma forma de a gente tentar reduzir o índice de contaminação que nós temos.”

Já Isabela Cutrim e Pedro Carcereri, pais da Madalena, de 3 anos, também optaram por levar a menina ao posto de vacinação já nos primeiros dias de disponibilização da vacina pediátrica para o grupo. Na manhã desta quarta, no entanto, eles tiveram um problema: não estavam com toda a documentação necessária para imunizar a filha. O pai demonstrou insatisfação com a comunicação do Município. “Nós chegamos aqui e não sabíamos dos documentos necessários, porque não havia essas informações tão claramente nos meios de comunicação da Prefeitura”, critica.

Assim como o casal, a mãe de Caio, Maxelen, também teve problema de falta de documentação e, enquanto a Tribuna esteve no local, outros pais não conseguiram vacinar os filhos por conta de intercorrências do mesmo tipo.
A Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) não divulgou o número de crianças de 3 e 4 anos vacinadas até o momento. A pasta também não informou se pretende ampliar o número de postos de vacinação para o grupo.

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Documentação necessária e orientações

Para a imunização, é necessário levar uma cópia do comprovante de residência no nome dos pais ou responsável com endereço em Juiz de Fora, cópia do CPF ou o Cartão SUS (caso a criança não tenha, pode utilizar a certidão de nascimento). As crianças com comorbidades ou imunossuprimidas, além destes documentos, devem apresentar um laudo ou atestado médico datado de, no máximo, 12 meses, comprovando a condição.

As crianças que buscarem imunização contra a Covid-19 não podem ter recebido outra vacina nos 15 dias anteriores e não deverão receber outro imunizante nos 15 dias seguintes à aplicação da dose contra a doença causada pelo coronavírus. Também é orientado que os pais ou responsáveis levem a ficha de vacinação impressa e preenchida para agilizar o processo.

Unidades básicas de saúde de quatro bairros também atendem o grupo: Cidade do Sol, Bandeirantes, Nossa Senhora Aparecida e Teixeiras, de segunda a sexta, de 8h a 10h30 e de 13h a 16h. A aplicação no Departamento de Saúde da Mulher, Gestante, Criança e Adolescente tem atendimento de 8h a 16h.

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Baixa vacinação prolonga a pandemia, diz infectologista

Para o pediatra e infectologista Mário Novaes, a queda na procura pela vacinação contra a Covid-19 se dá em razão da diminuição da mortalidade pela doença. “As pessoas foram se vacinando e, na medida em que a imunização avançou, a mortalidade caiu significativamente. Quando as pessoas não percebem a mortalidade, a vacinação cai”, analisa. No caso da vacinação de crianças, o infectologista lembra que há redução generalizada nos índices de adesão às vacinas de rotina. “As pessoas perderam o hábito de vacinar, não estão vendo que as outras doenças ressurgirão em pouco tempo porque a população está com a imunidade baixa.”

Caso os índices de vacinação contra a Covid-19 não tornem a avançar, para Mário Novaes, o efeito será a manutenção da circulação do coronavírus. “Quando você se vacina, a quantidade de vírus é menor do que nos não vacinados. Desse modo, a transferência para outros indivíduos também diminui”, explica.

Para expandir a adesão, sobretudo nos grupos de crianças, o infectologista avalia que deve haver maior mobilização do Poder Público. Uma das alternativas, cita, é criar pontos de vacinação em locais de grande circulação de pessoas, além de possibilitar horários atrativos para que pais e responsáveis levem os filhos.

Com a queda nas temperaturas, como é tradicional no inverno, as estratégias de imunização se tornam ainda mais importantes, conforme Novaes. “Hoje, temos pneumonia, gripe e Covid, que são as doenças do inverno. Para todas as três, tem vacina. Está faltando esclarecimento e uma boa vontade por parte da população também.”

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