Todos os municípios mineiros devem concluir a vacinação de adolescentes até a primeira semana de outubro. Ao menos, esta é a expectativa da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Em entrevista coletiva à imprensa nesta quinta-feira (23), transmitida por redes sociais, o titular da pasta estadual, Fábio Baccheretti, revelou a previsão de atender a todo o grupo com a primeira dose ao longo das duas próximas semanas e também manifestou a expectativa de liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a vacinação de crianças com menos de 12 anos.
Além da conclusão da imunização de adolescentes com a primeira dose, a SES-MG projeta também atender a todos os idosos com mais de 70 anos e imunossuprimidos com a terceira dose nas próximas semanas. “Lembrando que, a cada mês, novos idosos irão entrar no reforço, e que quem tomou AstraZeneca também vai precisar. Mas apenas em novembro e dezembro esse grupo irá tomar o reforço”, disse Baccheretti.
O secretário destacou que o Ministério da Saúde recuou da nota divulgada na semana passada desorientando a imunização de adolescentes. “O risco de qualquer efeito colateral da vacina é muito pequeno (nos adolescentes). E, se comparado com a doença, é menor ainda”, analisou. “Provavelmente, as crianças abaixo de 12 anos também serão contempladas com a vacinação”, complementou o titular da SES-MG.
Segunda dose de AstraZeneca
Problema contínuo no estado há dois meses, a aplicação de segunda dose de AstraZeneca segue acontecendo fora do prazo inicialmente previsto em diversas cidades, incluindo Juiz de Fora. O problema ocorre, segundo Baccheretti, por uma queda na expectativa de fornecimento de doses do produto pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), aliada à utilização de unidades que eram direcionadas à segunda aplicação como primeira dose.
A SES-MG segue aguardando a regularização da situação com a chegada de novas doses ao longo das semanas. Entretanto, a pasta estadual ainda não enxerga necessidade de utilizar uma vacina de outro laboratório para substituir a segunda dose de AstraZeneca. “Se a gente observar um risco na vacinação de segunda dose, está autorizado o uso de outro laboratório (para vacinar a segunda dose). Mas o Estado de Minas não utiliza isso como padrão”, afirmou Fábio Baccheretti.
Variante Delta se iguala à Gama em proporção
Segundo o monitoramento do Governo estadual, as notificações de variante Delta no estado alcançaram a mesma proporção da Gama, que era a cepa preponderante em Minas. De acordo com Baccheretti, a proliferação da variante Delta ainda não modificou significativamente a capacidade de assistência hospitalar no estado. “Mas, de qualquer forma, a nossa expectativa foi confirmada, e a Delta vai se tornar a variante mais comum”, pontuou.
Segundo o painel de monitoramento da SES-MG, 415 amostras genotipadas coletadas pelo Estado sinalizaram a presença da variante Delta. Juiz de Fora é a cidade com a maior quantidade de notificações, chegando a 57 amostras. Os números foram atualizados pela secretaria estadual na última terça-feira (21).