Na última terça-feira (21), uma mulher de 48 anos foi vítima de um golpe de estelionato em Muriaé, cidade situada a cerca de 160 quilômetros de Juiz de Fora. Segundo relato, a mulher recebeu a ligação de uma pessoa se passando por sua advogada, que afirmou que ela havia ganhado um processo judicial e teria direito a R$ 15 mil. No entanto, para liberar o valor, seria necessário fazer um depósito de cerca de R$ 3 mil via Pix, supostamente para cobrir custos de impostos.
Como o processo realmente existia, a vítima acreditou na história e efetuou o pagamento. No entanto, ao entrar em contato com sua advogada para confirmar os detalhes da liberação do valor, percebeu que havia sido enganada. Ela então procurou uma agência bancária, solicitou o extrato do depósito e registrou um boletim de ocorrência.
Esse tipo de golpe, que vem se espalhando com frequência em Minas Gerais, é conhecido como “golpe do falso advogado”. Os criminosos se passam por profissionais da área jurídica e utilizam fotos, dados de advogados reais e informações extraídas de processos judiciais para enganar as vítimas. Eles solicitam adiantamentos de valores alegando pagamento de custas processuais ou liberação de valores de indenização.
De acordo com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB-MG), Gustavo Chalfun, esse golpe é o mais comum no estado e tem gerado muitos prejuízos financeiros às vítimas, principalmente idosos e trabalhadores que são parte em ações previdenciárias ou trabalhistas. Além disso, a situação tem prejudicado também os advogados, que têm suas identidades utilizadas de forma indevida.
Em resposta ao aumento desses crimes, Chalfun pediu uma investigação para identificar os criminosos e quadrilhas, além de analisar como eles conseguem acessar informações sensíveis dos processos judiciais. O Ministério Público de Minas Gerais, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos (Gaeciber), declarou que a investigação será tratada com prioridade.
Como denunciar
As vítimas desse golpe devem registrar um boletim de ocorrência o quanto antes, reunindo informações como prints das conversas, números de Pix e horários das transações. Advogados também devem alertar seus clientes e a OAB sobre o ocorrido para evitar que mais pessoas caiam na fraude.
Se você for abordado por alguém que alegue ser seu advogado, sempre desconfie de solicitações de pagamento fora dos trâmites legais e consulte diretamente seu profissional de confiança.