O motorista da carreta envolvida no acidente na BR-116, que matou pelo menos 39 pessoas, em dezembro de 2024, foi preso nesta terça-feira (21), no Espírito Santo.
A informação foi divulgada pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), via redes sociais. De acordo com o comunicado, a investigação da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apontou que o condutor estava sob efeito de substâncias ilícitas.
A prisão foi decretada pela Justiça de Teófilo Otoni considerando novos elementos que surgiram ao longo das investigações: ele utilizou substâncias entorpecentes, se ausentou do local do acidente, não conferiu as condições de transporte da carga, excedeu o limite de velocidade em 10 quilômetros por hora, carregou a carreta com 8 toneladas além da capacidade, e estava em uma jornada exaustiva de viagem, sem descanso adequado.
A decisão do juiz reviu a da época, que concedeu liberdade ao motorista, por considerar que ele assumiu diversos riscos, caracterizando dolo eventual. As testemunhas ouvidas negaram ter havido qualquer barulho de explosão de pneu no momento do acidente ou que o veículo tenha se desgovernado. Também não foram achados vestígios que comprovassem essa versão dos fatos.
Além disso, o homem preso admitiu que não tinha o costume de verificar se o material transportado estava bem amarrado e dentro dos limites de peso, o que demonstra “a absoluta irresponsabilidade e inaptidão para exercício de seu ofício”, nas palavras do juiz.
O motorista era considerado foragido, uma vez que abandonou o local do acidente. Em 2022, ele teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) apreendida durante blitz após ter se recusado a fazer exame de bafômetro.
O acidente
Na madrugada do dia 21 de dezembro de 2024, a carreta transportava um bloco de granito que se desprendeu e colidiu com um ônibus, próximo à comunidade rural da Lajinha, no Vale do Mucuri, no município de Teófilo Otoni. Um carro de passeio também foi envolvido no acidente.
Havia 45 pessoas no ônibus, três ocupantes do veículo de passeio e somente o condutor no veículo de carga pesada. Conforme os órgãos de segurança que estiveram no local, houve, à época, indicativos que apontavam para excesso de peso na carreta.
A Tribuna pediu mais informações à Polícia Civil e a matéria será atualizada caso haja retorno. Também foi questionado à corporação qual seria o número correto de vítimas fatais, já que, à época, as informações foram de 41 mortes, mas o governador e o Tribunal de Justiça de Minas Gerais citaram, desta vez, 39 óbitos.