Após afirmar, nesta quinta-feira (17), que iria seguir a orientação do Ministério da Saúde de não vacinar adolescentes com idades entre 12 e 17 anos sem comorbidades, o Governo de Minas voltou atrás na decisão. Nesta sexta, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) afirmou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reafirmou na quinta (16) que a vacina da Pfizer é segura para os jovens.
Diante disso, a pasta estadual informou que permanecem em vigor as orientações previstas na Deliberação CIB-SUS/MG Nº 3.508, de 3 de setembro, “que aprova o uso do imunizante da Pfizer para vacinação contra Covid-19 de todos os adolescentes de 12 a 17 anos, bem como para dose de reforço no Estado de Minas Gerais”, informou em nota. A SES ressaltou que a vacinação e o avanço para esta etapa da campanha depende da disponibilidade de doses por parte do Governo federal.
Na quinta, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) informou que, apesar da definição do Ministério da Saúde, manteria a imunização de adolescentes de 17 anos em geral, até este sábado (18), conforme calendário divulgado anteriormente. A Tribuna entrou em contato novamente com a Secretaria de Saúde questionando sobre como ficará a imunização dos jovens sem comorbidades na cidade, diante da nova orientação estadual. A pasta municipal informou que para este público ainda haverá definição. Para o público com comorbidades, no entanto, a imunização segue a partir da próxima semana com a Pfizer.
Decisão do Ministério da Saúde
Na quinta-feira, o Ministério da Saúde emitiu parecer em que recua da decisão de ampliar o plano de imunização contra a Covid-19 para os adolescente em geral. Agora, a orientação é de que sejam imunizados apenas os jovens desta faixa etária com deficiência permanente, comorbidades e aqueles privados de liberdade.
Para a nova recomendação, o órgão federal argumenta que “a maioria dos adolescentes sem comorbidades acometidos pela Covid-19 apresenta evolução benigna, apresentando-se assintomáticos”. A decisão do Ministério da Saúde contraria a orientação expedida pelo próprio Ministério no dia 2 de setembro, na qual indicava a vacinação a partir do dia 15. Justificando a alteração, a pasta afirmou que “os benefícios da vacinação em adolescentes sem comorbidades ainda não estão claramente definidos”.
O Ministério ainda lembra que apenas um imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a aplicação no grupo, o da Pfizer, e afirma que a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda a imunização de crianças e adolescentes com ou sem comorbidades. O último argumento, entretanto, não condiz na integralidade com o que a OMS, de fato, recomenda, já que, segundo a entidade internacional, “crianças e adolescentes são menos propensos a ter complicações por causa da doença”, sendo a vacinação deste público considerada “menos urgente”, embora necessária.