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‘O nosso setor de saúde entrou em colapso’, afirma Zema

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(Foto: Reprodução)

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Em coletiva à imprensa na manhã desta terça-feira (16), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), justificou o lockdown que será adotado a nível estadual a partir de quarta-feira (17). De acordo com Zema, a rede hospitalar mineira entrou em colapso, uma vez que há mais pessoas procurando por leitos do que capacidade assistencial das unidades de saúde do estado. O governador ainda anunciou que articula a compra de cinco diferentes vacinas contra o coronavírus, mas ainda não há previsão de disponibilização de novos imunizantes para a população.

O governador atribuiu às novas cepas do coronavírus a maior pressão na rede hospitalar mineira, com grande aumento recente no número de contaminações e de óbitos. “Chegamos em um ponto em que o nosso setor de saúde entrou em colapso. Ou seja, mais pessoas procuram os nossos hospitais do que nós temos capacidade de atendimento”, afirma Zema. Como a vacinação ainda ocorre a conta-gotas, a única alternativa encontrada pelo Governo de Minas foi restringir a circulação do vírus, de acordo com o governador. “Nós estamos sendo obrigados a optar entre continuar vivendo como se nada tivesse acontecendo, ou ter o isolamento para salvar muitas vidas. E eu sou favorável a salvar vidas”, argumenta.

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Segundo o chefe do Executivo, caso a população mineira não se mantenha em isolamento, o estado vai começar a viver com “cenas de horror”. “Em nenhum momento nós adotamos uma medida extrema como as que estamos adotando agora, porque havia condição de dar atendimento médico a quem precisava. Agora, nós começamos a assistir cenas de horror: pessoas clamando por atendimento, e não temos vaga nas unidades de saúde”, afirma.

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Zema lembrou a ampliação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) durante o ano de enfrentamento ao coronavírus no estado. O total saiu de dois mil leitos, em fevereiro de 2020, para quatro mil, em fevereiro deste ano. Atualmente, de acordo com o governador, há estrutura para a ampliação da rede hospitalar, mas há dificuldades em encontrar profissionais.

“Há um ano, os profissionais da saúde estão se dedicando de corpo e alma. Mas, hoje, eles não têm mais essa disponibilidade. Nós temos que limitar o número de casos.”

O governador também anunciou que mantém conversas com fabricantes de cinco imunizantes contra o coronavírus: Coronavac, Astrazeneca, Pfizer, Janssen e Sputnik. No entanto, os laboratórios ainda não vendem unidades para estados. Enquanto dois dos imunizantes (Janssen e Sputnik) nem mesmo possuem autorizações emitidas pela Anvisa.

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Onda roxa

Conforme anunciado ainda na segunda-feira (15), a partir de quarta todo o estado de Minas Gerais entra na onda roxa do programa Minas Consciente. A medida tem restrições severas ao funcionamento do comércio e à circulação das pessoas nas ruas. Apenas os serviços tidos como essenciais – como padarias, supermercados e farmácias -, podem funcionar em todos os municípios mineiros. Também foi estabelecido um toque de recolher entre 20h e 5h. Todas as medidas já vigoravam em Juiz de Fora desde sábado (13).

“A onda roxa não pode ser uma cor no mapa, precisa ser uma mudança de comportamento de todo mundo. A gente precisa que cada cidadão mineiro entenda isso, porque não adianta restringir a circulação, fechar comércios, se as pessoas não mudarem os hábitos”, analisa o novo secretário de Estado de Saúde (SES/MG), Fábio Baccheretti. Segundo Baccheretti, a população perdeu o engajamento nas medidas de segurança sanitária, o que coloca a capacidade assistencial do estado em risco. “Foram abertos vários leitos. Mas, mesmo assim, o comportamento da taxa de ocupação é exponencial, mostrando que não há leitos sendo abertos na mesma velocidade do que o número de internações”, explica.

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O secretário também lembrou a importância de toda a população permanecer em alerta, uma vez que o coronavírus possui características diferentes de outros vírus. “Esse vírus é diferente de tudo que cada um já viveu. Ele é diferente, parece um resfriado comum, mas depois vira uma gripe forte, uma pneumonia grave, e sabemos qual é o desfecho”, diz.

O cumprimento das medidas restritivas terá o apoio da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) em todos os municípios mineiros, de acordo com o Governo de Minas. Inicialmente, a onda roxa tem duração de duas semanas.

Os municípios também têm a possibilidade de instalar barreiras sanitárias com o apoio da PMMG à fiscalização municipal. A circulação de pessoas é permitida apenas para trabalho ou consumo das atividades essenciais, além de para atendimento médico e hospitalar. É vedada a circulação de pessoas com sintomas gripais, assim como também é vedada a realização de encontros, visitas, reuniões e eventos. O uso de máscara em espaços públicos é obrigatório, além do distanciamento e da higienização de objetos e ambientes.

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