O governador Romeu Zema anunciou, na noite desta segunda-feira (15), que todas as regiões de Minas Gerais deverão entrar na onda roxa a partir de quarta-feira (17). A princípio, a medida valerá por 15 dias.
A decisão foi comunicada durante reunião com prefeitos e representantes de consórcios municipais de saúde. Zema afirmou que o cenário atual é o mais grave desde o início da pandemia, em que os hospitais estão no limite de leitos disponíveis e muitas pessoas não estão respeitando as medidas de isolamento.
“É uma medida dura, mas extremamente necessária neste momento para evitar um cenário pior do que já estamos vivendo. Faço um apelo a todos os mineiros: precisamos manter as medidas de proteção e distanciamento social. Não vamos deixar que o cansaço nos vença. Por favor, respeite e colabore para que possamos vencer essa guerra”, afirmou Romeu Zema, em vídeo divulgado nas redes sociais após a reunião.
De acordo com o governador, a decisão se trata de uma questão humanitária, para não assistirmos a “cenas de horror”. “As filas nos hospitais só têm aumentado. Sabemos que a solução definitiva para esse cenário é a vacinação. Ela está mais rápida, mas ainda é insuficiente para garantir a queda na busca por atendimento médico”, disse Zema aos prefeitos. Os prefeitos presentes na reunião manifestaram apoio à decisão anunciada pelo governador do estado.
Novo secretário reforça importância de medidas restritivas
O novo secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, também esteva presente e reforçou a importância das medidas restritivas anunciadas. De acordo com ele, o estado chegou num momento de limite operacional. “Nos últimos três dias o número de pacientes retidos aguardando vagas, especialmente em terapia intensiva, aumentou de forma exponencial. Diferente de todo o cenário vivido nos últimos 12 meses, desde o início da pandemia, a gente desta vez vive um cenário único, que é todo o Estado sofrendo muito ao mesmo tempo com a pandemia.”
Fábio Baccheretti ainda relata que a Secretaria de Saúde está trabalhando na expansão de leitos. “Estamos utilizando todos os recursos possíveis. Os hospitais da Fhemig estão adaptando blocos cirúrgicos e pronto-atendimento, para vivarem leitos de CTI. Faremos remanejamento de equipamentos, para que os municípios consigam, durante essas próximas semanas, ampliar leitos”, afirmou.
De acordo com Romeu Zema, desde março do ano passado, o Governo de Minas tem feito todos os esforços para aumentar a capacidade assistencial do estado.
“Aumentamos de 2 mil para 4 mil o número de leitos de UTI, de 10 mil para 20 mil os leitos de enfermaria, compramos respiradores, ampliamos o número de profissionais de saúde e nos preparamos para a maior operação de vacinação da história de Minas, que está em andamento. Mas, mesmo assim, chegamos agora no momento mais difícil”, disse.
Onda Roxa
A onda roxa do Minas Consciente foi lançada no dia 3 de março pelo Governo de Minas para ser a mais restritiva do programa. Nesta fase, os municípios podem autorizar apenas o funcionamento de serviços essenciais, além da imposição do toque de recolher entre 20h e 5h. As cidades também terão que adotar barreiras sanitárias e proibir eventos públicos ou privados, além de vetar reuniões presenciais.
As atividades essenciais deverão seguir os protocolos sanitários previstos pelo plano, priorizar funcionamento interno, prestação de serviço remoto e por entrega de produtos.