O governador Romeu Zema participou de audiência pública com o Papa Francisco, nesta quarta-feira (13), na cerimônia realizada na Cidade do Vaticano. O governador de Minas está em missão internacional na Itália desde o dia 6 de setembro e conseguiu acompanhar a celebração e presentear o Pontífice com um conjunto de palmas barrocas, consideradas patrimônio histórico da cidade de Sabará, município da região metropolitana de Belo Horizonte, e um café especial da região de Campos Altos.
Com os presentes, Romeu Zema ressaltou a importância da arte mineira religiosa para o mundo, reforçando como o estado preserva as tradições seculares do barroco. Esta atrai e encanta turistas do mundo inteiro, mostrando as belezas das cidades históricas e o trabalho dos artistas, como Aleijadinho. O governador esteve acompanhado dos secretários Marcelo Aro, da Casa Civil, e Fernando Passalio, de Desenvolvimento Econômico, na manhã desta quarta. Normalmente, neste dia o Papa recebe autoridades e fiéis na Praça São Pedro, para uma celebração ao ar livre.
Além disso, o governador pediu para o Papa rezar por Minas e abençoar a bandeira e os mais de 20 milhões de mineiros. “Foi um encontro rápido, mas muito emocionante. E, a partir de agora, nós mineiros temos a benção do Papa ao nosso lado”, contou Romeu Zema.
Durante a conversa, o Papa destacou o instinto dos mineiros pela pacificação e a coragem de lutar por liberdade. “Uma vez ouvi a história de que os mineiros lutam para não fazer a guerra, nunca. Mas, quando estão na guerra, lutam porque não querem terminar”, disse o líder religioso. Romeu Zema complementou a fala ao ressaltar que o povo mineiro luta por liberdade igual está escrito na bandeira.
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Palmas barrocas
As palmas barrocas são arranjos florais confeccionados em diversos materiais, como papéis e tecidos. No entanto, o mais conhecido deles, em Sabará, são as chapas metálicas banhadas a ouro. Elas são heranças portuguesas que chegaram ao país no século XVIII com Dom João VI, instalando-se na região mineira no mesmo período de formação de suas cidades barrocas. Assim, se tornaram um item comum na ornamentação de celebrações católicas por todo o país desde o período colonial. O conhecimento foi repassado ao longo do tempo pelos artesãos que resistiram em Sabará, principalmente as mulheres. Nos anos de 1980, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), através do Museu do Ouro, resgatou definitivamente essa tradição.
Em 1998, uma parceria entre a Secretaria de Cultura do Estado, a Prefeitura Municipal de Sabará, a escola de arte Abapuru do artista plástico George Helt, introduziu e desenvolveu uma nova técnica de palmas barrocas feitas em metal e banhadas a ouro. Uma inovação que acabou por se tornar a identidade do artesanato produzido no município, sendo posteriormente registrado como patrimônio histórico.
A obra levada pelo governador Romeu Zema para o Papa é um par de palmas barrocas assinadas pelo artista George Helt, de 74 anos. Para o artista, as palmas barrocas se tornaram importantes na cultura barroca, pois tinham a função de provocar admiração e espanto às pessoas nos espaços sagrados.