Mais de seis mil pessoas aguardam por um transplante de órgãos em Minas Gerais. Os dados são do MG Transplantes e contabilizam os registros feitos até maio deste ano, o dado mais recente disponibilizado pela entidade. O número é 20% maior do que o registrado até setembro do ano passado, quando cerca de cinco mil pessoas em Minas esperavam pelo procedimento. Em contrapartida, entre janeiro e maio, foram realizados apenas 714 procedimentos para transplantes em Minas Gerais. Conforme a instituição, a fila é única para todo o estado, não há separação por município.
Dos 6.002 pacientes que estão na fila para transplante de órgãos em Minas, quase a metade (2.993) precisam receber um rim. Percentual importante precisa de uma doação de córnea. Nessas condições, estão 2.783 pessoas no estado. Na fila para receber a doação de fígado estão 78 pessoas; à espera de medula estão 58 pacientes; 49 aguardam transplante de rim/pâncreas; 32 pessoas esperam a doação de um coração e nove, pâncreas.
Fila de espera também cresce no país
No Brasil, segundo o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), publicação da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), até o mês de março deste ano, 49.355 pessoas estavam na fila de espera por um transplante, número 30% maior do que o registrado antes do início da pandemia de Covid-19. Além disso, conforme a ABTO, comparadas com o ano passado, as taxas do primeiro semestre também mostraram diminuição nas taxas de doadores (8,6%) e de transplantes de rim (13,8%), fígado (11,5%), coração (12,5%), pulmão (25%), pâncreas (37,5%), córneas (7,1%) e células hematopoiéticas (12,2%).
Na avaliação da associação, embora os índices da pandemia estejam melhorando – os últimos dois anos tiveram impacto significativo no transplante de órgãos no país – as taxas de doação e, principalmente, de transplante continuam caindo devido a outros fatores, entre eles, “o subfinanciamento dessa atividade, que deve ser urgentemente corrigido”, cita a ABTO.
Como se tornar um doador
Existem dois tipos de doadores de órgãos, o doador com morte encefálica e o doador em vida. A morte cerebral costuma ser irreversível e é diagnosticada quando o paciente não apresenta mais funções neurológicas. Nesses casos, todos os outros órgãos ainda funcionam e podem ser doados se a família do paciente autorizar. Para ser um doador em vida é preciso estar saudável e realizar o procedimento apenas se a doação não comprometer o próprio organismo. Também é necessário que o paciente seja juridicamente capaz, já que a doação necessita de uma autorização judicial.