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Tanqueiros vão reduzir distribuição de combustível pela metade em Minas

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O Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG) anunciou a redução de 50% do número de tanqueiros circulando no estado. A medida passou a a valer nesta quinta-feira (9) e deve durar até a próxima terça-feira (14), quando a categoria terá reunião com o Governo de Minas Gerais para negociar uma redução nos impostos que incidem sobre os combustíveis no estado.

Durante a manhã, postos de combustíveis consultados pela Tribuna relataram não haver risco iminente de desabastecimento por conta da paralisação dos caminhoneiros em pelo menos 15 estados, mas haviam demostrado preocupação com a possibilidade de a paralisação continuar nos próximos dias.

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“A partir de hoje, nós estaremos com o nosso movimento de distribuição de combustível reduzido a 50%, pois aguardamos, na próxima terça-feira, uma reunião com o Governo do Estado, para decidir sobre a questão das alíquotas que incidem sobre o óleo diesel e sobre os demais combustíveis”, informou, em comunicado, o presidente do Sindtanque-MG, Irani Gomes, em comunicado veiculado pela assessoria do sindicato no início da tarde desta quinta. Segundo a entidade sindical, o estado tem cerca de três mil transportadores.

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Na última terça (7), o Sindtanque chegou a iniciar uma greve, que foi encerrada em cerca de 24 horas.

Reunião confirmada

Em contato com a reportagem, o Governo de Minas Gerais confirmou que tem uma reunião prevista com os tanqueiros “para a próxima semana”. Em nota, o Estado ainda afirmou que o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos combustíveis “não passou por alterações recentes”. De acordo com a Administração estadual, os últimos reajustes no imposto sobre a gasolina e o etanol ocorreram em janeiro de 2018, enquanto o último reajuste no diesel aconteceu em janeiro de 2012.

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“Dito isso, é importante deixar claro que os últimos reajustes nos valores dos combustíveis não se devem ao ICMS cobrado pelo Estado, mas, sim, à política de preços adotada pela Petrobras”, afirma o Governo, que ainda informou que uma eventual redução nas alíquotas do ICMS necessita de uma autorização do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

“Na última reunião com representantes do Sindtanque, ficou decidido que a reivindicação da entidade seria apresentada ao Confaz como, de fato, o foi, em julho último. Porém, o pedido foi rejeitado pelo Conselho, formado pelas Secretarias de Fazenda dos 26 Estados e do Distrito Federal”, complementa.

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Postos relataram aumento na demanda nesta quinta-feira em JF, mas não há queixa de falta de combustíveis (Foto: Fernando Priamo)

Postos têm aumento na procura

O início de um movimento grevista de grupos de caminhoneiros de Minas Gerais na madrugada desta quinta-feira já havia causado preocupação aos motoristas juiz-foranos, se refletindo em uma maior procura por combustível nos postos da cidade. Entretanto, mesmo com os bloqueios em determinadas estradas do estado, os tanqueiros que abastecem Juiz de Fora circulavam normalmente nas rodovias e não havia risco imediato de desabastecimento no município.

Ainda assim, a Tribuna apurou que havia corrida aos postos juiz-foranos. Todos os seis estabelecimentos procurados pela reportagem confirmaram que o movimento tinha aumentado na manhã desta quinta-feira. Logo nas primeiras horas do dia, a Tribuna verificou que filas já eram formadas no Posto Bretas, no Bairro Estrela Sul, Zona Sul, e no Posto Jardins, localizado na Ladeira Alexandre Leonel, na mesma região. Neste último, um funcionário relatou que ainda não havia falta de combustível, mas a preocupação era justamente com a demanda acima do normal, que poderia provocar o término do estoque.

Ainda na região Sul, no Posto Shell do Bairro Cascatinha, por outro lado, a alta procura ficou restrita ao início da manhã, se estabilizando ao longo do dia. Por volta das 11h, uma funcionária do local afirmou já não haver fila de veículos. O Posto Shell é abastecido por caminhões que saem da base de Betim, município distante 280 quilômetros de Juiz de Fora e que não teve problemas de bloqueio nas rodovias. Nesse caso, a preocupação era com a possibilidade de uma paralisação futura, que pode resultar em desabastecimento.

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“Hoje mesmo uma carreta já chegou com combustível. Está tudo normal”, garantiu Roberto Cerceau, responsável pelo Autoposto Aeroporto, localizado no Bairro Teixeiras. A situação era a mesma no Posto Romualdo, localizado na Avenida Rio Branco, no Centro. “Hoje, foi liberado para as carretas passarem, então chegou combustível”, assegurou Luís Balbi, que trabalha no local.

“Por enquanto, não tem risco iminente (de desabastecimento). Nós estamos com um estoque bom e estamos com alguns caminhões vindos de Betim e Ribeirão”, afirma Reginaldo Almeida, funcionário do Posto Petrogas, situado na Presidente Juscelino Kubitschek, no Bairro Nova Era, Zona Norte.

No período da tarde, a Tribuna circulou por postos de combustíveis na região do Castinha e Salvaterra, na Zona Sul, BR-040, ao longo da Avenida JK, na Zona Norte, Santa Terezinha, região Nordeste, e Mariano Procópio, Zona Leste, constatando que a movimentação estava tranquila, sem a presença de fila.

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Bloqueios na região

Ao longo da madrugada desta quinta, caminhões chegaram a parar nos acostamentos das rodovias na altura de Juiz de Fora, Matias Barbosa, Visconde do Rio Branco e Barbacena em um início de um movimento grevista. De manhã, entretanto, a Federação dos Transportadores Autônomos de Minas Gerais (Fetramig) informou que não havia paralisação de caminhoneiros prevista para ocorrer na região ao longo do dia e que não havia bloqueios em nenhum trecho na manhã desta quinta.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Concer, concessionária que administra o trecho da BR-040 entre Juiz de Fora e o Rio de Janeiro, chegaram a notar veículos parados em determinados pontos das rodovias da região. Entretanto, nas horas seguintes, já não havia caminhões parados. O movimento foi mais duradouro na MG-447, na altura de Visconde do Rio Branco, onde cerca de 50 caminhões ficaram parados no acostamento durante a madrugada e permaneciam no local até as 11h30, quando começaram a seguir viagem.

No início da noite desta quinta (9), tanto a PRF quanto a Concer informaram à Tribuna que não havia na BR-040 nenhuma movimentação de caminhoneiros no que diz respeito à paralisação.

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