As medidas adotadas pelo Governo de Minas no combate ao coronavírus, desde o início da pandemia, teriam contribuído para que o estado conseguisse adiar, por consecutivas vezes, o pico do número de casos confirmados da doença. Essa é a avaliação da Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG). A expectativa, agora, é que o pico aconteça em meados de julho, quando deve ser registrado o ápice da contaminação. De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, é positivo que essas previsões sejam adiadas. E o ideal, segundo o titular, é que o pico nunca aconteça. Ele explica que os estudos são elaborados a fim de possibilitar ao Governo estadual a possibilidade de antecipar medidas e montar uma retaguarda na rede assistencial de saúde.
“Se nós tivermos ideia desses momentos, nós poderemos tomar medidas para quando esses picos acontecerem. (Mas) o objetivo maior da secretaria é que nós não tenhamos picos, porque ele pode trazer risco assistencial e estresse na rede de atenção à saúde”, diz. Conforme Amaral, um dos primeiros estudos elaborados pelos técnicos da SES apontava que o pico em Minas aconteceria nesta terça-feira (9). “A projeção do pico, que seria hoje, estava em torno de um aumento de 2.988 casos confirmados (em um dia). De segunda para terça tivemos apenas 219 novas confirmações. Ou seja, estamos em um momento da curva em que não se concretizou aquele pico. Isso não significa que estamos fora da epidemia, ou que a partir de hoje vai baixar (o número de casos). Mas chama atenção que medidas que foram tomadas no passado, no sentindo de diminuir a transmissão da doença, conseguiram modificar a tendência de Minas em relação ao Brasil.”
Nesse sentindo, Amaral reforça aos cidadãos e aos municípios que mantenham as medidas de isolamento social. “Quando identificamos o pico para julho, começamos a perceber que estava aumentando o número de casos. Na semana retrasada, começamos a fazer videoconferência com todas as macrorregiões no sentido de sensibilizar os secretários municipais e prefeitos a terem máximo de aderência ao isolamento, conforme a visão do Minas Consciente”. A ideia, segundo o titular da SES, é que o pico seja novamente adiado. “É importante a sociedade entender que mesmo não havendo pico, o coronavírus vai continuar entre nós ao longo de um tempo muito grande. Isso quer dizer que nós não podemos flexibilizar exageradamente, acabar com as medidas de isolamento”.
Ocupação de leitos
Ainda conforme o secretário, as taxas de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva e de enfermaria seguem aumentando, umas vez que também aumenta a transmissão da doença no estado e o diagnóstico de casos. Dados desta terça apontavam que a taxa de ocupação de leitos UTI em todo estado era de 72%. Deste percentual, 11,86% estavam ocupados por pacientes com suspeita ou diagnosticados com Covid-19.
Em relação ao índice de leitos de enfermaria, o percentual total baixava para 70%. Deste valor, 7,68% estavam com pacientes com suspeita ou diagnosticados da Covid-19.