O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apura supostas irregularidades na imunização de servidores da Secretaria de Estado de Saúde (SES). A informação foi dada pelo portal R7 e confirmada pela Tribuna. Segundo o R7, o secretário de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, está entre os servidores do alto escalão e administrativo da SES vacinados. O MPMG apura se houve desrespeito à fila de imunização e às regras que definem os grupos prioritários para o recebimento do imunizante.
“A 19ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde de Belo Horizonte investiga o fato. O órgão enviou hoje (nesta terça, 9) ofício para a responsável técnica pelas vacinas do Estado, pedindo que ela informe, no prazo de cinco dias, os cargos das pessoas vacinadas e as datas de vacinação, correlacionando essas informações aos grupos prioritários definidos por regulamento do Ministério da Saúde”, afirmou o MPMG, em nota encaminhada à Tribuna.
A reportagem também encaminhou um questionamento à Secretaria de Estado de Saúde solicitando um posicionamento sobre o tema, mas, até a edição deste texto, não havia obtido um retorno. Em entrevista concedida à TV Record, o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, comentou sobre a situação.
“Nós temos assessores que vão na força-tarefa; temos assessor de comunicação que vai na força-tarefa; temos fotógrafo que vai na força-tarefa. Esses, que são focados, recebem a vacinação também, pois vão para a linha de frente”, afirma Carlos Eduardo Amaral, que diz ainda ter sido vacinado após “a primeira força-tarefa”. O secretário afirmou ainda que a SES já descentralizou, “para todos os municípios”, vacinas que equivalem ao necessário para a imunização de “82% dos trabalhadores da saúde” do estado.
“Isso fez com que alguns grupos também, dentro da Secretaria de Estado de Saúde, principalmente aqueles que são grupos de liderança e que têm que, obrigatoriamente, que estar na Secretaria vinculados à operacionalização do Covid, estes foram vacinados. Mas de forma nenhuma nós vacinamos a Secretaria Estadual de Saúde, assim como dizem as deliberações, que ficarão para depois, uma vez que não estão nos grupos prioritários”, justificou o secretário.