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Minas tem uma tentativa de fraude evitada a cada 30 segundos

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Mais de um milhão de tentativas de fraude contra consumidores, a maioria delas praticadas por meios digitais, foram evitadas no ano passado em Minas Gerais. Dados da Serasa Experian mostram que houve uma tentativa de golpe a cada 31,7 segundos em 2024, totalizando 1.006.690, ou 8,7% de todas as 11.509.21 registradas no país. O levantamento ainda revela que no estado mineiro foi onde mais aumentaram as fraudes na Região Sudeste, em comparação com 2023: alta de 10%. O índice ficou acima da média de crescimento nacional, de 9,4%. Já a taxa estadual de possíveis estelionatos por milhão de habitantes foi de 3.935.

Quase metade desses crimes tentados no Brasil envolve cartões de crédito, mais de 32% contam com boletos e transações via PIX, enquanto 19% estão relacionados com invasões de contas bancárias ou redes sociais. Embora a maior parte das investidas criminosas tenha tido como alvo brasileiros na faixa etária entre 36 e 50 anos (33,4%), seguidos por aqueles entre 26 a 35 anos (25,4%), o maior incremento foi constatado no público idoso (acima de 60 anos), com 11,9% mais casos no ano passado, fazendo essa fatia representar 13,2% do público atingido. A possibilidade de os idosos estarem menos inteirados com as tecnologias e, ao mesmo tempo, precisarem estar inseridos no mundo digital, os torna mais vulneráveis, conforme especialistas.

“Tem sempre que desconfiar”, alerta Luiz Filipe Morra sobre a incidência de fraudes, com o avanço das tecnologias (Foto: Divulgação/Serasa Experian)

Para o gerente executivo da Serasa Experian, Luiz Filipe Morra, esse crescimento expressivo de tentativas de fraude em Minas pode ter diversos fatores. Entre as hipóteses estão vazamentos de dados no estado ou um resultado satisfatório para os estelionatários no período anterior, que possa ter despertado a atenção dos golpistas, já que eles atuam em rede. Em tempos de tecnologia atrelada a diversos serviços no dia a dia, o especialista alerta: “Tem sempre que desconfiar”. A dica vale, principalmente, para e-mails, SMSs ou mensagens recebidas por aplicativos, como WhatsApp, sugerindo que a pessoa clique em algum link, geralmente para direcionar para uma página falsa e furtar dados pessoais. Apesar do avanço das fraudes nos meios digitais, os criminosos continuam agindo também a partir do roubo de documentos físicos, para tentar abertura de contas bancárias, aquisição de cartões de crédito, compras de veículos ou empréstimos em nome das vítimas, por exemplo.

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“O consumidor precisa entender o ambiente em que está vivendo, de ataque de fraudes, e tomar mais cuidado. A tecnologia é um caminho sem volta. Se acreditar em um vídeo porque nele tem o rosto de alguém que você conhece, já está sendo ingênuo, porque temos a Inteligência Artificial hoje em dia”, dispara Morra. Interações pelo WhatsApp de bandidos que usam foto de conhecido ou de parente da vítima no perfil já causam prejuízos. A IA, portanto, pode facilitar ainda mais as estratégias de convencimento dos criminosos para conseguirem dados pessoais ou até transações via PIX.

“O Indicador Serasa Experian de Tentativas de Fraudes – Consumidor é constituído pela multiplicação da quantidade de CPFs consultados pela probabilidade de fraude, além da adição do volume de tentativas de fraudes registradas pela companhia referentes à verificação de documentos, biometria facial, verificação cadastral e verificação de dispositivos”, informa a empresa.

Além dos meios digitais, a Serasa Experian também atua na prevenção à fraude junto a operadores de telecomunicação, grandes redes de varejo e bancos. Esses são os principais investidores de sistemas de proteção conectados à Serasa, que recebe as informações do consumidor final, analisando, “por camadas”, dados de reconhecimento facial, biometria, documentos, entre outros, a fim de assegurar se a transação pretendida é solicitada pela pessoa real ou por algum golpista que usa dados de forma ilegal.

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Links falsos funcionam como iscas para fraudes

“Os links falsos são usados pelos fraudadores para obter informações da pessoa. Se ela estiver desavisada, é a isca para o fraudador conseguir os dados corretos, que têm muito mais chance de dar certo para fazer abertura de conta, adquirir um empréstimo ou fazer uma compra”, destaca Luiz Filipe Morra, sobre o “fishing”, técnica usada pelos estelionatários para roubar dados por meios de “iscas”, como os links falsos. “A pessoa, muitas vezes, é direcionada para uma página que tem até a logo (marca) de uma empresa conhecida. Orientamos sempre ter cuidado, verificar o endereço de sites – se começar com extensão numérica grande antes do nome da empresa, não é oficial. Se perder documento físico, registre boletim de ocorrência. Também é importante acessar o aplicativo da Serasa para monitorar o próprio CPF. Se estiverem consultando e não for você, podem ser fraudadores”, explica o especialista. Na era digital, também vale acender a luz amarela na hora de repassar documentos digitalizados em aplicativos de conversas ou outros meios. “Muitas vezes, a pessoa nem sabe para quem está mandando.”

Ele resume que o roubo/furto de documentos físicos, o envio de documentos digitais “de maneira inocente” e o repasse dos dados pessoais por preenchimentos em páginas falsas, como aquelas direcionadas por links que chegam por WhatsApp, SMS ou e-mail, são os meios mais comuns pelos quais os golpistas conseguem as informações sobre as vítimas e praticam os mais diversos crimes financeiros. “Não informe dados pessoais por meio de links, proteja seus documentos, inclusive os digitais, não faça PIX para uma chave sem confirmar que, de fato, pertence àquela pessoa que você conhece”, orienta.

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Como quase metade das tentativas de fraude está relacionada a cartões de crédito, o especialista recomenda não entregar o cartão para o operador da máquina, já que todos os dados, inclusive o verificador de segurança que viabiliza compras on-line, estão ali. “Só insira ou aproxime da máquina. Verifique sempre o valor que está sendo passado. São cuidados básicos, para não ficar exposto.” O especialista acrescenta que golpistas podem induzir a pessoa ao erro na hora de uma transação, colocando valores maiores, por exemplo, ou debitando duas vezes. “Nunca passe o cartão duas vezes, ao menos que tenha certeza que a compra não foi processada.” Liberar a função no aplicativo do banco para receber os valores na hora por mensagem também é uma prevenção. “A fraude só acontece se a pessoa estiver distraída”, acredita.

São Paulo lidera com uma tentativa de fraude a cada 10 segundos

A Região Sudeste é a que mais concentra as tentativas de fraude no Brasil. Foram 5.479.454 contabilizadas em 2024 pela Serasa Experian, o que representa 47,5% do total nacional. Só em São Paulo, que lidera a lista geral, houve uma tentativa de golpe a cada 10 segundos, totalizando 3.181.644 casos no ano passado, ou 27,6% do total no território brasileiro. O Rio de Janeiro aparece em segundo lugar no Sudeste (1.084.545 ou 9,4%), bem próximo a Minas Gerais (1.006.690 ou 8,7%), enquanto o Espírito Santo fica em último (206.575 ou 1,8%).

O gerente executivo da Serasa Experian, Luiz Filipe Morra, observa que a Região Sudeste concentra uma população bem remunerada que, consequentemente, atrai mais golpistas financeiros, de olho em cartões de crédito com limites altos, entre outros atrativos. A datatech aponta que o crescimento de tentativas de fraude no país, com variações entre 7,1% e 12,7% nas unidades federativas, reflete a sofisticação dos ataques digitais e a necessidade contínua de aprimoramento das ferramentas de prevenção. Diante disso, as soluções desenvolvidas, como as camadas de autenticação, “se tornam indispensáveis para antecipar e bloquear ameaças antes que causem prejuízos a consumidores e empresas”.

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As mais de 11 milhões de tentativas de fraude no país foram evitadas por meio de tecnologias de autenticação. A maior parte (58,2%) foi detectada por inconsistências nas informações cadastrais. “Essas discrepâncias ocorrem quando os dados fornecidos pelos usuários diferem das informações registradas em bases confiáveis ou oficiais, como CPF, endereço, data de nascimento e histórico financeiro. Muitas vezes, tais irregularidades indicam a criação de identidades falsas, manipulação de dados existentes ou o uso indevido de informações de terceiros”, explica a Serasa.

Ainda conforme a empresa, padrões fraudulentos relacionados à autenticidade de documentos e à validação biométrica representaram 33,6% das ocorrências ao longo do ano, “reforçando a necessidade de soluções integradas para combater diferentes estratégias utilizadas por fraudadores”. Além dos incrementos tecnológicos, investir em educação é fundamental para antecipar e neutralizar ameaças de golpe. “O combate às fraudes exige um equilíbrio entre tecnologia avançada e uma experiência segura para o usuário. Somar soluções inteligentes a estratégias de conscientização é essencial para dificultar a ação de golpistas e fortalecer a proteção das identidades digitais”, conclui a Serasa Experian.

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