Toda a população mineira com idades entre 5 e 11 anos deve receber a primeira dose de vacina contra a Covid-19 até março. Essa é a expectativa da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) revelada pelo titular da pasta, Fábio Baccheretti, em coletiva à imprensa realizada nesta quinta-feira (6). De acordo com o secretário, no entanto, a vacinação de crianças não vai influenciar no retorno às aulas presenciais após o período de férias.
Na coletiva, o secretário revelou a expectativa de receber 20 milhões de doses ao longo do primeiro trimestre deste ano. “Será o suficiente para vacinar todas as crianças de 5 a 11 anos com primeira dose. Nós vamos vacinar (a faixa etária), com a primeira dose, até o final de março”, confirma Baccheretti.
A vacinação de crianças, por outro lado, não interfere no retorno às aulas presenciais. “Não existe vínculo de vacinação com volta às aulas e elas serão retomadas independente da vacinação em todos os municípios”, diz o secretário. Pela definição da Secretaria de Estado de Educação, a partir de 2022 as aulas passam a ser obrigatoriamente presenciais, ao contrário de 2021, quando o retorno foi opcional para os alunos.
Ômicron vai se tornar dominante
Segundo o monitoramento da SES, ainda não é possível afirmar que a variante Ômicron é a preponderante em casos de Covid-19 em Minas Gerais. Entretanto, a tendência é que a cepa detenha algo próximo à totalidade dos casos da doença até o final de janeiro, de acordo com Fábio Baccheretti. “Certamente, é questão de algumas semanas para a Ômicron ser quase 100% das amostras. Ela é muito infectante, mas se mostra menos letal que a Delta”, afirma o secretário.
A pasta estadual ainda afirma que, até o momento, não houve mortes ou casos graves entre os pacientes com a variante que foram monitorados pela secretaria. “A Ômicron vai causar uma onda de muitos casos. A chance é que a gente tenha pronto atendimentos mais cheios, mas em internações graves não devem fazer paralelo com março e abril do ano passado. Estamos insistindo nos cuidados pessoais e na vacinação para que a gente passe pelo pico sem muita internação”, alerta Baccheretti.
Estudo aponta chance de óbito por Covid-19 maior em não vacinados
Uma pessoa que não tomou qualquer dose de vacina contra a Covid-19 tem 11 vezes mais chance de morrer ao contrair a doença do que uma pessoa completamente imunizada, de acordo com um estudo realizado pela SES e revelado em coletiva à imprensa nesta quinta. De acordo com o secretário Fábio Baccheretti, o levantamento ainda apontou que o indivíduo vacinado com apenas uma dose de imunizante contra a Covid-19 tem o dobro de probabilidade de evoluir para um quadro fatal da doença em relação a quem tomou duas ou três doses.
O estudo foi realizado pela pasta estadual ao longo de dezembro, de acordo com o secretário. Não foram revelados, contudo, detalhes de como a análise foi operacionalizada pela secretaria. “Quem insiste em achar que é uma vacina experimental, está comprovado: a vacinação é a única saída para a pandemia”, garante Bacchereti.
Segundo o “vacinômetro” estadual, 8,2% da população mineira não tomou qualquer dose de vacina contra a Covid-19. A taxa sobe significativamente quando referente à segunda dose, que ainda não teve a adesão de cerca de 15%. A dose de reforço de vacina contra a doença chegou a 16% da população mineira, de acordo com o painel da SES.