O Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA) iniciou, na quarta-feira (31), uma investigação sobre suposta fraude milionária cometida por um grupo suspeito de fornecer insumos para a produção de calçados em Minas Gerais. A Operação Resida Dura, como foi chamada, tem como alvo uma associação criminosa que estaria atuando através de várias empresas de fachada e de utilização de “laranjas”.
A articulação do esquema teria como ponto de partida a compra de resina, sem nota fiscal ou com notas superfaturadas, no estado de São Paulo. O Ministério Público de Minas Gerais, a Receita Estadual, a Advocacia-Geral do Estado, o Tribunal de Justiça e as Polícias Civil e Militar, que compõe o Cira, estimam que cerca de R$ 40 milhões foram obtidos pela organização criminosa por meio de sonegação do ICMS.
À Tribuna, o Ministério Público informou que os próximos passos da operação serão definidos ainda nesta quinta-feira (1º), a partir do andamento das investigações e da análise do material apreendido. O órgão, entretanto, não divulgou outros detalhes sobre os investigados, mas o grupo atuaria principalmente em Divinópolis, cidade próxima à Região metropolitana de Belo Horizonte e a cerca de 320, e nos municípios de Nova Serrana, Araújos e Jundiaí, em São Paulo.
Nesta primeira fase da operação já foram cumprimidos mandados de busca e apreensão nas residências dos gestores do grupo econômico que estaria sendo beneficiados no esquema. O Poder Judiciário também deferiu o sequestro de 21 veículos e 55 bens imóveis que pertencem aos investigados.
Caso comprovado os crimes, os investigados podem responder por sonegação fiscal, associação criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Para a diligências participaram 30 auditores da Receita Federal de Minas Gerais, 43 policiais civis, três promotores e dois delegados.