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Polo Audiovisual da Zona da Mata cria estúdio-escola para animação

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No próximo dia 30 de novembro, Cataguases ganha, oficialmente, o Animaparque, um estúdio-escola voltado para atender as demandas do mercado audiovisual, em especial, do segmento de animação. Diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento do Polo Audiovisual da Zona da Mata (Apolo), Cesar Piva, explica que a missão para os próximos dez anos é transformar a região em um centro de formação, produção e criação para o setor de animação no Brasil, consolidando uma iniciativa inédita na América Latina.

Depois de garantir a realização de grandes produções de longa metragens e séries rodadas em diversas cidades da região, alavancando a geração de riquezas e a formação profissional para a indústria do audiovisual brasileiro, novos desafios exigiam reflexão. “A gente sabia que precisaria procurar um novo momento de desenvolvimento para o Polo que pudesse gerar produção e conteúdo. Não só atender demanda, mas gerar demanda. Após muita pesquisa, concluímos que o setor potencial seria o de animação”, observa Piva.

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Assim, desde 2011, o Animaparque vem sendo objeto de um minucioso planejamento que resultou, em 2022, na criação da primeira turma do curso de graduação em Tecnologia em Cinema e Animação, fruto de parceria estratégica entre a Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), o Instituto Fábrica do Futuro, a Fundação Cultural Ormeu Junqueira Botelho (FCOJB) do Grupo Energisa e a Apolo. A iniciativa foi tão bem-sucedida que já terá sua terceira turma.

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“É o primeiro curso de graduação universitária com o formato tecnólogo de Cinema e Animação. A primeira turma tem 30 alunos, sendo 17 deles vindos de cidades de fora da Zona da Mata. São pessoas de Salvador, Brasília, Palmas, São Paulo e Belo Horizonte que estão estudando em Cataguases. A segunda turma foi a mesma coisa. Vamos inaugurar o Animaparque com 90 estudantes de animação na cidade”, entusiasma-se o diretor.

De fato, o estúdio-escola não será inaugurado, mas sim anunciado, porque já tem muitos profissionais qualificados produzindo longas, curtas e séries em animação, destaca Piva. “Fechamos, nesse mês, as filmagens do longa de ficção ‘A Casa do Elefante’, dirigido por Marcus Villar (PB) com produção da Acapulco Filmes (RO). Está em produção o longa de animação ‘Ana, en passant’, dirigido por Fernanda Salgado (MG) com produção da Apiário (MG), e a série de animação ‘Cosmo, o cosmonauta’, dirigido por Guilherme Azenha Fiuza (MG) e produção da ImaginniStudios (MG). Além disso, está em finalização o documentário ‘Ary’ dirigido por André Weller (RJ) e produção da Dromedário (MG).”

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O Animaparque está localizado no Bairro Guanabara, região central de Cataguases, em uma área de dez mil quadrados. Abriga estúdios, ambientes para produção audiovisual de cinema e animação, de sons e trilhas sonoras, ateliês técnicos de cenotécnica, arte e figurino, camarins e base de produção. No setor educativo, conta com três salas de aulas, laboratório, biblioteca-midiateca e um auditório multiuso. De acordo com o diretor, César Piva (foto), o Animaparque ainda oferece espaços abertos para exibição de filmes, espetáculos e eventos culturais (Foto: Divulgação/Polo Audiovisual da Zona da Mata)

Aprendizado mão na massa

A marca do Animaparque reforça o conceito do Polo Audiovisual da Zona da Mata que é o de aprender fazendo. “Sempre com muito cuidado. Se você está aprendendo alguma técnica aqui, tem que aplicá-la imediatamente. Para entrar no mundo no cinema, é preciso ter um ambiente de produção que permita realizá-la. Nossa preocupação sempre foi não causar frustração. Por isso que o conceito é estúdio-escola. Você aprende, produz, tem uma experiência prática. Aplicar tudo que aprendeu na escola, na academia, nos cursos, nos workshops”, afirma Piva.

Mais conhecido no universo do audiovisual como Quibe, Juliano Braz atua no setor há mais de 20 anos, tendo começado quando o Polo ainda era conhecido como Fábrica do Futuro. Ele, que atuava na área de edição e criava esquetes para divulgar os trabalhos da então Fábrica, especializou-se em maquinaria e em elétrica e já coleciona mais de 20 filmes no currículo, trabalhando em diversas produções pelo país. Consultor técnico e responsável pela infraestrutura do Polo, Juliano também é aluno da primeira turma do curso de graduação em Tecnologia em Cinema e Animação.

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“Nós da primeira turma estamos ajudando a construir esse processo. Como já atuo na prática, estava me faltando a teoria, e, com o Polo, estou conseguindo conquistar essa parte acadêmica. É uma experiência muito gratificante, porque me sinto parte. Em questões de estruturação do curso, como já tenho experiência, dou ideias e opiniões. Eles são muito abertos, nos escutam e estamos construindo juntos. Me sinto realizado mesmo, porque é uma oportunidade que, talvez, se estivesse em outro setor ou lugar, não conseguiria”, observa Quibe.

Parceria feita com muita energia

Grande parceira do Polo Audiovisual da Zona da Mata, a Energisa já apoiou 24 longas e 46 curtas, além de estar envolvida também na oferta do curso de graduação. Com 118 anos de atividade, a empresa tem como premissa o cuidado com o ambiente comunitário. Para o diretor presidente da Energisa Minas Rio, Eduardo Mantovani, um dos pilares para o audiovisual é valorizar os artistas brasileiros e regionais, engajando a população da Zona da Mata.

“Isso fez com que nós começássemos a olhar o território e a diversidade cultural existente. Começamos a fazer esses fomentos à cultura e o objetivo também era gerar emprego e renda. Não podemos esquecer isso, porque junto com essas produções, você tem uma série de alavancas para a produção de emprego e renda e, obviamente, acaba dando oportunidade para a formação de mão de obra profissional e especializada. Isso movimenta a economia local, fornecedores, insumos de qualquer natureza, seja hotéis, alimentação, transporte ou qualquer outro tipo de serviço”, diz Mantovani.

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Secretária municipal de Cultura e Turismo de Cataguases, Rosangela Lima, também concorda que o Polo é um incentivo ao desenvolvimento regional como um todo. “Reconheço o trabalho do Polo Audiovisual positivamente no sentido do fomento da economia criativa, da formação profissionalizante através de cursos técnicos e universitários, além da prospecção do nome de Cataguases”, explica.

Audiovisual está no DNA da cidade

Todos os esforços empregados foram muito bem-sucedidos, porque o audiovisual está no DNA da cidade, que está preparada para receber todos os tipos de produção, acredita o diretor presidente da Energisa Minas Rio, Eduardo Mantovani. Fato confirmado pelo produtor Breno Nogueira, proprietário de duas produtoras em Belo Horizonte, a Aldeia Produções e a Dromedário Cinema e Vídeo.

“Buscamos a parceira e fomos muito felizes. A série foi muito bacana, assim como trabalhar no Polo, porque tivemos deslocamentos mais fáceis, por ser uma cidade menor que Belo Horizonte e, portanto, mais afável com a questão do audiovisual. Eles já têm essa pegada de fazer cinema, além de profissionais preparados. Contratamos muita gente localmente que já havia trabalhado em produções do Rio de Janeiro e de São Paulo, que ia fazer cinema no Polo”, afirma Breno.

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O produtor se recorda que, mesmo as pessoas que não trabalham com audiovisual, foram muito receptivas e faz questão de destacar os nomes de Cesar Piva e Mônica Botelho como grandes responsáveis por todo esse sucesso. Afastada para cuidar da saúde, ela já foi responsável pelos projetos culturais da Energisa, fomentando e promovendo os talentos locais, a economia criativa e disseminando a cultura brasileira. Mônica, inclusive, será a grande homenageada na inauguração do Animaparque.

Outra profissional que também tem boas experiências com o Polo Audiovisual da Zona da Mata é a diretora, roteirista e produtora Bruna Schelb Corrêa. Nascida em Cataguases, ela é doutoranda em Artes, Cultura e Linguagens pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

“A primeira delas foi trabalhando na produção de um festival realizado na cidade, no qual, dois anos depois, estive presente novamente, dessa vez como diretora e roteirista do filme “A vida é coisa que segue”, que foi feito com aporte proporcionado pelo Polo”, explica Bruna. Para ela, o Polo é sinônimo de fomento para criação, produção e desenvolvimento profissional, assegurando oportunidades para quem faz do audiovisual uma forma de expressão no mundo.

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