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Polo da moda em Muriaé: uma história bem costurada

confecção em muriaé
POLO DE MODA é composto pelas cidades de Muriaé, Eugenópolis, Laranjal, Miraí, Patrocínio do Muriaé, Recreio e Rosário da Limeira (Foto: Divulgação)
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O município de Muriaé e seu entorno têm grande importância no mapa da moda do país, sendo consolidados como uma das maiores referências têxteis no Brasil. O Polo do Vestuário, que também é composto pelas cidades de Eugenópolis, Laranjal, Miraí, Patrocínio do Muriaé, Recreio e Rosário da Limeira, movimenta cerca de R$ 464 milhões por ano, com 251 empresas de forte potencial e 1.077 microempreendedores individuais (MEI’s) ativos que fortalecem a produção.

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Os números demonstram a relevância do segmento para todo o estado de Minas Gerais, gerando novos investimentos, movimentando grande fatia da economia e impulsionando a geração de emprego e renda. Por isso, em 2022, o polo recebeu do Governo do Estado o certificado de Arranjo Produtivo Local (APL), que compreende o conjunto de empresas, produtores e instituições que, em um mesmo território, mantêm vínculos de cooperação.

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Com produtos semelhantes, participam da mesma cadeia produtiva, utilizam insumos comuns, necessitam de tecnologias parecidas e informações sobre os mesmos mercados. O secretário adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Muriaé, Leonardo Latini Veiga, afirma que o certificado concedido pelo Governo estadual é consequência de muito trabalho e esforço. “A história do Polo da Moda está muito bem costurada, tanto na estrutura quanto na produção e nos projetos para o crescimento do setor. O certificado do Minas Avança é mais uma etapa de sucesso do trabalho em equipe, das grandes parcerias governamentais, da cooperação entre as empresas e da criatividade dos nossos empresários”, observa o secretário.

Benefícios

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Delegado Regional de Muriaé no Sindicato das Indústrias do Vestuário de Minas Gerais (Sindivest-MG) e também sócio proprietário da confecção Bocejinho, ao lado da esposa, Maria de Lourdes Souza Henriques Veroneze, Leonardo Morcerf Veroneze explica que o reconhecimento como APL tem sido uma ótima oportunidade de crescimento, uma vez que os benefícios são muitos.

“O reconhecimento do APL é fruto de cooperação entre as empresas e a governança. Nossas empresas passam a ser contempladas com várias ações econômicas em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Governo Zema. O BDMG está elaborando linha de crédito com uma taxa bem menor para as confecções. O Compete Minas é um programa voltando para nosso setor. Estamos buscando e estudando junto à Fazenda o Diferencial de Alíquota (Difal) – que é a diferença de alíquota sobre uma mercadoria entre o estado de origem e o de destino -, para reduzir o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o setor têxtil”, afirma Leonardo.

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Em conjunto com a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, buscam a realização do diagnóstico do segmento em Muriaé e região, com o objetivo de buscar mais projetos e parcerias. Segundo o delegado do SindiVest-MG, a Fiemg tem promovido cursos e consultorias, a fim de proporcionar a ampliação da capacidade produtiva e, consequentemente, de geração de emprego e renda.

Setor movimenta cerca de R$ 464 milhões por ano e conta com 251 empresas de forte potencial e 1.077 microempreendedores individuais (Foto: Divulgação)

Reconhecimento de Muriaé injeta novo ânimo entre parceiros

O reconhecimento como APL é um avanço para o desenvolvimento da região como um todo. Na avaliação do Secretário de Desenvolvimento Econômico de Muriaé, Cesar Augusto Bianchi Botaro, a tendência é de crescimento, uma vez que a certificação é relevante para negociação com os bancos e o Poder Público, assim como junto a grandes compradores.

“O investimento na qualificação dos profissionais é fundamental para nosso polo. Um dos pontos fundamentais para o desenvolvimento das empresas é a utilização de processos e práticas de gestão eficazes. Há também o investimento em máquinas e equipamentos modernos, o desenvolvimento de produtos, a pesquisa, a utilização de tecidos inovadores e, principalmente, o design”, explica Cesar. “O arranjo possui um contexto institucional constituído por um número considerável de instituições atuantes, em conjunto com a capacidade de crescimento que o tornará mais competitivo e apto a buscar novos mercados”, acrescenta o secretário.

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Assessora de Projetos da Delegacia Regional do SindiVest de Muriaé, Suely Vardiero atua há 15 anos no ramo e está otimista com as potencialidades do polo. “Vejo o crescimento através de muito trabalho dos parceiros, o envolvimento do Sebrae, da Fiemg e da Secretaria de Desenvolvimento, da Prefeitura, dos bancos, inclusive a Caixa Econômica, que faz o trabalho junto ao APL. Várias empresas investem muito em maquinário e isso é visível, gerando um produto de qualidade excelente. Estamos crescendo cada dia mais”, diz.

A recompensa por sair da zona de conforto

Há 30 anos no mercado, a Bocejinho trabalha exclusivamente com pijamas. O proprietário Leonardo Veroneze lembra que o começo não foi nada fácil, mas, hoje, a empresa possui 41 representantes espalhados em todos os estados brasileiros e 1.800 pontos de venda. “Recém-casados, eu e minha esposa resolvemos abrir uma confecção, e o trabalho foi dando certo. Não ficamos agarrados ao sistema que havia aqui. Queríamos uma coisa diferente. Então, buscamos vender fora da nossa zona de conforto, trabalhando com representação. Nossa marca está presente em todo o país”, observa o empresário.

“Tivemos um apoio muito grande do polo que, na época, nem existia ainda. Mas Muriaé, em especial o César Augusto Bianchi Botaro, trabalhava muito junto às confecções. Íamos para feiras muitas vezes subsidiados pela Prefeitura, pelo Sebrae, Senai e pela Fiemg. Isso nos deu a oportunidade de mostrar nossos produtos para o Brasil”, completa Leonardo.

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Com a certificação como APL, ele acredita que o polo vá crescer ainda mais, porque o reconhecimento do Governo do Estado traz mais visibilidade e oportunidade para os negócios. “Hoje, nosso polo é visto no Brasil inteiro como um grande fomentador da economia, o que trouxe e traz muita oportunidade de inovação e de tecnologia, de ofertas de tecidos diferentes, maquinários e muitos clientes também querendo novos parceiros, buscando novos produtos.”

 

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