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‘É uma guerreira’: Sergipe, pai de Bia Ferreira, se orgulha do bronze da filha nas Olimpíadas

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A pugilista Bia Ferreira, radicada em Juiz de Fora, conquistou a medalha de bronze nas Olimpíadas de Paris. Ela foi derrotada pela irlandesa Kelllie Harrington na tarde deste sábado (3), na semifinal da categoria 60kg. A Tribuna esteve na casa de Raimundo Oliveira, o “Sergipe”, pai e treinador de Bia, para acompanhar ele, familiares e amigos também presentes no encontro, no Bairro São Mateus, na Zona Sul.

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“Muito orgulho, a Bia é uma guerreira. Ela sustenta os dois tipos de boxe, é campeã do mundo no profissional e agora conseguiu o bronze [no boxe olímpico]. É a única mulher, e homem também, campeã no boxe mundial e medalhista olímpica. Essa história ninguém vai tirar. (…) Queríamos a mãe de todas, não era o bronze, mas é assim, Deus quis isso. Foi um bom resultado, outros vários atletas foram competir também”, destacou Sergipe.

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Da confiança à concentração nos movimentos de Bia

Minutos antes da luta, Sergipe estava empolgado e exalava confiança. “O coração vem a mil há muito tempo e não para, vai só acelerando. É uma luta que não tem nada fácil, ali estão as melhores. Mas a Bia vem representando muito bem, já é bicampeã mundial. Conversei com ela para não ficar ansiosa, procurar boxear. Entrar tranquila, bater dobrado. Espero ela agressiva, deixando a outra lutadora assustada. A adversária deve amarrar a luta, mas acredito que a Bia não vai entrar nesse jogo”, disse o pai.

Sergipe, em primeiro plano, amigos e familiares concentrados na luta de Bia (Foto: Felipe Couri)

Já Tuanny Santana, amiga de Bia há 14 anos, atentava para a vontade da pugilista de ganhar de Harrington por ter ficado “mordida” nas Olimpíadas passadas. “A Bia me levou para o boxe, fui aprendendo com ela e desde então é minha inspiração, assim como o boxe é uma paixão. Estou aqui torcendo muito, espero que ela consiga a revanche, a expectativa é grande. Em Tóquio, para a gente, a luta estava ganha, mas os juízes deram para a irlandesa. A Bia estudou bastante para hoje, a expectativa é a melhor possível”, projetava.

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No primeiro round, a ansiedade tomou conta da casa no Bairro São Mateus. Sergipe, com os olhos atentos, falou por todo o tempo. “Vamos, esperta desde o começo. Aumenta o volume. Vai dando jab, incomodando por cima. Ela está com medo, assustada. Joga esse direto em cima da mão esquerda. Ela não vai aguentar, trocou de base. Está perdida, vai abafando”. O sentimento era de confiança para a vitória no primeiro round, porém os juízes decidiram que a irlandesa foi melhor.

Já o segundo round foi de maior tensão na residência. Em silêncio e mais concentrados, pouquíssimas vezes vozes foram escutadas. Tauany, amiga da baiana radicada em Juiz de Fora, ficou com os olhos marejados. Neste assalto, Bia igualou a luta e levou a decisão para o combate derradeiro.

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No terceiro e decisivo round, o nervosismo voltou. Os amigos, antes assentados, levantavam. Mãos trêmulas e gritos de “vamos, Bia”, ecoaram todo o tempo. Ao final, com muita tensão, os presentes já pareciam imaginar a derrota. Com a decisão dividida dos juízes, mas vantagem para a irlandesa, uma salva de palmas foi dada por todos em homenagem à pugilista brasileira. Minutos depois, “Bia, Bia” foi cantado na casa.

Sergipe, apesar de chateado, se mostrou orgulhoso de Bia. “Levantar a cabeça e ir para o boxe profissional. Estávamos esperando o ouro, mas não veio, era o sonho da gente. Ela continua sendo campeã mundial e agora duas vezes medalhista olímpica. O bronze não deixa de ser um bom resultado. Vamos dar a volta por cima”, exaltou o pai.

 

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