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Hugo Calderano perde para sueco e disputará o bronze no tênis de mesa na Olimpíada de Paris-2024

Hugo Calderano nas Olimpíadas de Paris
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Hugo Calderano foi derrotado na semifinal da chave de simples do tênis de mesa, nesta sexta-feira (2), e disputará a medalha de bronze na Olimpíada de Paris-2024. O atleta brasileiro desperdiçou 10 set points e acabou sendo superado pelo sueco Truls Moregardh por 4 a 2, com parciais de 12/10, 16/14, 7/11, 11/7, 10/12 e 11/8, em 1h08min de confronto, e perdeu a chance de brigar pelo ouro.

A disputa do terceiro lugar está marcada para as 8h30 de domingo (4), pelo horário de Brasília. Seu adversário na briga pelo bronze será o francês Felix Lebrun por 4 a 0. Curiosamente, o brasileiro superou o irmão de Felix, Alexis Lebrun, nas oitavas de final, na quarta-feira. Alexis é o atual 16º do ranking mundial, enquanto Calderano é o número seis na lista dos melhores do mundo.

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“Eu tive várias chances e não consegui aproveitar. O sueco fez uma partida muito boa, de nível muito alto. Tentei achar as soluções. Não consegui sair do estilo dele. Ele usa muita variação, diferente de qualquer estilo do mundo. Tentei o tempo inteiro variar, mudar o jogo, ser mais agressivo, colocar mais efeito. Mas ele sempre conseguia se adaptar, do início ao fim. Ele realmente mereceu essa vitória. Não consegui achar o meu melhor nível”, comentou o brasileiro.

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Calderano admitiu estar incomodado com o resultado, apesar do feito histórico para o tênis de mesa do Brasil. Mas garantiu que estará recuperado emocionalmente a tempo de disputar a medalha de bronze. “A primeira coisa que estou sentindo é raiva. É normal, eu preciso ficar com bastante raiva e nervoso. Ainda tenho que disputar a medalha de bronze. Vai ser importante. Mas antes disso preciso assimilar essa derrota. Acho que é importante também deixar as emoções fluírem e depois voltar com a cabeça bem agressiva para disputar o bronze.”

Nesta sexta, o mesa-tenista do Brasil começou o jogo exibindo concentração e precisão. Também soube aproveitar os erros do sueco nos primeiros pontos para abrir 10/4. A boa vantagem, contudo, desapareceu diante da forte reação de Moregardh, que buscou a virada para fazer 12/10.

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O segundo set foi mais tenso, numa disputa ponto a ponto, com direito a uma punição ao sueco. Mais vibrante, o brasileiro abriu 7/4. Novamente, o adversário virou o placar e chegou a ter dois set points, ambos desperdiçados. Calderano se manteve no set, também teve a chance de fechar, porém na sequência não conseguiu impedir o sueco de fechar mais uma parcial.

O set seguinte teve roteiro diferente: o brasileiro abriu e sustentou sua vantagem ao longo da parcial. O sueco, jogando abaixo do nível que apresentou no início da partida, não esboçou reação desta vez e o duelo ganhou em equilíbrio.

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A quarta parcial destoou ainda mais, desta vez a favor de Moregardh. Pela primeira vez na partida, ele começou na frente e não foi alcançado pelo brasileiro até o fim do set, abrindo 3 a 1 na semifinal. Mas a resposta de Calderano foi rápida no equilibrado quinto set, marcado pela “trocação”. Ele levou a melhor e forçou a disputa da sexta parcial, quando o sueco voltou a ser dominante.

Apesar da derrota, Calderano consolidou seu nome na história da modalidade no Brasil. A semifinal é o melhor resultado de um brasileiro na história do tênis de mesa nos Jogos Olímpicos. A melhor campanha do país no tênis de mesa pertencia ao próprio Calderano, com as quartas de final em Tóquio, em 2021. E, também com a semi, ele havia se tornado o primeiro atleta de fora da Ásia ou da Europa a alcançar esta fase.

O brasileiro ainda poderá fazer história também em nível continental e mundial. Isso porque o atleta se tornará, se faturar o bronze, o primeiro medalhista das Américas nesta modalidade numa edição da Olimpíada. Ele se juntaria a um restrito grupo de não asiáticos que subiram ao pódio olímpico.

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Apenas quatro países fora da Ásia conseguiram uma medalha olímpica nesta modalidade. O único ouro é justamente da Suécia, país do rival que venceu Calderano nesta sexta – o título foi obtido por Jan-Ove Waldner em Barcelona-1992. Os suecos têm, ainda, uma prata e um bronze. Alemanha (quatro prata e cinco bronzes), França (uma prata e um bronze) e a antiga Iugoslávia (uma prata e um bronze) completam a curta lista.

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