A segunda passagem de José Luiz Mauler Júnior, o Juninho, pela presidência do Tupi será interrompida por três meses a partir do próximo dia 4 de outubro. Após reunião entre a diretoria do Galo Carijó, optou-se pelo afastamento do atual dirigente. O vice-presidente do clube, Eloísio Pereira Siqueira, o Tiquinho, vai substituir Juninho durante este período, e permanecerá à frente da presidência alvinegra pelos próximos 90 dias. A informação foi veiculada inicialmente pelo jornalista Ricardo Wagner e confirmada pela Tribuna na manhã desta quinta-feira (30), em contato com o próprio Juninho.
De acordo com ele, a decisão foi tomada pelos dirigentes após reunião da diretoria executiva nesta quarta-feira (29). “A maioria deles (diretores) nem queria (o afastamento). Mas saí para que eles vejam qual é a situação do clube, como toca o clube (…). Tem que deixar entender qual é a situação”, afirma.
A Tribuna fez contato com o presidente do Conselho Deliberativo, Jarbas Raphael da Cruz, questionando se os trâmites necessários para o afastamento do presidente já foram concluídos. Até o momento, a Tribuna não conseguiu retorno.
O licenciamento de Juninho ocorre dias após uma reunião do Conselho Deliberativo manter, provisoriamente, o dirigente na presidência carijó. Na ocasião, Juninho afirmou ter sugerido a criação de um comitê gestor para dirigir a agremiação, mas a sugestão foi negada pelo presidente deliberativo sob o argumento de que o estatuto do clube define a sucessão do presidente pelo vice em caso de afastamento.
Galo endividado
De acordo com o agora presidente licenciado, o Tupi acumula prejuízos financeiros a cada mês. “Todos os meses temos compromissos (financeiros). Todo mês o Tupi fica no vermelho. Eu que sempre coloquei dinheiro para poder estancar as contas, mas a receita sempre é menor do que as despesas”, complementa.
Reportagem da Tribuna veiculada nesta quinta-feira (30) destrincha parte da dívida carijó. A direção do clube estima o passivo total em mais de R$ 10 milhões, sendo que R$ 2,5 milhões são referentes apenas a dívidas trabalhistas. Entre os mais de cem processos que envolvem o alvinegro, ao menos 11 requerem a penhora de algum imóvel da centenária agremiação, e há, até mesmo, condenação expedida sem que o clube apresentasse defesa.