O juiz-forano Leo Aleixo, 38 anos, estreou na última terça-feira (25) pela Seleção Belga de Futsal. O atleta, que iniciou sua trajetória nas quadras de tradicionais equipes de sua cidade natal, conquistou, em julho, a naturalização para poder defender o país em que vive e atua desde 2006 e encarou a Itália em dois amistosos na terça (25) e na quarta (26) nos municípios belgas de Ghent e Morlanwelz, respectivamente.
“A sensação de vestir a camisa da Bélgica para mim foi um momento único, um sonho. Pois sempre digo que, para um atleta de qualquer esporte, chegar a uma seleção é o ápice da carreira. Sou uma pessoa bem realista e sei que no esporte que pratico chegar na Seleção Brasileira é muito difícil. E esse privilégio é para poucos. Como tive essa oportunidade de jogar pela seleção desse país onde vivo e me dá o sustento e da minha família, estou muito feliz e realizado profissionalmente”, relata Leo em entrevista à Tribuna.
Não bastasse a experiência de defender uma seleção, Leo ainda participou ativamente da vitória belga por 2 a 1 no segundo encontro. Ele abriu o placar e deu uma assistência num momento tenso da partida. “No primeiro jogo empatamos em 1 a 1 e, no segundo, na minha cidade, vencemos por 2 a 1 e pude marcar um gol e dar uma assistência faltando 1 segundo para acabar a partida. Você pode imaginar alegria e sensação melhor do que essa?”, comemora.
Leo, que passou por equipes como a da Academia, o Olímpico, Acadêmicos, Clube Bom Pastor, Sport e AABB, contou que já planejava se naturalizar. “Isso foi uma coisa pensada há muitos anos. Na época, um outro treinador da seleção me perguntou se eu não tinha interesse em jogar pela Bélgica. Fui atrás de conseguir a naturalização mas, infelizmente, por diversos problemas burocráticos, não foi possível. Fiquei frustrado e deixei essa ideia de lado por alguns anos. Foi quando então o atual treinador me convidou para tentar novamente. Entrei com os papéis e depois de um ano e meio consegui”, explica o atleta.
Leo integra, agora, a árdua missão na equipe nacional: levar o país a uma Copa do Mundo. “Não é só o meu objetivo, como o de todos da comissão técnica. Vamos disputar uma fase preliminar em janeiro para a Copa do Mundo. Hoje, a Bélgica está em 20º no ranking europeu e só os sete primeiros se classificam. Todos têm a consciência que será muito difícil, mas acho que o trabalho está num crescente. Vamos aguardar”, conta.
Família e adaptação
Leo tem pai juiz-forano e mãe italiana, mas criada em JF. Apesar de estar na Bélgica há 12 anos, ele sempre vem à cidade para matar a saudade. “Nunca deixei de passar minhas férias em JF. Faço questão de ir para rever a família e os amigos. Todo mês de julho estou na cidade recarregando as energias. Com certeza tenho muitas saudades do Brasil e principalmente da minha cidade, que tanto gosto. Mas penso que ainda tenho coisas a conquistar por aqui.”
Atualmente, a esposa Renata Spartini e os filhos Luisa, de 13 anos, e Diego, de 1 ano e 2 meses, moram em Morlanwelz, na Bélgica, e possuem vida adaptada após dificuldades na mudança. “De 2006 para cá eu e minha família passamos por muitas dificuldades, mas sempre superamos os obstáculos e nos adaptamos rápido aos costumes e hábitos do país. Hoje estamos mais que bem. Prova disso é que minha esposa tem um bar na cidade onde moramos há mais de cinco anos. E meus dois filhos nasceram no Brasil. Mas pelo fato de eu ter adquirido a nacionalidade belga, automaticamente os dois também agora são belgas.”