O técnico uruguaio Óscar Tabárez afirmou na véspera da partida contra Portugal que a sua seleção vivia o melhor momento dos últimos 12 anos e que era hora de a equipe celeste recuperar o seu protagonismo. Ao seu lado, o atacante Luis Suárez balançou a cabeça positivamente e, depois, disse que o jogo deste sábado (30) ficaria marcado. Pois quis a história que os bicampeões mundiais derrotassem os atuais campeões europeus por 2 a 1 com gols de Cavani, em Sochi, e avançassem para as quartas de final da Copa do Mundo da Rússia. Agora, o Uruguai vai buscar uma vaga entre os quatro melhores diante da França.
Foi um jogo em que a seleção portuguesa teve mais presença ofensiva e a uruguaia, mais presença de espírito. Porque o Uruguai soube explorar bem os seus contragolpes e manteve durante todo o jogo a sua principal característica nesta Copa do Mundo: a de fechar os espaços na defesa, impedindo os avanços de Cristiano Ronaldo.
O craque português até teve duas boas chances no primeiro tempo. A primeira, aos 5 minutos, em chute quase frontal que parou nas mãos do goleiro Muslera. Mais tarde, em cobrança de falta a uma distância em que está acostumado a mandar a bola na rede, mas que desta vez parou na barreira.
Depois disso, Cristiano Ronaldo foi empurrado pelo trio defensivo formado por José Giménez, Diego Godín e Martín Cáceres para os lados de campo. Assim, o único jogador diferenciado da esquadra portuguesa ficou muito longe da meta adversária e dos companheiros. Afastado do melhor do mundo, o atacante Gonçalo Guedes foi figura nula. Andre Silva, que entrou em seu lugar na etapa final, também.
O que pesou a favor do Uruguai foi justamente o seu ataque, formado por dois jogadores acima da média. É verdade que Luis Suárez às vezes exagera – neste sábado, ele se atirou duas vezes no campo levando as mãos à nuca quando de fato foi atingido nas costas -, mas também é verdade que, com a bola nos pés, sabe fazer a diferença. De quebra, tem ao seu lado na equipe celeste um atacante de área que não perdoa.
Partiu de uma trama da dupla o gol que abriu a contagem. Aos sete minutos, Cavani inverteu o jogo da direita para a esquerda e Luis Suárez, em bonita jogada individual, arrumou espaço para cruzar na segunda trave para o gol do companheiro.
Com Cristiano Ronaldo empurrado para os flancos e sem conseguir trabalhar a bola pelo meio, Portugal passou todo o segundo tempo jogando na base do abafa e dos cruzamentos para a área. O time até chegou ao empate, em cabeceada de Pepe após cobrança de escanteio aos nove. Mas a tática de passar 50 minutos cruzando a bola pelo alto era apenas fortuita. Não havia quem pudesse mandar a bola para dentro.
Pelo lado do Uruguai, havia. E ele se chamava Edinson Cavani. Aos 16 minutos, o atacante recebeu passe na meia esquerda, enquadrou o corpo e bateu de primeira no canto oposto, em curva, marcando um golaço e sacramentando a classificação uruguaia.