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Estádio Municipal pode receber jogos do Campeonato Carioca em 2024

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Titular da SEL comentou sobre apoio aos times locais e uso dos aparelhos esportivos (Foto: Fernando Priamo/Arquivo TM)
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Em 2023, o Estádio Municipal Radialista Mário Helênio foi palco de jogos do Tupi e do Tupynambás no Módulo II do Campeonato Mineiro e do Villa Real, na Segunda Divisão, além de contar com partidas do Uberabinha pelo estadual de base. Além disso, o local recebeu os shows da Festa Country e alguns projetos da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). Para 2024, contudo, o local deve receber outros eventos, sejam esportivos ou musicais. Quem garante é o secretário de Esporte e Lazer (SEL), Marcelo Matta, que revelou à Tribuna a possibilidade de o aparelho esportivo receber jogos do próximo Campeonato Carioca.

Em entrevista concedida à reportagem nos últimos dias de 2023, o titular da SEL também reforçou que o estádio será, cada dia mais, uma arena multiuso. Confira a entrevista completa abaixo.

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Tribuna de Minas: Marcelo, quais os planos para o uso do Estádio Municipal em 2024? Haverá alguma mudança em relação aos anos anteriores?
Marcelo Matta: O plano da Prefeitura é baseado no mesmo conceito desde quando a gestão da (prefeita) Margarida Salomão (PT) iniciou, que é transformar o espaço em uma arena multiuso, conforme uma tendência mundial. Juiz de Fora precisava se ajustar e tentar melhorar a relação custo-benefício que o estádio tem. Vamos manter para os próximos anos, os times vão levar a autorização para uso do estádio e teremos realizações de eventos procurando justificar o equipamento.

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O estádio, às vezes, parece parado. Quais são as ações feitas naquele espaço quando os times de futebol não estão jogando?
Temos, ali dentro, as equipes profissionais jogando (Tupi, Tupynambás e Villa Real) e o Uberabinha na base. Convém registar que o Uberabinha nunca tinha jogado uma competição mineira dentro do Estádio, foi a primeira vez. Baseado no conceito de uso misto, o estádio tem os shows, como a festa country e, provavelmente, esse ano, teremos mais um grande evento lá dentro, mas ainda não está confirmado. Temos o ‘Estádio para Todos’, talvez a comunidade juiz-forana não saiba, mas à tarde tem muita gente caminhando nos anéis inferior e superior. Temos também as visitas guiadas e corridas do Ranking. As competições do núcleo do Bom de Bola, a Copa Prefeitura de Futebol, com final com mais de 25.000 pessoas e eventos de bicicleta. Regulamos a utilização do Ginásio e tentamos utilizar da melhor maneira aquele espaço esportivo público baseado no conceito de que deve ser aberto e compartilhado com todas as modalidades, baseados em uso misto.

Falando sobre os times de futebol, eles têm direito a um treino por semana no Estádio. Há a possibilidade de mais treinos?
Temos que entender que o estádio não pode ser um centro de treinamento. Se for olhar os grandes centros, não vemos os times treinarem lá. Em Juiz de Fora a gente libera, e por que um para cada? Vamos imaginar que os três times estejam na Primeira Divisão, como vamos colocar mais treinos sendo que segunda-feira precisa jogar insumo e o jogador não pode ter contato? Ainda temos, no dia seguinte, que podar a grama, recolher o lixo verde e fazer a marcação no campo, que demora um dia. É preciso tomar cuidado porque a grama tem orientação técnica para que não seja prejudicada. O Uberabinha não consegue treinar lá sempre por causa disso, preciso controlar esse campo onde os profissionais vão fazer todo o tratamento. Mas eles têm o apoio da Prefeitura, teve um momento que avaliamos e acatamos o pedido de um treino para o Uberabinha, sempre se baseando na regulação para fazer a gestão.

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Sobre o gramado: parece que já está melhor que em anos anteriores, mas o que fazer para melhorar ainda mais?
A gestão começou pós-pandemia, foi um dos momentos mais difíceis. Pessoas querendo jogar, praticar, e nós nos baseando na Organização Mundial da Saúde (OMS). Herdamos um gramado que, em função da pandemia, não podíamos fazer o controle. Recebemos o campo muito ruim, com muita praga, em função de uma situação mundial que o trabalhador não poderia estar lá. Estamos trabalhando para que o gramado esteja melhor e neste próximo ano será melhor ainda. Contratamos uma empresa para fazer o controle da grama, já está começando a fazer os procedimentos para que, no final de janeiro, o gramado já esteja nas melhores condições.

Marcelo, há quem diga que o estádio virou um “elefante branco”, que dá prejuízo. Você tem o número de quanto de déficit ou superávit o local traz para a cidade?
Não tenho o número, mas não tenho dúvidas que a relação custo-benefício do estádio não era boa. Por isso abrimos o estádio (para eventos), vamos continuar baseados nesse conceito de que é uma arena de uso misto, para jogos de futebol, eventos, projetos sociais.

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Há o interesse em receber jogos de outros campeonatos no Estádio?
Houve manifestação de uma empresa no interesse em trazer jogos do Campeonato Carioca. Por enquanto, é só interesse. Existe uma regulação que vai ser respeitada, que permite a realização, mas com um valor. Ali tem um custo. 

No final de 2023, o Vasco não pôde jogar em São Januário. Teve algum contato?
Não. Houve um empresário que falou que iria tentar trazer, mas só. Estamos sempre abertos para realizar eventos dentro de um interesse público.

Possibilidade de o Ginásio Municipal receber eventos foi ventilada pelo secretário de Esporte e Lazer (Foto: Fernando Priamo/Arquivo TM)

Sobre o investimento para os times em específico. Existe uma lei de 2019 que prevê uma concessão de R$ 20 mil mensais para times que joguem o Módulo II do Campeonato Mineiro se o clube tiver uma categoria de base e outras exigências. A Prefeitura concede esse valor? Há mais alguma ação para apoiar os clubes de Juiz de Fora?
Juiz de Fora apoia muito o futebol. As três equipes profissionais de futebol de campo não pagam nada para jogar no Estádio. Tupi jogou seis vezes, Tupynambás quatro e Villa Real três (em 2023) e jogaram tudo de graça. Essa lei permite que o executivo destine esse recurso a partir de algumas exigências, como investir nos jovens e ter as certidões negativas. Em 2023, o Tupynambás e o Villa Real atenderam às exigências e destinamos esse valor (R$ 120 mil para o Tupynambás por jogar o Módulo II e R$ 60 mil para o Villa Real na disputa da Segunda Divisão). Não temos no nosso orçamento como destinar mais, se não, teríamos que fazer nos outros esportes.

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Para finalizar, sobre o Ginásio Municipal. A pretensão é continuar na mesma pegada desse ano, realizando eventos de esportes variados?
Lógico. Existe uma diferença: estádio é (apenas) futebol de campo e Ginásio pode receber futsal, basquete, handebol, vôlei, e lutas. Também (há a possibilidade de o Ginásio receber) shows, que já existem pedidos para o ano que vem. O Ginásio teve um investimento público muito grande, precisamos justificar. Por isso, está sendo utilizado como um espaço mais democrático. Tivemos intercolegial, Copa Prefeitura, competições de basquete, jogos do JF Vôlei, Campeonato Mineiro de futsal masculino e feminino e eventos de luta. É uma estrutura que mudou a prática do esporte competitivo na cidade, melhorou muito. Ainda temos muito o que avançar, conversamos com várias lideranças esportivas de Juiz de Fora. É entender que isso é um processo de desenvolvimento ao longo do tempo. Essa é a nossa missão.

*Estagiário sob supervisão do editor Gabriel Silva

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