Foram 559 quilos de arroz, 792 litros de leite, 346 quilos de feijão e mais de seis mil fraldas arrecadadas na última Corrida Camilo dos Santos, realizada em setembro. A WF Assessoria Esportiva, além do trabalho profissional, busca “fazer a diferença na vida das pessoas”, como destaca o sócio e profissional de educação física Wenderson da Costa. Fundada em 2019, a equipe auxilia atletas a adquirirem uma vida saudável e estimula ações sociais em prol de quem precisa: além da arrecadação de alimentos, os membros do time realizaram centenas de doações de sangue. Os envolvidos na WF são os personagens da nona matéria do “Qual é o seu Corre?”, série da Tribuna que conta a história de atletas a cada etapa do Ranking de Corridas de Rua.
Inclusive, alguns dos 32 alunos que a WF Assessoria Esportiva auxilia, estarão na 10ª Corrida Solidária Outubro Rosa da Ascomcer, que acontece neste domingo (29), a partir das 8h, com largada na Praça Cívica da UFJF. A corrida terá percurso de 6 km e a caminhada, de 2,3 km. Ao todo, foram 1.750 pessoas inscritas na competição.
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Uma família
Wenderson e Franciele da Costa sempre gostaram de esporte – principalmente da bicicleta e luta. Ela já era profissional de educação física e, por isso, estimulou o marido a cursar a mesma faculdade. Após criarem um estúdio fitness, veio a ideia de transformá-lo em uma assessoria esportiva. Eles se especializaram no ramo da corrida e, em 2019, criaram a WF.
“Montamos o planejamento de acordo com o objetivo de cada atleta e lançamos algumas metas palpáveis. Às vezes a pessoa está com problema familiar, no trabalho ou de saúde, e consideramos tudo isso, dando importância ao acompanhamento, modificamos o que precisar pelo momento (que o atleta passa)”, explica Wenderson.
A irmã do profissional de educação física, Carla Cristina, foi uma das primeiras corredoras do time e se orgulha do que tem conquistado. “Cada vez chega mais gente para treinar. É muito gostoso participar percebendo nossa evolução. Quando você faz um planejamento de corrida, envolve muitos aspectos. Quantos anos você tem, como é sua alimentação e disponibilidade. É bom sair para correr e saber o que você está fazendo para que consiga realmente evoluir”, avalia Carla, que realiza seis treinos semanais. “A corrida é saúde, quero ser aquelas velhinhas que ainda estão na pista correndo”, completa.
Já Valdilene Silva é uma das atletas da WF que não faz parte da família dos fundadores, mas sente como se tivesse um laço de sangue com eles. “Entrei em busca de melhora no meu bem-estar. Sou hipertensa, tomava muitos remédios. Percebi que meu quadro melhorou, e hoje tenho melhor qualidade de vida. É um esporte de superação total para mim, subia os morros de ré quando entrei. Mas tudo é treino e tempo, precisamos buscar o melhor para a gente. O time é uma família, não tem explicação, é só sentir. Tudo isso faz bem para minha saúde, mente, corpo e coração”, reconhece.
De filhos para mãe
Mãe de Wenderson e de Carla, Sônia da Costa, de 68 anos, começou a correr quando os filhos fundaram o grupo. Nesse tempo, ela participou de diversas corridas, e até de uma maratona, nas Cataratas do Iguaçu, no Paraná. “É uma honra fazer parte da WF, um sentimento muito bom ver eles fazendo o bem para todo mundo. Hoje, eu não tomo remédio nenhum, a corrida é a minha saúde”, relata Sônia.
Nas corridas que a matriarca participa, os atletas envolvidos já a reconhecem, conta a família. “As pessoas passam e falam ‘nossa senhora, não aguento fazer isso com essa idade’. Mas é porque não procuram tentar fazer. Eu sou muito orgulhosa em estar praticando e ser inspiração para as pessoas. Quero correr até quando Deus permitir”, diz, enquanto Carla lembra o apelido que participantes deram à mãe: “vovó garotona”.
Propósito
Para Franciele, a WF pode alcançar ainda mais atletas e, cada vez mais, ajudá-los em seus propósitos. “Nosso objetivo está sendo alcançado. Quero uma família cada vez maior, forte do jeito que ela está sendo construída”, declara. Wenderson acrescenta que a meta é transformar a vida das pessoas através dos exercícios físicos. “Dedicamos nossa vida em tempo integral para a vida dos alunos. Virou nosso bem maior.”
*Davi Sampaio, estagiário sob a supervisão da editora Carolina Leonel