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Uma década do ‘milagre carijó’

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Após vencer o Juventus de Minas Novas, Tupi teve que esperar fim da partida entre Uberaba e Valeriodoce para confirmar o acesso )(Olavo Prazeres/arquivo TM)
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Após vencer o Juventus de Minas Novas, Tupi teve que esperar fim da partida entre Uberaba e Valeriodoce para confirmar o acesso )(Olavo Prazeres/arquivo TM)

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“Nunca duvide do Tupi”. Se você não ouviu esta frase de algum alvinegro após o épico 28 de maio de 2006, certamente entenderá este sentimento ao ler os testemunhos do preparador de goleiros, Walker Campos, e do então zagueiro, e hoje técnico do Volta Redonda, Felipe Surian, personagens do popular “milagre carijó” – no último retorno do clube à elite do Campeonato Mineiro, de forma dramática, no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio – que completou dez anos ontem.

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“Foi um ano complicado em que o Tupi resolveu disputar a segunda divisão do Campeonato Mineiro, mas não tinha os recursos adequados. Na época, decidimos disputar e o senhor Magela (Geraldo Magela Tavares, ex-dirigente, morto em 2015) foi até a imprensa, disse que o Tupi estava falido e isso sensibilizou o empresariado da cidade, que resolveu nos patrocinar, e graças a Deus fizemos um time de guerreiros”, contextualizou Walker, que vivia seu primeiro ano na equipe profissional após convite do técnico José Luís Peixoto, o Zé Luís, ex-goleiro do Tupi.

Após liderar seu grupo na primeira fase do Módulo II do Mineiro mesmo com as dificuldades na montagem do elenco, realizada em cima da hora, o Alvinegro juiz-forano chegou à última rodada do hexagonal final da competição como azarão ao acesso. Para ficar entre os dois primeiros colocados, subindo à elite, o Tupi tinha que vencer o Juventus de Minas Novas por dois gols de diferença em Juiz de Fora e torcer por outros dois resultados: o Rio Branco vencer o Mamoré, garantindo sua vaga na primeira divisão, e o Uberaba não derrotar o lanterna Valériodoce, em seu estádio lotado. A bola rolou para as três partidas, e o time de Andradas logo assegurou o título da competição, fazendo 2 a 0. Faltavam, então, triunfos do Galo Carijó e do Dragão – ou zebra – de Itabira, para a improvável ascensão.

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Em campo com Eládio; Adriano (Zé Carlos), João Júnior, Felipe Surian e Rubens; Pires, Rafael Feijão (Alírio Júnior), Gilson e Ronaldo; Allan (Júnior Negão) e Leco, os juiz-foranos bateram o Juventus por 3 a 1, com gol de Allan aos 27 minutos do segundo tempo, definindo o resultado necessário no Estádio Municipal. “Foi um momento especial. Fizemos uma campanha belíssima, só que a segunda divisão é um campeonato muito disputado, até hoje é complicado de subir. Foi um dia marcante devido às dificuldades que tínhamos. Dentro de campo houve um jogo bem disputado, porque a equipe de Minas Novas era um bom time, mas conseguimos abrir o placar. Fiz o primeiro gol e, logo em seguida, eles empataram. No segundo tempo, o Leandro Guerreiro e o Allan marcaram os gols que precisávamos”, relembrou Surian. Com o apito final veio a informação de que o duelo em Uberaba estava empatado sem gols, mas ainda faltando 11 minutos para o término.

“O Valériodoce não aspirava mais nada e já estavam praticamente sem receber salários. Foram jogar contra o Uberaba, no Uberabão com 20 mil pessoas, e os donos da casa não podiam vencer. Quando acabou nossa partida, ficamos todos ajoelhados no meio do campo com aquela apreensão toda, a torcida também”, recordou Walker. Os minutos também não foram esquecidos por Surian. “Após o jogo foi aquele sofrimento de esperar os resultados dos outros adversários acontecerem. Alguém ligou os microfones do alto falante e o estádio inteiro passou a ouvir, esperando o apito final do jogo do Uberaba”.

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Eis que o sistema de som do estádio anunciou o fim do jogo com o 0 a 0 mantido na contagem. A emoção tomou conta dos 1.507 torcedores presentes.”Quando terminou foi aquela alegria porque é muito difícil você subir, principalmente fazendo uma equipe modesta, com jogadores da região. O Allan foi fazer teste e mostrou seu potencial. Acredito que a grande arrancada do Tupi para hoje estar na Série B veio daquela garra e emoção naquele ano. Ficou marcado na minha vida. De todos os acessos que o Tupi teve até hoje, acredito que foi o mais sofrido e alegre para a torcida carijó”, reiterou Surian.

A vitória não é esquecida por Walker, que constantemente rememora o que também considera como “o início da grande arrancada do Tupi. Estamos há dez anos disputando campeonatos importantes, títulos, então ali, para mim, foi o começo”.

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