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Em circuito de 12 horas atletas locais disputam ultramaratona em Piracibaba

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 Da esquerda para a direita: Aldívio, Vanderson e Gláucio vão participar do Desafio 12h de Piracicaba no Parque da Rua do Porto. Já Reinaldo Simplício vai correr por três horas  (Foto: Olavo Prazeres) 

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Da esquerda para a direita: Aldívio, Vanderson e Gláucio vão participar do Desafio 12h de Piracicaba no Parque da Rua do Porto. Já Reinaldo Simplício vai correr por três horas  (Foto: Olavo Prazeres)
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Cinquenta por cento físico, 50% mental. A resistência nos dois aspectos é o pilar que sustenta os treinos e certamente irá basear as participações de Gláucio Monte-Mór, Vanderson Luiz de Souza, Aldívio Teixeira e Reinaldo Simplício a partir das 8h deste sábado (29) na 10ª edição do Desafio 12h de Piracicaba (SP). Do quarteto, os três primeiros irão buscar correr por 12 horas de forma ininterrupta em um circuito de 1.200m no Parque da Rua do Porto, no município paulista. Já Simplício terá o mesmo objetivo em três horas de prova. Os atletas terão a companhia de Cristiano Gomes na equipe de apoio para auxiliar na hidratação e alimentação.

Militar do Exército há 27 anos, o ubaense Vanderson (Exército/Fibratech/Full Life/Idem per Idem), prestes a completar 45 anos e radicado em Juiz de Fora há 38, possui histórico vitorioso no esporte, sempre movido pela superação.

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“Sou do pentatlo militar, me apaixonei por essa modalidade em 1996. Comecei a correr o ranking da cidade dois anos depois e, desde então, não parei mais. Minha primeira maratona foi em 2001, e hoje já acumulo dez maratonas e 12 ultras, com a primeira em 2006. Tive a felicidade de ser o primeiro campeão brasileiro de ultramaratona de 24h homologado pela Confederação Brasileira de Atletismo em 2011, uma prova que aconteceu no Rio de Janeiro onde percorri 222,5km. É um vírus que nos acomete pela prática de atividades físicas. É você tentar se superar cada dia mais e mais, ver qual o limite do seu corpo e da sua mente. Porque costumo dizer que provas como a de 12h necessitam de 50% de capacidade física e outros 50% de poder mental”, relata o ultramaratonista.

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Experiência também não vai faltar a Gláucio (Vendamac/Camilo dos Santos/UltraMove/Nutricionista Ludmila Riani/Meias Young/Shape Suplementos). O professor de Educação Física de 40 anos, popular GAU, chega à sua 13ª participação em uma ultramaratona com uma meta ambiciosa. “Corro há 13 anos, sendo que ultramaratonas há nove. Será minha terceira ultra de 12h e a primeira vez em Piracicaba. A minha melhor marca de 12h é de 110km e vou tentar superá-la”, destaca o atleta que se preparou com treinamentos mais longos para o evento.

“Treinei basicamente da forma que faço para todas as provas como esta. Muito volume de treino, de 100km a 140km por semana, com a distância maior em um dia de 55km. Meu último treino foi na terça. Com viagem longa na quinta, a sexta foi exclusiva para recuperação e reconhecimento do percurso. Estou focado na prova desde a quarta-feira, com alimentação com uma quantidade maior de carboidrato”, destaca GAU.

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Já Vanderson fará a prova com objetivo de alcançar a marca dos 120km nessas 12h. Um dos diferenciais, para o atleta, é justamente a presença dos amigos antes e durante o desafio. “É uma satisfação pessoal muito grande poder ir com outros atletas conhecidos. Te incentivam durante a prova para trazer um bom resultado. A parte de alimentação, hidratação, o Cristiano Gomes, amigo que fará o apoio, é quem vai estender o braço para nos oferecer aquela alimentação diferenciada que levamos e que a prova não oferece. É muito importante ter pessoas próximas naquele momento para atingir seu objetivo lá na frente.”

No início, apenas um passeio com Thor

Se GAU e Vanderson têm experiência de sobra, Aldívio Teixeira (UltraMove) irá estrear em uma ultramaratona. Programador de computador nascido em Araçuaí (MG), mas morando em JF há 50 anos, o atleta de 53 anos iniciou sua trajetória em corridas com a companhia de Thor, um pastor alemão.
“Eu estava casado em 2008, mas não tinha companhia para andar na beirada do rio, nem para ir em academia. Comprei um pastor alemão naquele ano, em São José dos Campos (SP), e comecei a dar um condicionamento físico para esse cão andando e, depois, correndo na UFJF mesmo. Quando eu vi, estava correndo 10km sem cansar”, relembra o estreante.

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A partir de então, Aldívio escolheu desafios e alcançou algumas metas. “Inventei, em 2011, de correr uma São Silvestre. Mas descobri que hoje é uma prova de 15km, sendo que eu corria 10km. Fiquei preocupado, entrei em um grupo de corrida e consegui, no mesmo ano, ir para a Pampulha, que é de 18km. Fiz sem problema algum. Peguei confiança e, no dia 31 de dezembro de 2011 completei a São Silvestre. Desde então corro um pouco mais a cada dia e, em 2013, quando já tinha cinco meia maratonas com bons tempos para a minha idade, resolvi completar minha primeira maratona em 2014. Agora tenho cinco maratonas completadas em um tempo que me deixa satisfeito. E vou para a minha primeira ultra de 12h já pensando depois em até fazer a de 24h acompanhando o GAU, que me inspira e dá meu treinamento.”

Além dos treinos, Gláucio também ajudou a definir a estratégia de Aldívio durante as 12h. “Aconselhamos o ritmo que ele vai sair, já que como vai disputar uma ultra pela primeira vez não é recomendado que saia muito forte, além de algumas paradas estratégicas durante as 12h. Basicamente é isso, sem buscar algo que não tenha feito nos treinos”, explica o professor.

Questionado sobre o desafio mental de correr em um pequeno circuito durante 12 horas, a resposta foi a de atleta maduro. “O fator psicológico vai pelo que você está treinando. Estou indo fazer uma quilometragem que sei que consigo, então o que faço por esse lado mental é não buscar uma meta impossível. Enquanto o GAU busca os 120km, estarei realizado se conseguir entre 60km e 70km.”

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