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Juiz-forano integra seleção de curling de campanha histórica nas Olimpíadas de Inverno

pedro ribeiro international olympic committee william lucas editada
Atleta capitaneou time de melhor campanha da história do Brasil na modalidade (Foto: William Lucas/International Olympic Committee)
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Na última segunda-feira (22), o esporte brasileiro teve uma conquista história em Gangwon, na Coreia do Sul, durante os Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude. A equipe mista de curling do Brasil bateu a Alemanha por 6 a 4 e conquistou a primeira vitória da história do país na modalidade em uma edição de Olimpíadas. Em meio aos quatro jovens atletas que protagonizaram o feito, estava um juiz-forano: Pedro Ribeiro, que aos 14 anos capitaneou a equipe tupiniquim no gelo sul-coreano.

O atleta nasceu em 2009, em Juiz de Fora, mas oito anos depois foi morar no Canadá juntamente com a mãe, Luciana Ribeiro, o pai, Adilson Alves Pereira Jr., e a irmã, Júlia. Inicialmente, a ideia era permanecer apenas por um período em solo estrangeiro, mas a identificação com o novo país fez com que o jovem e a família dele ficassem na América do Norte. 

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“Estávamos em busca de mais tempo com a família, já que o pai dele vivia viajando. Resolvemos então que viríamos por um tempo, para que as crianças aprendessem bem a língua, e depois resolveríamos como seria. Gostamos da segurança e qualidade de vida daqui e resolvemos não mais voltar. As crianças já estavam muito adaptadas e pediram muito para não voltarmos”, conta a mãe.

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Evolução rápida no curling

A ligação com o curling iniciou ao acaso, com cinco anos de morada no Canadá. Em setembro de 2022, a coach Isis Oliveira viu Pedro em uma festa em Vancouver. Ela, então, observou que o garoto tem o biotipo adequado para o curling e o convidou para um teste. A sintonia dele com a modalidade foi imediata. “Fui convidado para fazer um try out e adorei. Eu via pela TV e achava um esporte super interessante e estratégico. Uma vez que treinei, não quis mais parar. É muito interessante e motivador”, define Pedro.

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Mostrando equilíbrio e bom senso de direção, o juiz-forano passou a se dedicar aos treinos na modalidade e a disputar campeonatos, até que veio a seleção para disputar os Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude. A rotina contava com quatro treinos na semana, além de exercícios físicos e disciplina na alimentação e no sono.

Jogos de Inverno

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“A idade não importa. Na hora do jogo eu foco na estratégia”, diz Pedro

Na Coreia do Sul, Pedro e os companheiros de time (Julia Gentile, Guilherme Melo e Rafaela Ladeira) encararam uma rotina pesada de preparação e jogos. Todos os dias, o quarteto tinha que acordar cedo, se alimentar, comparecer à coletiva de imprensa e jogar ainda pela manhã. No período da tarde, o cronograma repetia até a segunda partida do dia, que era seguida de nova coletiva de imprensa, reunião da equipe, jantar e descanso.

A agenda extenuante, no entanto, foi recompensada com uma campanha histórica nos Jogos. Em Gangwon, foram sete partidas disputadas, 17 pontos marcados, 13 ends vencidos e, pela primeira vez, o Brasil chegou ao oitavo end (a máxima duração de uma partida de curling), além de ter conquistado a vitória inédita. Isso sendo liderado pelo jovem de 14 anos, o mais novo capitão entre todas as equipes dos Jogos.

“Ficamos muito surpresos também (com a campanha). Apesar de termos treinado intensamente por 15 meses, esperávamos apenas ganhar um end e não um jogo. Fizemos história”, comemora Pedro. “A idade não importa. Na hora do jogo eu foco na estratégia, eu tenho o apoio de meus companheiros de equipe e a idade não muda nada”, avalia.

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Para se ter uma ideia do feito do Brasil, nos Jogos de 2016, o time brasileiro conseguiu fazer cinco pontos em toda a competição. Quatro anos depois, a conquista do país foi vencer dois ends contra a Dinamarca em uma derrota por 12 a 3. Nesta edição, a equipe chegou inclusive a ganhar dois ends da Itália, a principal equipe da competição.

Emoção com o filho e grandes expectativas

Grande apoiadora da trajetória do filho no curling, Luciana Ribeiro acompanha de perto a carreira do jovem juiz-forano. A disputa na Coreia do Sul, então, deixa a emoção ainda mais à flor da pele. “É uma sensação de alegria que não cabe no peito”, define. “É mais do que orgulho! É sentir que educamos bem o Pedro e que os incentivos dado pelo pai desde pequeno valeram à pena”.

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Apesar de já ter participado da maior conquista do Brasil na história do curling, Pedro coloca como principal objetivo na carreira esportiva seguir se desenvolvendo. “Quero aprimorar minha técnica e continuar representando meu país da melhor forma que posso”.

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