No próximo sábado (28), dez lutadores de kickboxing brasileiros serão protagonistas de uma premiação da Confederação Brasileira de Kickboxing Tradicional (CBKBT) e da Associação Internacional de Karatê Esportivo (ISKA). Entre os atletas de destaque, aparece um jovem juiz-forano em ascensão após conseguir ótimos resultados em 2020: em vias de completar 26 anos, Weverton Silva surge no cenário nacional e já tem o objetivo de alcançar uma oportunidade no Glory Kickboxing, a maior companhia da arte marcial no mundo.
Em menos de nove anos como atleta, Weverton acumula 18 vitórias em 20 lutas, envergando os cinturões de campeão nacional da Confederação Brasileira de Kickboxing Tradicional (CBKTB) e estadual, da ISKA – Minas Gerais. Os títulos o colocam entre os principais atletas de kickboxing do Brasil, resultado de anos de treinamento. “Já tem um bom tempo que eu venho me destacando no cenário estadual e nacional. Estou seguindo de degrau a degrau para conquistar o mundial”, conta.
Para o atleta, a premiação deste sábado marca uma virada na carreira, uma vez que ele ainda sonha em alcançar um patrocínio que o permita viver exclusivamente do esporte. “Muda a minha trajetória porque agora vou ser conhecido mundialmente. Vão estar lá grandes atletas e o responsável pela federação ISKA”, celebra.
Cenário diferente
A menção honrosa surge justamente em um momento de incerteza do atleta quanto às competições. A pandemia de coronavírus paralisou os torneios oficiais de kickboxing no Brasil e mudou o planejamento de Weverton. Antes do início da proliferação do vírus, em março, o atleta estava se preparando para disputar o título brasileiro, em luta até então marcada para maio, em Santos (SP). O ano ainda reservava um desafio internacional no segundo semestre. “Os presidentes das federações com certeza vão estar olhando mais para esse menino. E vamos chegar lá!”, projetava o mestre Adenildo Santos em conversa com a reportagem ainda em março.
A temporada de poucos compromissos por conta da pandemia, no entanto, trouxe a surpresa da premiação como atleta top 10 do esporte no país, apesar das adversidades, mas forçou lutador e mestre a adaptarem os treinos para manter a forma. “(Com a pandemia) as dificuldades trouxeram um atraso na parte física e técnica, mas seguimos firmes treinando ao ar livre. Ele está cada vez mais chegando ao seu melhor novamente”, relata o mestre do atleta, Adenildo Santos.
Objetivo permanece o mesmo
Em 2012, quando Weverton já acumulava três anos de treinamento, o Glory World Series foi fundado pelo investidor francês Pierre Andurand e se tornou a menina dos olhos de atletas de kickboxing de diversos cantos do mundo. A companhia tem, entre seus sete campeões, um brasileiro: o paulista Alex Pereira ostenta o título da categoria peso-médio (até 85 kg). Mas, se depender do atleta juiz-forano, Pereira logo ganhará uma companhia. “(O prêmio pode) abrir uma porta para campeonatos maiores, até, possivelmente, o Glory”, assegura Weverton.
O treinador Adenildo não hesita ao afirmar que Weverton está ao nível do Glory. “Ele é um atleta top no Brasil devido ao que ele pode mostrar. Ele pode chegar lá, com certeza. Estamos lutando por isso”, assegura. Para chegar à companhia, o atleta já tem um caminho traçado. “Meu treinador diz que tenho que fazer duas defesas de cinturão e ganhar um Campeonato Brasileiro”, constata Weverton. “Com certeza essa premiação (da CBKTB) já é um passo a mais”, comemora.